Marcos Pires
Ao contrário do que muita gente pensa, o termo puxa saco não tem nenhuma ligação com o… como direi… com uma certa parte do corpo humano. Ainda na época colonial, os oficiais do exército usavam enormes sacos onde punham seus pertences. Esses sacos eram transportados por soldados. Com o tempo esse termo passou a designar a pessoa que elogia imoderadamente seus superiores. O puxa saco tem muitos sinônimos, como baba ovo, xeleleu, bajulador e por aí vai.
Os puxas sacos estão espalhados por todo o planeta. Querem uma prova? Examinem qualquer fotografia tirada em qualquer parte do mundo onde exista uma multidão. Vocês identificarão com certeza 3 elementos; um sujeito com a camisa do Flamengo, um cearense e um puxa saco, sendo que esse sempre estará em um lugar de destaque com relação ao povo, agradando ao poderoso de plantão.
Consta que em um determinado Tribunal daqui, alguns servidores descobriram que o Presidente adorava comer “Peba” (Tatú?). Então montaram uma verdadeira rede para estocar o animal, a tal ponto que o Ibama teve de intervir porque a espécie ficou ameaçada de extinção na Paraíba. Todos os fins de semana revezavam-se para receber a autoridade, servindo peba e rum com soda limonada.
Deu-se que um dia um amigo meu, que estava na festa, abriu a panela e identificou 3 asas no meio daquela gororoba. Assustou-se e perguntou baixinho ao dono da casa: “- Ô fulano, que diabo é isso? Onde você arranjou peba com asas?”. O anfitrião puxou C. M. de lado e suplicou: “- Pelo amor de Deus cale a boca. É que chegou muita gente e eu tive de misturar duas galinhas. Mas não diga nada porque estou para conseguir uma gratificação de gabinete com o homem”.
Tem também a história daquele famoso baba ovo paraibano que quando viu seu chefe, bastante gripado, partir em uma viagem, correu até a sacada do palácio e vendo o carro oficial se afastar com o Governador, ficou acenando um lenço branco e gritando a plenos pulmões “- Excelência, faça uma maravilhosa viagem. Se espirrar desde logo lhe desejo saúde, saúde, saúde…”.
Só direi o nome do sacripanta depois que ele morrer. É falta de educação falar mal dos outros “pela frente”, já ensinava meu colega escritor Ariano Suassuna.
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SacriPANTA, não precisa dizer mais nada