O “calvário” de cada um

Hoje eu escutei várias entrevistas de autoridades sobre a Operação Calvário. Do presidente da Assembléia, Adriano Galdino, ouvi a frase com a qual concordo plenamente: “Delação premiada não é prova”.

Pena que só tenhamos descoberto isso depois do constrangimento imposto ao ex-governador Ricardo Coutinho e a outros que, até prova em contrário, não são culpados porque, conforme declarou Adriano e eu endosso, não existem provas contra eles.

Também assisti ao desfile de deputados emitindo notas se defendendo das acusações feitas por Livânia.

Todos estão no seu legítimo direito.

Só não precisavam avisar que estão dispostos a abrir seus sigilos bancário e fiscal porque no caso em tela não teria havido depósito na conta de ninguém. E quem recebe dinheiro, digamos assim, oriundo de fontes misteriosas, não costuma depositá-lo no banco.

De antemão aviso que não estou prejulgando ninguém. Deus me livre! Conheço nossos deputados e os tenho no melhor dos conceitos. São pessoas vividas e viajadas, eleitas e reeleitas para os cargos que ora ocupam por conta dos serviços inestimáveis que prestaram ao povo de sua terra. Apenas fiz a observação por achá-la necessária.

Aguardemos, pois, o desenrolar dos acontecimentos. E esperemos que a partir de agora o espetáculo ceda lugar à razão e a execração pública de pessoas que até prova em contrário não são criminosas, não se repita.

Até porque, como estamos vendo, não só tem meia dúzia encrencada na turbulência. Se mexer o caldeirão, não vai sobrar espaço daqui até Brasília.