O ministro da Defesa, o pernambucano José Múcio Monteiro, é conhecido como um moderado político de direita que consegue, a um só tempo, ser amigo do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por seu talento para a conciliação, pela habilidade com que se põe entre extremos e ainda por ser da confiança de Lula, foi que o presidente o escolheu para o Ministério da Defesa (Foto/Ricardo Stuckert).

No governo de Fernando Henrique Cardoso, os ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram extintos, e os ministros dessas pastas foram transformados em comandantes, subordinados ao Ministério da Defesa. Com um detalhe: o ministro deveria ser um civil. E foi sob FHC, Lula e Dilma Rousseff. Deixou de ser sob Michel Temer e Bolsonaro.

O retorno do Ministério da Defesa às mãos de um civil foi o primeiro obstáculo que Lula enfrentou na sua relação com as Forças Armadas. Mas o presidente foi firme e botou lá um civil. Os militares, de um modo geral, não gostam de Lula, e cabe a Múcio servir de ponte para que os dois lados se entendam. Ainda mais num momento em que há militares muito enrolados com os mal feitos do governo Bolsonaro.

Pois é nesse cenário que José Múcio tem seu álbum Para Quem Eu Gosto colocado nas plataformas digitais. Originalmente, o disco foi lançado em 2014, mas somente agora está disponível nos serviços de streaming. Li que é uma homenagem de Múcio à sua avó, que o presenteou com o primeiro violão e por quem foi incentivado a se dedicar à música.

O disco teve produção de Nando Cordel e arranjos de Tovinho, um experiente músico que atua no Recife. Múcio canta um repertório romântico de 10 canções de sua autoria. Claro que ele é um amador, e como tal deve ser ouvido. Mas, se me perguntam o que achei do álbum, direi que é razoável, que não macula o currículo de um cara que está longe de ser um profissional da música.

Segue, na íntegra, o álbum Pra Quem Eu Gosto, de José Múcio.