Memórias

O dia em que dinheiro voou na Paraíba

28 de outubro de 2020

 

Estão fazendo o maior carnaval somente porque Sérgio Gama, assessor do conselheiro Artur Cunha Lima, escondeu um celular num jarro, esquecidos de que foi o próprio Sérgio quem mostrou à Polícia Federal o tal esconderijo  .

Mais espetacular do que esse caso do celular foi aquele dos envelopes amarelos apreendidos pela Polícia Rodoviária na estrada de Bayeux. Ou, se alguém achar que isso é café pequeno, arremato com o que ficou conhecido como o caso do dinheiro voador, ambos registrados nos anais da crônica policial como ocorridos em 2006, quando Cássio Cunha Lima, coincidentemente primo legítimo de Artur Cunha Lima, foi candidato à reeleição.

Como lembram os mais antigos, pouco antes do segundo turno das eleições de 2006 a Polícia Rodoviária Federal apreendeu envelopes amarelos com o nome de “Cásssio Governador”, encontrando dentro deles a quantia de 49 mil reais.

Disseram, na época, que se tratava de dinheiro para pagar a cabos eleitorais postos à disposição do então governador.

Isso gerou um moído danado, mas em 2011 o processo que pedia a cassação de Cássio  foi arquivado por perda de objeto, já que Cunha Lima fora cassado antes, em dose dupla, por causa dos cheques da FAC e das publicidades no Jornal A União.

O do dinheiro voador foi, digamos assim, espetaculoso e folclórico.

Veja como o PB Agora narrou o acontecido:

No final da noite de uma sexta-feira, dia 27 de outubro de 2006, antevéspera do segundo turno das eleições para governador do Estado, fiscais da Justiça Eleitoral compareceram ao Edifício Concorde, localizado na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa-PB, com o intuito de verificar denúncia de “distribuição de dinheiro para compra de votos”.

Ao se dirigirem ao local indicado, precisamente à sala 103 do Concorde, o proprietário, Sr. Olavo Cruz de Lira, não impediu que os fiscais adentrassem no mencionado estabelecimento. Porém, quando estavam para deixar o prédio, populares informaram aos fiscais da Justiça Eleitoral que alguém da sala 103 havia jogado alguns materiais para fora da janela e que estes objetos haviam caído sobre o telhado de proteção de estacionamento externo do Edifício Concorde. A partir de então, os fiscais da Justiça Eleitoral acionaram a Polícia Federal.

Quando chegaram ao telhado de proteção, os fiscais da Justiça Eleitoral e os agentes da Polícia Federal encontraram uma caixa e um saco e detectaram várias contas de água e energia elétrica quitadas, títulos eleitorais, camisetas amarelas, além de vários maços de cédulas de cinquenta reais, totalizando R$ 304.050,00.

Instaurado o inquérito mediante requisição da Juíza Eleitoral da 64ª Zona, no próprio dia 27 de outubro de 2006, o Delegado da Policia Federal encaminhou, em 28 de outubro de 2006, requisição solicitando mandado de busca e apreensão que veio a ser cumprido no dia seguinte, na sala 103 do Edifício Concorde. De lá para cá para cá já se vão quase 12 anos.

Perante esses dois casos, o do celular no jarro fica parecendo brincadeira de menino buchudo.

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