CÍCERO LIMA
São muitos capítulos que cercam a vida do criminalista pernambucano Boris Marques da Trindade, uma das mais importantes referências da advocacia criminal brasileira, cuja atividade desenvolve initerruptamente por mais de 60 anos.
Nunca aceitou disputar qualquer cargo político partidário, apesar de inúmeros convites recebidos de importantes políticos de Pernambuco, dos quais foi advogado, por entender que sua missão principal seria a de advogar, o que até hoje faz com maestria, principalmente perante Tribunais Regionais, Estaduais, Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Dr. Boris, como costumam chama-lo, foi aguerrido integrante de movimentos políticos no Diretório da Faculdade de Direito do Recife e conviveu de perto com as agruras do golpe militar de 64, época em que começou a se destacar profissionalmente, fazendo a defesa de presos políticos junto a Justiça Militar, atividade profissional que naquela época, poucos tinham coragem de exercer em plena Ditadura Militar.
Mesmo diante das pressões e ameaças advindas do regime ditatorial militar, Boris Trindade advogou para militantes das Ligas Camponesas e vários outros membros de organizações de esquerda, considerados pelo regime de 64 como subversivos, os quais foram incessantemente perseguidos, presos e muitos deles desaparecidos misteriosamente, como foi o caso do pernambucano Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do atual presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, preso e desaparecido desde fevereiro de 1974.
Enfim, são muitas as facetas de vida do criminalista “Oitentão da Advocacia Criminal’, Boris Trindade, pois além de sua formação em direito, é jornalista profissional e durante muitos anos foi repórter do Jornal do Comércio, à época, um dos mais importantes do Nordeste. Também atuou, por muitos anos, como teatrólogo, ao lado de nomes como Aderbal Freire, Paulo Autran e outros de destaque do Teatro Brasileiro.
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