Pensei que já tinha visto de tudo nesta campanha, mas acho que não vi tudo ainda.
Agora mesmo ressurge das cinzas do passado a palavra toco.
Para definir as gratificações por fora que supostamente eram recebidas por um candidato a prefeito.
E quem usa o termo é o candidato adversário.
– O senhor (olha o tratamento respeitoso!) recebeu toco! – berrou o candidato na TV.
Isso depois de ser acusado de coisa semelhante pelo adversário.
O toco já foi uma coisa mais ou menos inocente.
Nos tempos de antanho os jornalistas ganhavam mal e compensavam o prejuízo com os toquinhos que recebiam das chamadas autoridades.
Lembro da vez que Jair Santana fez longa entrevista com o deputado Waldir Bezerra e, ao final, cochichou no seu ouvido o liseu que o impedia de fazer a feira.
Doutor Waldir meteu a mão no bolso e puxou uma nota.
Quando a entregava a Jair, notou que tinha botado a mão no bolso errado.
Ele carregava, num bolso, notas miúdas para as “gratificações”, para os tocos.
E no outro as notas graúdas para uso pessoal.
Ao notar o erro, segurou na ponta da nota e avisou:
– Não é esta é não!”
Enquanto Jair, sem soltar a outra ponta, respondeu com olhar guloso:
– É esta sim!.
E terminou sendo.
Jair saiu da Assembléia tão feliz da vida que passou uma semana sem trabalhar.
Sem Comentários