O Sepulcro Caiado Nilvan Ferreira

“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. Completai, pois, a medida de vossos pais!” MATEUS: 23, 27-32

As palavras acima são bíblicas e foram ditas por Jesus. E como continuam atuais! Sobretudo nesses nossos tempos onde a hipocrisia tomou conta da política e da imprensa e ganhou as ruas do país! Quantos são aqueles que, como verdadeiros sepulcros caiados, exibem a brancura da cal com que pintaram os túmulos de sua moral, para esconderem a podridão de suas práticas corruptas.

É o caso do radialista Nilvan Ferreira.

Tentando surfar na onda do bolsonarismo – eis um movimento de sepulcros caiados, a começar pelo líder Jair Bolsonaro e seu filhos parlamentares, – Nilvan abraçou a bandeira da moralidade na vida pública e vive a berrar em seus programas de rádio e TV e nas redes sociais contra a corrupção. Seu alvo predileto é o ex-governador Ricardo Coutinho.

Há mais de um ano, ao lado de outros jornalistas que não dispensam dinheiro público para financiar seus blogs e sites – retirem o dinheiro que as Secons estadual e municipais, Assembleia, Câmara de Vereadores empregam para pagar essa turma para ver se algum deles permanece no ar, – Nilvan Ferreira vive a enxovalhar a honra do ex-governador Ricardo Coutinho, com insinuações que nunca se confirmaram. A ansiedade dessas viúvas do cassismo é tanta que até uma falsa notícia sobre a prisão de RC eles já publicaram.

Nada disso, porém, é fruto do acaso. Por trás de todos eles está o Secretário de Comunicação, Nonato Bandeira, que ontem foi visto em um dos restaurantes da cidade ao lado de outro pit bull do jornalismo de esgoto, Alan Kardec, tratando de uma “denúncia” que atingiria o ex-governador – Kardec é parte da equipe que tenta impulsionar a candidatura de Nilvan Ferreira e um notório bajulador do deputado Julian Lemos, do PSL, o partido do radialista da Correio.

Não por acaso, foi Nilvan quem tornou pública uma estranha auto-imolação de um certo John Lúcio, de São Bento, que teria coordenado a campanha de Ricardo a governador na cidade, em 2014 – pelo jeito qualquer coisa está valendo, porque parece que não está muito fácil arranjar uma mísera prova contra RC – e teria sido arrecadado dinheiro de caixa-dois para pagar dívidas de campanha após a eleição.

Antes de tratarmos desse assunto, vamos expor alguns detalhes sobre o personagem principal dessa denúncia. John Lúcio é filiado ao PROS e é tio do atual prefeito de São Bento, Jarques Lúcio, do DEM. John foi vice-prefeito da cidade até 2016 e ocupou o cargo coordenador regional de gestão do governo da Paraíba entre março de 2015 e novembro de 2016, quando foi exonerado por Ricardo Coutinho.  Hoje, tio e sobrinho estão rompidos.

Só que John Lúcio voltou ao cargo pelas mãos do novo governador, João Azevedo, em março de 2019. Três meses depois, foi novamente demitido, a pedido do sobrinho prefeito.

Você acha que alguém com esse perfil teria a confiança de Ricardo Coutinho para arrecadar recursos não declarados para uma campanha de governador. Todo mundo sabe o quanto Ricardo Coutinho é cuidadoso, principalmente em casos que envolver dinheiro para campanha – quem não lembra do depoimento de um executivo da Odebrecht que disse à Justiça que Ricardo recusou apoio financeiro da empresa para a de 2014? Enquanto RC recusou, Cássio aceitou R$ 800.000 reais oferecidos pela Odebrecht. Veja o vídeo abaixo.

Ora, se RC recusou vultuosos recursos de uma das maiores empresas brasileiras à época, recursos que, segundo o executivo, Cássio Cunha Lima aceitou, por que o ex-governador iria entregar a alguém com o perfil político de John Lúcio a tarefa de arrecadar dinheiro para caixa dois?

Mais estranho ainda é pensar nas razões que levam alguém a ir a uma rádio se auto-incriminar publicamente, dizendo ter feito arrecadação para uma campanha? Notem as coincidências: isso logo após o governador João Azevedo sair do PSB e declarar guerra a Ricardo Coutinho.

E mesmo que John Lúcio estivesse falando a verdade, ele se incrimina, mas não consegue incriminar seu alvo, que é Ricardo Coutinho. Ou seja, trata-se apenas de mais uma das tantas armações urdidas nos gabinetes da Secom estadual, articuladas por um secretário que só não foi ainda preso em razão sabe-se lá porque. Porque as provas contra Nonato Bandeira são, essas sim, documentais e, portanto, incontestáveis.

No caso de Nilvan Ferreira, o radialista responde na Justiça por crimes de venda de roupas falsificadas (veja aqui, aqui e aqui), a vários processos por calúnia e difamação – alguns já sentenciados. Não bastasse isso, Nilvan Ferreira está metido também na Operação Xeque-Mate. O honrado jornalista é acusado por um dos delatores de ter ter recebido R$ 3 mil quando trabalhava na Arapuã para, segundo o ParlamentoPN, “se posicionar contra a construção do Shopping Pátio Intermares.”