Germano Romero
Ela tem cara de menina. Menina que virou prefeita, prefeita que virou menina, e nem sabia o que seria. Ela gosta da varanda, do cheiro de planta, da casa onde mora, da terra em que vive, do gosto do povo e do povo que cuida.
Tem pai e mãe que honra, filhos que adora, marido que ama, sabe o que quer e faz o que sabe. Não deve, pois não teme. Tem vida limpa, sempre teve.
Para quê pulseira, coleira, tornozeleira, numa pessoa dessa? Que risco ela oferece a não ser aos medíocres que lhe fazem oposição sem ética?
Márcia Lucena surpreendeu, inovou, implantou um novo modo de governar desde que assumiu a responsabilidade por um município. E que município! Rico de belezas, de história, menos justa do que merece.
Nunca, em tempo algum, houve um gestor ciente do valor que tem o Conde, do seu potencial, seja industrial, rural, turístico, artístico, cultural e, sobretudo humano. Nunca houve quem tratasse com o devido cuidado de suas preciosidades, e com mais cuidado ainda para recuperar o tempo perdido, as áreas invadidas, as praias poluídas, o lixo espalhado, as lembranças doídas…
Márcia topou o desafio de um governador que nela confiou, pois ele sabia, há muito tempo, daquilo que o município merecia e precisava. Acertou na mosca. Em menos de um ano já eram visíveis transformações. Múltiplas e infiltradas por todos os níveis e setores. Ações que beneficiam a todos, sem distinção. Dos quilombos às praias, das quitandas aos hotéis, do feirante ao empresário, da cacimba ao esgoto.
Mas quem disse que seria fácil? Desentranhar manias, organizar o caos, acabar com privilégios, com o carimbo propinado, com o “jeitinho” pra tudo. Não, não foi e nem será nada fácil. O bem incomoda, o correto constrange, o progresso salva, a alfabetização liberta.
E são tantos os ganhos! Na saúde, na educação, na cultura, na renovação dos valores coletivos, do trato com o meio ambiente, com os rios, com o mar, com o mangue. Praias limpas, hortas e feiras, sementes do bem, que venham mais!
Dos carnavais, dos festivais, dos arraiais, nem se fala. Tudo bem feito, de dar gosto. Gosto e inveja, infelizmente.
Agora no carnaval, quanta beleza se viu! Tudo organizado, bem tratado e planejado. Dava gosto ver Márcia brincando no meio do povo, sem medo de ser menina, menina feliz…
Mas a felicidade incomoda. A plenitude gera inveja, ciúme, desprazer. Era preciso tirá-la de lá. Pra quê? Pra que pulseira, coleira, tornozeleira? Ela é do bem. Ela não morde. Ela sorri, abraça, dança, ama, sabe fazer. E muito ainda fará! Se Deus quiser.
Tem processo? Tem acusação? Que venham! Mas permitam que ela se defenda livre, desimpedida, honrada como merece. Ela nunca fez mal, nunca agrediu, nunca usou arma. Ela é da paz, tem vida limpa. Precisa disso não.
Atribuem-lhe crime de ter contratado uma organização social em um período que nem mais estava como gestora da educação estadual. E que trouxe tais organizações para o Conde, ora, ora. Quem prova? Nunca houve, segundo ela, tais contratações. Nem na educação, nem na saúde. Então que mostrem, que atestem, que revelem. Em seu governo é tudo tão transparente, tão escancarado. Todos participam de tudo, todos ajudam, há espírito de equipe, de colaboração profissional e espontânea. Nada a esconder. Nunca se escondeu.
Por que tirar Márcia das ruas? Por que limitar seus passos já tão restritos ao ambiente de trabalho, às casas de caridade, às comunidades… Já viram a “Casa de Maria”? Já viram as escolas, a creche nova? Nem na capital tem igual.
Já viram a cara da cidade, do centro, das praias, da vida noturna? Já viram Márcia no meio do povo, na zona rural, com o pé no barro, com o braço no abraço? Viram nada! Querem saber disso não. Não dá lucro pessoal, não rende.
Tenha calma, Márcia. Que Deus lhe conceda paciência e serenidade para aguardar a oportunidade de que tudo seja esclarecido. Tudo. E não há dúvida que terá coragem para assumir qualquer equívoco. Coragem e bravura para se defender, com justiça limpa. Sem coleira, sem pulseira, sem tornozeleira. Pra quê isso, minha gente?
Ela é da paz, do carinho, da feirinha, da horta, da ciranda, do coco de roda. Seu único crime, quem sabe, foi o de ser eleita. O crime de ser prefeita…
7 Comentários
Para os seguidores da “teoria da convicção “, o que justifica a injusta medida deve ser o fato dela ser, e ter feito, todas essas coisas boas que foram descritas
Oxente! Sua administração, segundo o amigo exitosa, não é salvo conduto para seus atos de corrupção que foram apontados pelo Ministério Público. Ela não está cumprindo medidas cautelares por causa de sua administração em Conde. Ela está sendo punido por ato de corrupção quando era auxiliar do governo de Ricardo Coutinho.
E desde quando convicção se materaliza em provas?
Deve ser por isso que o “dinheiro voador” , que era prova concreta, nunca teve “convicção ” suficiente para fazer o processo andar.
Tudo no seu tempo, as pessoas demoram, mas vão vê quem tem razão.
O brasil está muito esquisito em Pernambuco os magistrados receberam em um mês só em torno de 01 milhão de reais.Na minha opinião isso é roubo legalizado.Que moral esse povo pode condenar ninguém
Que texto pobre! Bem fez a APL e não elegê-lo imortal.
Está mais do que na hora desse fantasioso Ministério Público de ser investigado e os juízes também. Estão fazendo “justiça” para atender aos interesses políticos, qual o preço é que tem quer investigado. Não justifica essa aplicação das tornozeleira.