RENA BEZERRA
FOI NESSA CASA QUE UM DIA
MARCOLINO ESBRAVEJOU,
COM TRÊS DIAS E TRÊS NOITES
GRANDE LUTA AQUI TRAVOU,
PARA SALVAR XANDUZINHA
QUE PRESA POR ALI VINHA
NAS MÃOS DO OPOSITOR.
FOI UM VERDADEIRO CLAMOR
DE LONGE SÓ ESCULTAVA,
UM TIROTEIO TÃO GRANDE
QUE O PAU FERRADO ABALAVA,
MARCOLINO EMBRIAGADO
ATIRAVA PRA TODO LADO
MATANDO QUEM ENCONTRAVA.
O ‘CABÔCO’ ALI LUTAVA
POR SUA HONRA FERIDA,
ENQUANTO ELE VIAJAVA
A POLÍCIA DE INVESTIDA,
RAPTOU SUA XANDUZINHA
UMA MULHER QUE DETINHA
TODO AMOR DA SUA VIDA.
PROTEGIDOS NA GUARIDA
A POLÍCIA COMANDAVA,
ENQUANTO QUE MARCOLINO
DE PEITO ABERTO BRIGAVA,
ROLANDO PELO TERREIRO
O CABÔCO ERA LIGEIRO
O DEDO NÃO ALIVIAVA.
DE VEZ EM QUANDO ACERTAVA
UM POLICIAL DE JEITO,
OUTROS POR ALI CORRIAM
PRA SE DEFENDER DO FEITO,
MARCOLINO ENFURECIDO
TAMBÉM JA TAVA ATINGIDO
COM UM FERIMENTO NO PEITO.
MAIS ISSO NÃO FEZ EFEITO
PRA MARCOLINO PARAR,
POIS ERA NO CASARÃO
QUE ELE QUERIA ENTRAR,
E COM MORTE OU RENDIÇÃO
SÓ TERMINAVA A MISSÃO
QUANDO XANDU AVISTAR.
E FOI ASSIM SEM PARAR
QUE A POLÍCIA SE RENDEU,
QUEM NÃO QUERIA MORRER
POR ALI ESMORECEU,
FOI QUANDO QUE DE REPENTE
XANDUZINHA SORRIDENTE
PARA OS SEUS BRAÇOS CORREU.
FOI AQUI NO PAU FERRADO
QUE ESSA HISTÓRIA SE PASSOU,
NOS TEMPOS QUE NO SERTÃO,
VIVIA COM DESTEMOR,
E NA HISTÓRIA DO CANGAÇO
TAMBÉM EXISTIU ESPAÇO
PRA VIVER UM GRANDE AMOR.
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