opinião

O desabafo de Cassandra Figueiredo

22 de dezembro de 2019

Antes que me perguntem se sou João ou Ricardo, quero responder que sou Cassandra. Aquela que é responsável pelos seus atos e que mantém as rédeas da sua vida. Ah, como tenho orgulho disso! Sou uma mulher que se posiciona e, por isso, estou sempre preparada para as consequências dos meus atos.
Da minha história quem sabe sou eu, e dela posso afirmar que nunca me faltou a lealdade, solidariedade e gratidão em minha trajetória de vida, pois tudo é transitório menos a nossa dignidade – o ser quem sou! E por sem quem sou, por ter sido construtora desde o início desse projeto que tornou a Paraíba referência de governo e de gestão no Brasil e em outros países; por ter a consciência do que fizemos juntxs para que esse Estado se libertasse das amarras de oligarquias que permaneciam em alternância de poder, dos interesses pessoais de poderosos que se utilizam da política em benefício próprio e que sempre se utilizaram da pobreza e fragilidade do povo mais humilde, para mantê-los subjugados as suas “benesses”, que nunca se preocuparam em libertar, ascender as potencialidades, o saber e criticidade das comunidades por medo de serem alvos de cobranças e serem “desnudados” em suas essências nefastas; é que não posso negar a presença do companheiro Ricardo Coutinho encampando essa luta. Meus posicionamentos sempre foram de acordo com princípios e valores que acredito, que consideram a base socialista como diretriz para uma busca pela igualdade de direitos, que entende a democracia como um campo basilar para que possamos inclusive ter o direito de defender o que acreditamos sem sermos considerados perigosos ou traidores, que respeita a diversidade humana, que luta pelo empoderamento feminino, que abomina o fascismo!
Sempre fui militante, participei de movimento estudantil secundarista, fui presidente de Centro Acadêmico durante o período de Universidade, participei de movimentos culturais, sempre fui de esquerda – Graças a Deus! Por sem quem sou, não poderia negar minha luta junto a um companheiro valoroso, o qual tenho grande respeito e admiração por ser aquela pessoa que brigava e briga pelas mesmas causas que acredito, por ser forte e corajoso, por ter se tornado a maior liderança desse Estado e ter ascendido em muitos de nós o desejo de estarmos juntxs militando, construindo esse projeto ou se afirmando enquanto liderança nas comunidades e na política, partidária ou não. Então, ele enxergou em muitos de nós talento e potencial para assumirmos papéis técnicos e políticos, e também soube ser firme na defesa dos seus, em momentos em que só a sua solidão é testemunha. O companheiro Ricardo Coutinho fez um partido crescer e implantou a maior política de inclusão social já vista neste Estado, fez mais obras que muitos governadores juntos, implantou as diretrizes socialistas nas quais acredito, deu autonomia para instituições técnicas trabalharem, implantou políticas importantes de inclusão social, instrumentos de democracia foram instituídos e ampliados. Esse companheiro, que inclusive abdicou de uma eleição ganha, para que pudéssemos acreditar que esse projeto poderia dar certo e para enfrentarmos desafios, esteve nas trincheiras das lutas, instigando, motivando e aumentando o cordão de pessoas para que déssemos continuidade a este governo atual. Estive com Ricardo, com João e com muitas pessoas nessa construção e hoje, por estar solidária ao companheiro Ricardo, fui “penalizada” com minha exoneração. Confesso que não fiquei surpresa diante de tantas e tantos companheiros de luta já terem sido exonerados, e mais ainda por escutar rumores em que me apontam como uma pessoa de Ricardo – por apoiá-lo, por ser solidária e ser ativista em lutas que considero justas. Na verdade, como estou presente em todos os momentos da trajetória de Ricardo, desde o período em que ele almejava a vereança de João Pessoa, é correta a afirmação que sou uma pessoa com vínculos a ele, mas também é importante e correto afirmar que tenho minhas convicções, opiniões e pensamento próprios, por isto a minha vinculação com Ricardo é algo que assumo como minha, por ideologias, afinidades, opiniões afins, e por considera-lo a maior referência da força de esquerda no nosso Estado. E me preocupa, na situação atual em que o Brasil se encontra, que as pessoas não enxerguem que há uma nebulosidade altamente orquestrada e financiada para quebrar a nossa unidade, unidade das forças de esquerda, e que tem em Ricardo uma grande liderança.
O Modus Operandi que foi instituído em nível nacional e a crescente onda do conservacionismo, que vem se alastrando na América Latina, vem mostrando articulações tenebrosas cujo objetivo é a dominação do capital e dos poderosos que temem perder o poder. Isso é maior, e qualquer coisa fora dessa leitura realmente não me representa.
Nunca fui desleal ao governo de João que ajudei a construir, também não cai de para quedas. Trabalhei até ontem (20.12.19), realizando a avaliação de 2019 e planejamento 2020 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP. Tenho compromisso com meu trabalho e vou entregar para a próxima gestora um órgão funcionando, com muitas atividades e ações realizadas. Hoje um órgão em que as instituições que trabalham com patrimônio histórico e cultural respeitam, que tem um corpo técnico altamente qualificado e que fazem, assim como eu fiz, a defesa isenta de questões políticas, quando se trata da preservação cultural.
Torço para que o governador não receba a rasteira dos muitos que hoje o bajulam, “orientam” suas decisões e que optaram pela deslealdade, ingratidão e até mesmo por aqueles guiados pelo poder da caneta. Claro que não são todos, mas são muitos. Torço também para que a minha Paraíba não retroceda e que o governo consiga manter o projeto político que ajudamos a construir.
Sou professora concursada, e estarei voltando para a sala de aula e exercendo livremente a minha cidadania. Sou militante e sempre serei.

Ando sempre de cabeça erguida porque permaneço sendo Cassandra.
Adelante!!

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5 Comentários

  • Reply Geová 22 de dezembro de 2019 at 17:10

    Quem é o doido que vai ler uma besteira dessa. É melhor ler a carta de Pero Vaz que é mais curta.

  • Reply cicero de lima e souza 22 de dezembro de 2019 at 17:23

    Parabens.

  • Reply Alysson Feitosa 22 de dezembro de 2019 at 19:41

    Vai tarde Cassandra! Prolixa na carta de despedida mas não conseguiu impor uma agenda mínima de proteção ao patrimônio arquitetônico, histórico, paisagístico da Paraíba. Nada visto de políticas e recursos nos governos Maranhão, Paulino, Coutinho e Azevedo.
    Delenda, Paraíba. Quid morituri, te salutant.

  • Reply eugenio pacelli tavares zenaide 22 de dezembro de 2019 at 20:16

    E viva Cassandra

  • Reply Mercia de Fatima 22 de dezembro de 2019 at 20:45

    Nada nem ninguém poderá tirar ou apagar tudo que RC fez de bom pela Paraiba. Essa realidade esta muito acima do show da midia.

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