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O mestre Francisco Florêncio

13 de novembro de 2021

Meu amigo Francisco Florêncio alcançou a invejável fase de não fazer nada por obrigação.

Nem escrever.

Dia desses sugeri que colocasse no papel determinado assunto e ele me respondeu que há muito deixou de fazer o que lhe mandam.

Invejei-o.

Ainda estou na ativa.

Escrevo por obrigação, tanto aqui quanto no trabalho.

Claro, tenho tempo e idade para a aposentadoria, mas se o fizer vou integrar o time dos humilhados.

Aposentado no Brasil é humilhado.

Ganha menos do que ganhava, passa a assumir compromissos para os quais estava desobrigado e, ainda por cima, não pode mais ser nada no campo profissional, mesmo continuando competente e disposto.

A única coisa em que leva vantagem é na data do pagamento. O do aposentado sai primeiro. Mas até nisso fica estampada a demagogia dos políticos. Fazem a caridade para parecerem santos. Do Pau Oco, mas santos.

Francisco Florencio não passa por isso porque se aposentou com salário gordo.

E ele merece o salário que ganha.

Foi homem de várias pátrias, passou por repúblicas de diversos continentes e, só para matar de inveja os conterrâneos expatriados em razão da sobrevivência, escolheu viver de novo na terrinha de nascença. Lá ele reina, dita normas e se dá ao desfrute de nada fazer por obrigação.

Mas quando escreve, dá show.

Agora mesmo, descobre que Princesa vivia até bem pouco tempo comemorando um aniversário fantasma.

A sua emancipação política, até agora comemorada em 18 de novembro, passa a ser festejada em 26 do mesmo mês, que foi quando, em 1876, emancipou-se dos domínios de Piancó.

Uma descoberta, repita=se, de Francisco Florêncio.

Que de logo foi transformada em lei pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito do município.

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3 Comentários

  • Reply CHICO FLORENCIO 15 de novembro de 2021 at 01:46

    Ave Florentinus! Os que vão morrer te saúdam!
    Vc sempre gastando sua tinta para agradar os amigos e desancar os contrários. Felizmente tou no lado certo. Pelos elogios, agradeço. Mesmo imerecidos. Mesmo assim, não me impede de corrigir algumas informações nesta sua matéria. Como o STF criminaliza as “fake news”, evitarei vc sofrer mais um processo a pesar no seu caçoá de contas com a justiça terrena. Primeiro: salário gordo é lenda, dá pro feijão e remedios. Arrependo-me de não ter seguido a carreira juridica. Aposentadoria de Juiz sim, que é gorda, adiposa, obesa; Segundo: não voltei para Princesa para provocar inveja aos que daqui emigraram. Fi-lo porque cansei-me das favelas de concreto das grandes cidades e seus frios moradores. Vim renovar minha humanidade. Terceiro: Aqui não reino nem na minha casa! Abdiquei para a rainha. Menos ainda no mundo princesense. Nem sequer fui amigo dos reis locais, todos centrados em seus altos interesses de poder e gloria, que eu descobri a muito que são transitórios. Menos ainda ditar normas, pois contrário aos meu principio maior: Nem deuses, nem papas, nem normas. Um anarquista. Quarto: Se dou show quando escrevo, não vale a pena. Ninguem lê. Só Zé Duarte. Para encontrar meus erros! Quinto: Quem primeiro descobriu o engano na data da emancipação do município foi o Severino Sertanejo, alter ego do aguabranquense Luiz Nunes, poeta de mão cheia, e ex-conselheiro do Tribunal de Contas da Paraiba. Isso em 2001. Escreveu sobre o tema, mas também ninguém leu. Só eu. E a partir dessa fonte, cavei mais fundo e cheguei ao olho d’agua onde se escondia a historia da emancipação, que vai muito além de uma questão de datas. Sexto: Como Luiz Nunes afirmou, o que se comemorava em Princesa, no 18 de novembro, era a data de quando se passou de Vila para Cidade e não seu desmembramento da Vila do Piancó, em 1875 (corrija aí seu 1876). Eu contribui desvendando as circunstancias e bastidores desse processo politico vivenciado por nossos antepassados. Sétimo: (e último. Ufa!): De logo, nada! Foi um parto a operação de oficializar a nova data! O livreto sobre o tema é de 2017. Distribuido a vontade. Quase ninguém leu, nem se interessou. Graças ao Vereador Irismar Mangueira, também professor de historia, conseguimos apresentar um projeto de lei na Câmara Municipal, definindo as grandes datas históricas comemorativas do município, entre elas a nova data da emancipação. Este projeto de lei sofreu todos os percalços do processo legislativo e que ainda restam etapas para serem consolidadas. O Prefeito, sob pressão da definição da data próxima, adiantou-se e já decretou o feriado na nova data, até que as formalidades legislativas façam concluir a publicação da lei 05/2018, sancionada, mas não publicada, promulgada. Freud explica.
    PS: Agradeço sua postagem. Deu-me oportunidade de fazer mais um depoimento para a historia que um comentário. Um encontro com a verdade dos fatos. A realidade é mais complexa que o teatro da vida. Abraços.

  • Reply Jefferson Nunes 15 de novembro de 2021 at 11:58

    Paulo Mariano que primeiro chamou atenção para esse erro nas comemorações, mas nunca foi ouvido. Interessante é não ser citado em momento algum…

  • Reply Chico Florencio 15 de novembro de 2021 at 15:49

    Jovem Jeferson: tudo indica que vc não leu meu trabalho! E se leu, não entendeu. Paulo é citado diversas vezes. Mas não isenta que foi ele, o primeiro a cometer esse engano, nos anos 80 de confundir “elevação à cidade”, com emancipação. Perdoa-se pelas dificuldades de se fazer pesquisa na época. A primazia é de Luiz Nunes de levantar a questão. Largue as redes sociais e vá ler algo de conteúdo !

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