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O espírito de Zé Pereira

5 de janeiro de 2020

Em 1930 o Presidente João Pessoa mandou sua Polícia, armada até os dentes, invadir o território livre de Princesa. A ordem era sufocar a revolta em menos de uma semana e matar o coronel Zé Pereira, comandante  dos revoltosos.

Batalhões desceram a serra, em demanda do sertão. Caminhões faziam fila, levando soldados elegantemente fardados.Até um avião integrava a frota do Governo, com a missão de lançar bombas sobre os agricultores que Zé Pereira recrutou para pegar no fuzil e fazer frente aos regimentos bem treinados e melhor ainda armados, sob o comando de Zé (toc toc toc) Américo de Almeida.

Até um catimbozeiro foi alistado nas fileiras da Polícia! Ele tinha a missão de fazer os meganhas se “invurtarem”diante dos cabras do coronel e, assim, matarem sem levar um tiro.

Ah, havia ainda um tanque de guerra adaptado de um caminhão Chevrolet de seis pneus, tendo no seu topo uma metralhadora ponto 50.

Era um contingente garboso, que marchava de cabeça erguida, certo da vitória.

Primeiro houve a invasão de Manaíra, que na época chamava-se Alagoa Nova.Pela outra banda, a Polícia chegou até Tavares, mas dali não saiu.Os homens de Zé Pereira, que não tinham treinamento, lutavam por amor a terra e por isso se superaram. Os meganhas sofreram o diabo. O tanque de guerra foi emboscado em Água Branca e destruído. Nessa emboscada não escapou nem mesmo o catimbozeiro. Foi crivado de balas e partiu para o inferno, com a missão de enfeitiçar o Capeta.

A luta, que era para acabar logo, durou seis meses. E só terminou por causa da intervenção do Exército. A Polícia de João Pessoa fez de tudo,mas não invadiu a fortaleza ameaçada. Zé Pereira partiu para o exílio com honras de herói. E João Pessoa, como todos sabem, terminou morto com três tiros no peito disparados por João Dantas.

Donald Trump, ao que parece, quer reencarnar João Pessoa, achando que pode humilhar os iranianos  e seus mal treinados soldados. Talvez não saiba que o Iatolah do Irã, perdoadas as diferenças , está reencarnando o espírito de Zé Pereira.

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5 Comentários

  • Reply Angela 5 de janeiro de 2020 at 10:48

    Por que uma fonte tão pequena?
    Logo, logo, para ler o blog, além dos óculos será preciso usar uma lupa.

  • Reply Delfos 5 de janeiro de 2020 at 11:26

    O quê o Trump está querendo é garantir a reeleição, mesmo que seja à custa de vidas de soldados, americanos ou não.
    E se puder ainda ter a chance de colocar as mãos na recém descoberta reserva petrolifera iraniana de 50 bilhões de barris,
    melhor ainda. Mesmo por que está ficando complicado para os americanos continuarem a furtar e contrabandear o
    petróleo da Líbia.

    Trump pode ter conseguido também algo inaceitável para os americanos: o renascimento do Estado Islâmico.
    Sim, por que uma coisa que o governo Trump está omitindo é que o combate ao Estado Islâmico teve como
    grande aliado exatamente o general Soleimani.
    E o Hezbollah, taxado equivocadamente de terrorista pela mídia americana. já ameaça vingar a morte do
    general iraniano. Israel, com certeza, será um alvo em breve, e poderá pagar um alto preço pela colaboração
    na morte do general iraniano.
    E nós, graças a “expertise” daquele que ocupa a cadeira de presidente, poderemos acabar envolvidos numa
    confusão que não nos pertence.
    Será que alguém em Brasília dirá: a frase: “Cala a boca, Magda”? Ops, Bolsonaro?

  • Reply Antonio Mariano 5 de janeiro de 2020 at 12:27

    Tião onde eu encontro todos os teus livros pra comprar?

    • Reply Sebastião 5 de janeiro de 2020 at 15:12

      Comigo e na Bagaço

  • Reply Nicodemus de Uiraúna-PB 5 de janeiro de 2020 at 12:58

    Permita-me,Dr Tião,outra linha de pensamento.Com relação a nós paraibanos,nada diferente de sua narrativa e melhor, de suas intenções ao fazê-las,estou de acordo. Com relação ao oriente médio, o buraco é mais em baixo.Trocam-se os governos e o drama continua.O povo é todo aturdido.Sabem nada de que pra que lado ir. Fanatismo é o nome da doença e,pior religioso.É inhaca pra sabão nenhum desalojar.Creio que nem a praça do Liberdade(bairro de Campina Grande-PB) nos idos dos anos 50/60 com filas em todos os lados,de bordéis movida a mulheres rodiziadas e o velho Nelson Gonçalves, a pedir ” Fica comigo esta noite e,não se arrependerás…….mudaria a cabeça dos xiitas e outras correntes. Só o tempo vai fazer as mudanças que,seguramente,não testemunharemos. Vamos estar pra lá de Bagdá.

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