O empresário José Carlos da Silva Júnior ainda hoje deve guardar dentro dele a raiva incontida pelo logro a que foi levado por gente mais sabida do que ele. Em 1986 deixou de ser governador, a pedido dos seus “aliados”, para ser candidato ao mesmo posto, porém menos de um mês depois descobriu que tudo não passava de uma armação para evitar que assumisse o Governo e descobrisse o que deveria continuar escondido sob sete chaves.
Eleito vice-governador de Wilson Braga naquele pleito de 1982, Zé Carlos passou três anos ajudando de forma discreta o Governo, esperando a vez de assumir o cargo em definitivo quando o titular se desincompatibilizasse para disputar o Senado.
Perto disso acontecer, veio o convite: desistiria de ser governador por seis meses para ser candidato, com garantia de vitória, para um mandato de quatro anos. Acreditou, não assumiu e se deu mal.
No lugar dele a Assembléia Legislativa elegeu, para tapar o buraco surgido com a saída de Braga, o senador biônico Miltom Cabral, uma figura estranha que passou pela vida pública da Paraíba como uma sombra misteriosa e hoje vive degredada em terras dalém mar.
Menos de um mês depois de cair no canto da sereia, Zé Carlos foi escanteado pelos seus aliados, perdeu a candidatura, sendo substituído por Marcondes Gadelha. Não era mais vice, por ter desistido para ser candidato a governador, nem governador tampão, já que o tampão era Miltom Cabral.
Foi uma verdadeira presepada. O pobre do Zé ficou tão indignado que nunca mais quís saber de política. Voltou a ser o empresário bem sucedido que todos os paraibanos conhecem.
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Como diz o “Velho Deitado”: Olho Grande, Remela Muita. Ainda bem que aprendeu rápido.