opinião

O COLAPSO

24 de setembro de 2023

 

Por GILBERTO CARNEIRO

EXISTE um consenso: a cidade de João Pessoa teve um aumento populacional significativo e, sem dúvidas, é considerada uma das melhores capitais para se morar, atraindo muita gente de outros estados.

De 1970 a 2022, a população da capital paraibana cresceu 265,1% e passou de 228,4 mil pessoas para 833,9 mil. Com isso, a participação do contingente populacional pessoense no total da Paraíba também aumentou no período de 52 anos e passou de 9,3% para 21%. Os dados foram divulgados pelo IBGE ao longo do último ano.

De 2010 a 2022, o total de domicílios recenseados na capital paraibana também cresceu consideravelmente e saltou de 242.348 para 377.756, respectivamente. Do número registrado em 2022, cerca e 15,6% estavam vagos e 5,8% eram de uso ocasional, como casas de veraneio. O aumento de 55,9% foi o 2º maior entre todas as capitais do país, inferior apenas ao constatado em Palmas, no Tocantins, que registrou um crescimento de 72%.

No entanto, à medida que a população aumenta crescem também os problemas e a qualidade de vida que sempre foi uma marca para atrair visitantes e investidores começa a ficar comprometida. João Pessoa é conhecida pela sua característica de ser uma capital com estilo de vida interiorano, arborizada, com uma orla desprovida de espigões, belas praias e marinas dentro da cidade à disposição dos interessados em passeios náuticos. Sua localização é privilegiada por estar a 110 km de uma metrópole, Recife, e a 170 km de uma outra capital bastante referenciada no Nordeste, Natal. Nenhuma outra capital possui estas características.

Logo, é atrativa principalmente para pessoas da terceira idade que fogem das metrópoles e investem em imóveis em João Pessoa. Nas conversas com pessoas do mercado imobiliário percebe-se o quanto este segmento está aquecido, inflado o preço do metro quadrado em áreas nobres como jamais imaginaríamos.

Mas parece que há uma miopia generalizada na visão dos gestores públicos sobre a necessidade de obras estruturantes de mobilidade urbana. Qual foi a ultima grande obra estruturante de mobilidade urbana em nossa cidade? Que eu saiba foi “O VIADUTO DO GEISEL” inaugurado em 2016 na gestão de Ricardo Coutinho.

Daí para cá o que se vê são apenas obras de manutenção, tipo pavimentação e recapeamento asfáltico. O trânsito em nossa bela cidade está ficando impraticável; e não é apenas na hora do rush, em qualquer hora do dia o condutor irá enfrentar muitas dificuldades para chegar ao seu destino, com destaque para os moradores da zona sul, que residem nos bairros do Altiplano, Quadramares, Portal do Sol, Seixas, Penha, Bancários, Mangabeiras, Valentina, Geisel, José Américo, Funcionários e outros. A realidade da zona norte não é muito diferente. A BR 230, que corta a cidade, tornou-se uma via urbana intransitável.

Como é sabido, ano que vem haverá eleições municipais, e este tema deverá estar no seu radar, caro eleitor, por uma questão até de sobrevivência da própria cidade. É bom ficar atento.

Você pode gostar também

1 Comentário

  • Reply Isaac 24 de setembro de 2023 at 10:45

    Tião, aproveitando este artigo, que fala uma parte sobre o trânsito, sugerir que seja levantado este sério problemas das motos.
    Se multiplicaram aos milhares em pouco tempo, parecem gafanhotos, para onde e onde você olha sempre tem uma moto, na contra mão, nas calçadas, em todos os locais.
    Ou as “otoridades” fazem alguma coisa para regulamentar este aumento astronômico de motos ou as consequências serão serissimas!
    Continuaremos a ver constantemente, em cada esquina um acidente, quando não fatal, com estes motoqueiros.
    Peço que o caro amigo escreva algo alertando os responsáveis sobre isto…

  • Deixar uma resposta

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.