Miguezim de Princesa
I
A janela partidária
Se abre até amanhã.
Quem não trocou de partido
E não comeu da maçã
Ou troca até meia-noite
Ou fratura a pucunã.
II
– Corre e assina logo
E faz a filiação!
– Deixa eu ver a nominata:
Eita, só tem tubarão!
E agora o que é que eu faço
Pra sair dessa aflição?
III
O cabra passou três anos
Só raspando a mandioca,
Veio o chefe do partido:
– Ninguém fecha minha biboca!
A farra está começando,
Coisa boa é troca-troca!
IV
– Só pode trocar agora,
Pois depois não pode mais,
O TSE não deixa,
Cassa até o satanás,
Cuidado com o carequinha
Alexandre de Morais!
V
– Morram os cabrestos morais,
Porque quem manda é o povo!
Gritou o véi no palanque,
Para ver se eu me comovo:
– Já passa da meia-noite
E eu só tô com um ovo!
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