Kidute Maximiano, ou Kidute de Né Maciano, tinha fama de homem feio. Baixinho, gordinho, cara de bacurim, sem pescoço, barriga proeminente, uma baba constante a correr pelo canto da boca, fazia ponto no jogo da Rua do Ferreiro, numa manhã de sábado, em Princesa, quando avistou aquele galego bem vestido, carregando uma bolsa de executivo – naquele tempo se chamava bolsa de viajante – se dirigindo para ele.
O tal galego tinha umas contas para acertar com Tomé da Lagoa da Cruz.
Como não conhecia Tomé, o orientaram a identificá-lo entre os mais feios que avistasse de Princesa até Lagoa da Cruz. Ao ver Kidute, o tal viajante não teve dúvidas. Caminhou na sua direção e o saudou festivamente:
– Como vai, Seu Tomé!?
Kidute se benzeu e, dando às costas ao desconhecido, avisou:
– Ele é mais feio do que eu.
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