opinião

O que os presos comem na fuga

19 de fevereiro de 2024

Miguezim de Princesa

I
Contava Luiz Tranguelo,
Na bodega de Soró,
Que os presos foragidos
Da cadeia de Mossoró
Andam comendo cuscuz
Com ovo e carne de sol.
II
É carne da região,
Com dois dedos de gordura,
Na farofa de cuscuz
Com bunda de tanajura,
E vinho de jurubeba,
Fazedor de bosta escura.
III
Deram a eles rapadura,
Água do pote de barro,
Bode seco com farinha,
Uns seis maços de cigarro
E o livro de Cipriano
Pra livrarem-se de esparro.
IV
Quando a Federal passou
No encalço dos fugidos,
Um deles virou tição,
Com a brasa dando estalidos,
Jogaram o tição pra longe
Que quase aleijam o bandido
V
Lewandowsky chegou lá
E entrou no mato extremo,
Marmeleiro e unha de gato,
Mosca Mutuca do Demo,
Maruim ferroador,
“Ô saudades do Supremo”!

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