MARCOS MAIVADO MARINHO
A cidade d’O Maior São João do Mundo, e por extensão todas as demais do Estado da Paraíba, foram neste sábado envergonhadas em horário nobre da principal rede de TV do País – a Globo.
Não fosse um ‘cabra da peste’ chamado Amazan, que tira da sua sanfona acordes do que tem de melhor na música regional e consegue fazer jorrar da alma e do coração versos capazes de imediatamente arrastar qualquer um para forrozear no terreiro, nenhum conterrâneo teria mais, doravante, a disposição de botar a cara na rua…
Menos mal, haverão de dizer os meus contumazes críticos escudando-se na certeza de que o meu ex-vizinho hoje prefeito em Jardim do Seridó (RN) tem de que é um dos ícones do forró brasileiro.
Menos mal, digo eu, porque felizmente a transmissão se circunscreveu apenas aos Estados da região, minimizando a desconcertada e proposital cara de pau de Eduardo Carlos e demais diretores das duas afiliadas da Globo na Paraíba, que continuam mostrando despreparo, má vontade e falta de empenho para promover e até mesmo brigar pelos valores artístico-culturais de Campina Grande, João Pessoa, Monteiro, Itabaiana e outros celeiros estaduais repletos de maravilhosos artistas.
A inoportuna LIVE teve tudo de ruim, menos os cenários das demais capitais onde atrações locais foram pautadas para “encher a linguiça” do horário.
Até um apresentador (sic?!) chinfrim acho que natural de Caruaru e merecedor de tomar urgentes aulas de Abílio José ou de Cleber Morais, pisou feio na maionese…
Nem mamulengo parecia!
E foi exatamente o que faltou para dar ainda mais brilho às entradas do sanfoneiro campinense na horrorosa produção da Globo Nordeste. Uma bandeirola que fosse, um quadro retratando o São João do carneirinho, uma fogueira estilizada ao fundo do ambiente…
Mas nada…
Ou, tudo a denunciar que as TV’s dos filhos de Seu Zé do café e da canjiquinha estão à beira da falência, algo a se lamentar.
Bandeirinhas de São João, abanos, balões de papel manteiga, panelas de barro, quenga de coco, cabaço, cangalhas de burros, bonecas de pano… Juntando um mói dessas coisinhas tão apropriadas para a época a conta não passaria de míseros reais, coisa que parece estar mesmo faltando na boca do caixa da TV Paraíba e da CBN locais ou, se não, a mufunfa aqui arrrecadada viaja direto para ser bem fechada nos cofres de João Pessoa.
Ocorre que, na realidade, o proposital descalabro não se dá por acaso e nem pela primeira vez em se tratando de Cacá ou de Eduardo Carlos, os pimpolhos que tomam conta dos negócios no império do velho José Carlos da Silva Júnior e que, ao largarem a borda do Açude Velho onde o pai amealhou a fortuna que a todos sustenta, se deslumbraram com a orla de Tambaú e de Campina só querem ver o dinheiro que ainda cai nos cofres das empresas.
Daqui eles, contrariando o pai quando ainda dava pitacos nos negócios, levaram a sede do Jornal da Paraíba para João Pessoa, aonde logo depois fecharam-lhes as portas.
A TV Paraíba, que era orgulho em pessoal e em técnica, foi sucateada e o quadro de colaboradores se resume a pouco mais de meia dúzia de dedicados jovens, obrigando o espectador de Campina Grande e Região a assistir à produção amadorística de despreparados repórteres mostrando a criminalidade das Cinco Bocas de Mandacaru, os buracos do Mussum Mago, a seboseira dos mercados públicos, a prostituição na orla do Cabo Branco e outras pautas que não dizem o menor respeito e sequer despertam o interesse da parte paraibana que mora após a ponte do rio Sanhauá.
O exemplo do “pouco caso” com Amazan é apenas um.
Mas que pelo menos sirva para acordar as agências de publicidade e o empresariado local para darem prioridade às outras empresas de comunicação que conseguem valorizar o povo de Campina Grande.
Como dá para ver, os Carlos já estão satisfeitos com o que conseguem amealhar em João Pessoa.
2 Comentários
Ô homi maivado pra eu gostar das suas maivadezas… Só aplica na jugular!
Quanto ao forró show de Amazan e Fulô de Mandacarú.
Avaliei os demais muito abaixo do nível da tradição forrozeira do Nordeste.