Marcos Maivado Marinho
Embora sua concessão seja autorizada para o Município de Esperança, por um especial “jeitinho brasileiro” a rádio Cidade AM mantém até hoje estúdios e transmissores também em Campina Grande, onde executa uma programação variada que se coordena com uma outra gerada nos estúdios da sede, no brejo paraibano.
Lá em Esperança, onde mora um dos donos, o médico e ex-deputado federal Armando Abílio, a rádio Cidade opera nas frequencias AM e FM (UMA RÁDIO COMUNITÁRIA) e, aos sábados pela manhã, o próprio Armando comanda um programa de variedades e entrevistas que é líder absoluto de audiência e simultaneamente é transmitido pelas duas frequencias.
A sede funciona no centro de Esperança, em instalações próprias amplas e modernas.
Já em Campina Grande, onde a gestão administrativa da emissora é de Felipe Gadelha, filho do outro dono da emissora, o também médico e ex-deputado estadual Renato Gadelha, a balbúrdia gerencial é geral.
Depois de peregrinar por vários endereços, até meses atrás os estúdios funcionavam na rua Bento Viana, centro da cidade ao lado da Catedral de Nossa Senhora da Conceição. Por razões de inadimplência de aluguéis, o proprietário do prédio retomou as salas e a rádio viu-se obrigada a mudar para a rua Afonso Campos, em sala cedida no prédio do tabelião Ivandro Cunha Lima onde funciona o Cartório de Registro de Imóveis da cidade.
A emissora há anos funciona contabilmente no vermelho e sua programação deixa a desejar, sendo por isso mesmo baixíssima a audiência em quase todos os horários, em sua maioria vendidos a radalistas e curiosos.
Segundo influente radialista local, a Cidade AM na verdade é uma “gambiarra de AM que ninguém consegue ouvir em Campina Grande”.
Com licença para 10 kilowatts, a rádio opera muito aquém dessa potência, daí porque o seu sinal não consegue chegar aos bairros mais afastados da cidade e até mesmo em partes centrais o ruído da transmissão afugenta os prováveis ouvintes.
Além da má gestão de Felipe Gadelha, que de rádio só entende a parte de fone de ouvido que acopla ao celular, há uma notória falta de sintonia entre os donos Armando e Renato que, embora sejam amigos de longa data por afinidades profissioanais no ramo da Medicina, se acreditam mestres em radiodifusão, no que estão redondamente enganados.
O resultado dessa mistura é catastrófico para a rádio, que atualmente vive o seu ocaso, já se prevendo o fechamento para muito em breve, mesmo porque sequer viabilizou-se financeiramente para migrar para FM como já o fizeram as outras AM’s da cidade – Caturité e Cariri.
“O problema é que eles não querem vender”, explica um funcionário que goza da confiança dos dois proprietários. E explica mais: “Dalton (Chanceler da gigante Facisa, irmão de Renato Gadelha) quis comprar para colocar lá junto da TV Itararé, mas Dr. Armando não topou”.
Segundo o informante, Dalton Gadelha teria comprado a emissora e imediatamente teria colocado ela para funcionar em FM.
Por outro lado, ainda segundo o informante, “nem Renato se interessa, nem o filho Felipe”. Ou seja, diz ele: “Tá faltando dono. Dr. Armando só se interessa pela FM comunitária lá em Esperança”.
A expectativa dos que ainda trabalham na Cidade AM, seja com horário comprado ou com carteira assinada (a minoria), é a pior possível.
– “Acho até que vão desativar o estúdio aqui de Campina”, revelou um deles à reportagem d’APALAVRA.
2 Comentários
Eu não sabia que o cartório de Ivandro, era na Afonso Campos não!
Pelo que eu sei. É na Vidal de Negreiros!
Seu vigilante leitor está certo, Tião: o Cartório de Ivandro, prédio onde hoje funciona também a radio Cidade AM, é na rua Vidal de Negreiros e não na Afonso Campos. A emissora mudou tanto de endereço que confundiu até mesmo o redator d’APALAVRA.