O gerente José Sales, o Chefe da Recepção, o Senhor Lucas, eu Pedro Marinho, Juscelino Kubitschek e o ‘Consul’ Raimundo Onofre.
Pedro Macedo Marinho
A nossa cidade no passado era muita mais carnavalesca do que os dias atuais, além das famosas festas nos clubes Cabo Branco e Astrea, tinha o Carnaval de rua, com as charangas ou troças carnavalescas, que além do passeio no corso, também eram recebidas nas casas de amigos, que avisados antecipadamente, preparavam mesas fartas de comidas e bebidas.
Duas troças se tornaram conhecidas no Carnaval de João Pessoa, Os Morcegos, por conta do caminhão que utilizavam todos os anos e que tinha uma figura grande de um morcego e os Troços na troça do Roger, que tiveram a honra de tocar para o ex-presidente Juscelino Kubitschek e poderosa comitiva, nas dependências do que viria a ser a Boate Tropical do Hotel Tambaú.
O fato é que JK, por questões políticas, foi desconvidado de participar do Carnaval do Clube Cabo Branco, então o gerente do hotel, o Senhor José Sales, entendeu de minimizar os efeitos da grosseria com o ex-presidente e a importante comitiva, composta por JK, Adolfo Bloch, presidente do Grupo Manchete, O banqueiro Moreira Sales, o paraibano Fernando Cunha Lima, o então bastante famoso, o cantor Dilermando Reis, entre outros.
Como funcionário do Hotel, fui encarregado pelo gerente José Sales, já no início da noite, para arrumar de qualquer jeito um grupo musical para alegrar a noite de Carnaval improvisado e claro, que se tratava de uma missão quase impossível, conseguir um grupo que não estivesse trabalhando e aí como eu integrava a charanga os Troços na Troça, tive a ideia de ir até casa de cada componente, todos já recolhidos aos leitos e muitos com alto teor etílico, em razão do dia inteiro de bebedeira e assim foi feito, o grupo de modestos amadores, teve a honra de salvar o Carnaval de JK e assim amenizar a má impressão que ele e comitiva levariam da nossa Paraíba.
A bebida da mais alta qualidade, foi buscada às pressas no Recife, pelo também funcionário Walter Mário da Luz, ou Vava da Luz, como é mais conhecido. Velhos tempos,
belos dias.
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