Por Wellington Farias
O secretário de Comunicação Social do Governo João Azevêdo, Nonato Bandeira, negou o uso de carro oficial para transportar o seu neto – de Campina Grande para João Pessoa – para encontros com os avós paternos e com o pai.

A revelação sobre o uso reiterado de veículo da frota do Governo da Paraíba, para esta finalidade, partiu da ex-nora do secretário, Julia Ramalho Cariry Carvalho.

Em vídeo, que viralizou na Internet, Júlia aparece apavorada, com o nariz sangrando e quebrado em decorrência, segundo ela, de “uma pisa” que teria sofrido da esposa do secretário de comunicação, a jornalista Célia Simone Chaves Bandeira.

As agressões ocorreram na noite do último domingo (3/4), na cidade de Campina Grande, onde Júlia Ramalho mora com o filho menor, e foram parar em delegacias de polícia: tanto a ex-nora como a ex-sogra, registraram boletins de ocorrência.

Na noite da segunda-feira (4/4), o blog Dito e Feito-PB conseguiu falar em viva-voz com o secretário Nonato Bandeira; com a jornalista Célia, por whatsapp; e por celular com Júlia Ramalho.

O contato com Júlia foi mais difícil: o blog teve que recorrer à intermediação de colega jornalista para que fosse facilitado. Num primeiro momento, ela – notoriamente abalada e desconfiada – agendou um novo  entendimento com o Dito e Feito-PB para as 10 horas desta terça-feira (5/04), a fim de detalhar o ocorrido. De antemão, porém, confirmou ser a pessoa que aparece ensanguentada nos vídeos.

No primeiro vídeo – espalhado na internet na noite de domingo – Júlia aparece com o nariz ensanguentado e, segundo ela quebrado. Trêmula, e se queixando de “uma dor física e emocional”, que viria sofrendo há anos com agravamento nos últimos dias, por conta da sua luta para criar o filho com dignidade, conforme relatou.

Ela expõe a face ensanguentada diz que o ferimento foi causado pela “esposa do secretário de Estado, de Comunicação”, a avó paterna do seu filho.

Em outro vídeo – já mais controlada e com o nariz com curativo – Júlia relata que, na sexta-feira anterior, o seu filho foi num carro dirigido por um motorista do Estado, juntamente com a babá, “para a residência dos avós, como sempre vai todas as sextas”.

As versões

Em resposta aos questionamentos do blog, por mensagem de whatsapp, a jornalista Célia Chaves, sempre solícita, respondeu seguinte, textualmente:

“Oi Wellington.

Jamais aconteceu isso de buscar o nosso neto em carro estatal. Sempre foi o meu carro particular, um Compass, placa QSK5G23/PB. Para provar o que estou afirmando, basta pegar as imagens do condomínio de todas as vezes que fomos buscar a criança.

O que ocorreu neste domingo foi justamente o contrário, uma agressão contra mim, praticada por essa moça e sua mãe, com testemunhas e comprovada no exame de corpo de delito e no BO prestado na Central de Polícia de Campina, que também estou te enviando.

Aí depois a mãe do menino tenta atingir Nonato porque ele ocupa cargo público, fato este que ela já vinha ameaçando, desde que a justiça em Campina determinou que o pai pudesse ver e trazer o seu filho, quinzenalmente. Ela levou nosso neto de João Pessoa e proibiu a gente de vê-lo por quatro meses, depois que nosso filho acabou o relacionamento com ela. Depois só poderíamos ver a criança em um hotel em Campina, acompanhada de uma babá, mas sem direito dele dormir com a gente.

Com a decisão da justiça, ela radicalizava todas as vezes que íamos buscar a criança, atrasando ou inventando doenças sempre nos nossos finais de semana. Culminando na agressão covarde que fui vítima ontem por ela e sua mãe. Já estamos entrando na justiça para desfazer essa armação que tentam, inclusive, envolver Nonato, até com contornos políticos. Uma baixaria sem limites, que rechaçou, com veemência, a denúncia de uso de carro da frota oficial para transportar o seu neto. Bandeira, a propósito, constatou que existe uma tentativa de politização do fato, para prejudicá-lo.”

O secretário de Comunicação Social do Governo, Nonato Bandeira, por telefone fez um relato que confirma tudo o que a sua mulher dissera ao blog. Ele rechaçou, sobretudo, que carro oficial tenha sido usado para esta finalidade. “Ora, eu seria algum imbecil para autorizar isso?”, comentou Bandeira.

Nonato também observa que há, em torno do episódio, uma orquestração para envolvê-lo e prejudicá-lo, a partir do relato da própria Júlia, sua ex-nora. Ele observou que ela não se refere à sua pessoa como o ex-sogro, o que entende que seria mais natural, mas ao “secretário de Comunicação do Estado”

O caso foi notoriamente abafado por quase toda a imprensa paraibana. Até agora, pelo menos, apenas os blog de Tião Lucena (em primeira mão) e o :Dito e Feitoi

-PB se reportaram ao aconteimento.