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O grito de Aldo Lopes

9 de fevereiro de 2021

Aldo Lopes chamou a atenção do distinto público para uma coisa muito importante: o paraibano não  se ufana com os feitos dos seus conterrâneos.

E citou o caso de Marília Carneiro Arnaud, a doce Marília de escrita bela que ganhou um prêmio literário nacional, deixando na rabeira 2 mil concorrentes.

Aldo, que para mim é o maior romancista brasileiro da atualidade, está certo quando fica puto da vida com a indiferença de nossa imprensa diante de um fato tão importante.

Ele próprio cita quatro gatos pingados que registraram o prêmio de Marília, enquanto os gatos mais peludos preferiram continuar no rame rame da política, na promoção do fuxico e  na oficialização do toco.

Ainda bem que o puxão de orelhas funcionou. Menos de 24 horas depois da bronca do neto de Ronco Grosso, a TV Cabo Branco mandou alguém entrevistar a nossa campeã e registrar o feito com direito a palavras elogiosas do apresentador da hora.

Mas a indiferença continua. Os escritores da terrinha são discriminados, são humilhados nas livrarias quando tentam expor suas obras e só não ficam inéditos porque Luiz da Livraria os acolhe e os exibe em suas estantes.

Entre numa dessas grandes livrarias dos shoppings e sinta o drama. Só tem estrangeiro. Os autores brasileiros ficam lá no rabo da gata, quase sumidos e os paraibanos nem no rabo ficam, são enxotados, levam o pé na bunda e se acharem ruim, é bem capaz de chamarem a polícia para leva-los presos por desacato.

Que Aldo continue protestando. Precisamos de uma voz para clamar no deserto da indiferença.

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2 Comentários

  • Reply Marco Antônio Travassos Sousa 9 de fevereiro de 2021 at 20:29

    Toco, algo recorrente na república provinciana e expressão do ser ordinário. Veja o caso dos mártires paraibanos da Revolução de 1817, submersos no mar do esquecimento.

  • Reply José 10 de fevereiro de 2021 at 10:52

    A grande imprensa da Paraíba noticiou o fato com destaque, antes que Aldo reclamasse: Jornal da Paraíba, A União, CBN e TV Cabo Branco, além de importantes portais de notícia do Estado. A entrevista da Cabo Branco ocorreu depois, mas a notícia foi dada antes. É só pesquisar no Google e vê a data da publicação. O problema é essa mania de reclamar da imprensa profissional e se informar pelo Whatsapp, pelo Facebook e pelo Instagram.

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