Fernando Milanez
Eu andei quieto ultimamente, recuperando aos poucos a minha forma física, mas não pude me conter ao presenciar, pelo noticiário nacional, a devassa nas contas públicas de prefeituras que pagam verdadeiras fortunas para cantores sertanejos, usando dinheiro público, sem controle, sem licitação e, o que pior, sem medo de serem ♦punidos pela Justiça.
As investigações só avançaram por causa da força da mídia, claro. Já descobriram rios de dinheiro que irrigam as contas de artistas suspeitos. Interessante é que os que estão pilhados com a “mão na massa” são exatamente aqueles que acusavam (sem provas, diga-se) eventuais beneficiários da Lei Rouanet.
O pior de tudo – e talvez o que tenha me levado a levantar a voz contra toda essa hipocrisia – é ouvir justificativas como esta do cantor sertanejo Sérgio Reis:
“O prefeito tem que levar alegria para o povo. O que é que há? O prefeito ajuda o comércio local. Uma festa gira dinheiro para o pipoqueiro, o pobre que vende algodão doce, a dona de casa que faz doce caseiro e vende na banquinha na festa”.
Que Deus tenha piedade de nós!
#showdehorrores #absurdo #reflexão #precisamosdemudança
1 Comentário
O que mais me chamou atenção nesta entrevista de Sérgio Reis à Folha de São Paulo foi a declaração de que dinheiro de prefeitura não é dinheiro público. Só é dinheiro público se for federal.