opinião

One of a kind

14 de maio de 2023

Marcos Pires

Eita que hoje eu me espalho! Pra começo de conversa o título vai em inglês porque tratarei DO CARA americano. Viveu apenas 47 anos (teve uma morte incrível), porém foi intenso. Estadista, político, acadêmico, comandante militar, advogado, banqueiro e economista. Foi um dos pais fundadores dos Estados Unidos. Foi também um dos mais importantes proponentes da Constituição federal americana e suas ideias sobre o sistema financeiro dos E. U. A. ainda hoje sobrevivem e valem, em consequência de ter sido o principal autor das políticas econômicas do governo de George Washington, o primeiro Presidente da nação americana.
Querem mais? Pois tem muito mais.
Quando visitei sua casa, The Grange, ouvi que ele teria tido participação destacada na Guarda Costeira, no partido federalista e no jornal New York Post, além de ter estabelecido o primeiro banco central dos Estados Unidos, predecessor do Federal Reserve. Implementou o sistema de tarifas alfandegárias e propôs as relações comerciais amigáveis com a Grã-Bretanha, logo depois da guerra da secessão, onde fora um dos seus maiores soldados defendendo a independência dos Estados Unidos. Pregava um governo central robusto, liderado por um vigoroso poder executivo, uma economia comercial avançada, bancos controlados pelo governo, apoio à manufatura e uma instituição militar forte. É considerado o pai da indústria americana.
Alexander Hamilton foi abandonado pelo pai, sendo criado pela mãe que faleceu quando ele tinha apenas 13 anos. Pelas ligações que manteve com os principais personagens da guerra da independência destacou-se através da sua extraordinária competência e chegou a ser Ministro das Finanças dos E. U. A..
Como tenho pouco espaço, vou resumir muito o que aconteceu depois. De acordo com o peculiaríssimo sistema eleitoral vigente à época, em 1800 Thomas Jefferson e seu colega de chapa Aaron Burr derrotaram o candidato à reeleição John Adams. Ocorre que no colégio eleitoral ambos tiveram 73 votos e no desempate Hamilton apoiou Jefferson, que se tornou Presidente tendo Burr(derrotado) como vice-presidente. Aí começou a quizumba.
Alexander disse que o Burr não era confiável, além de outros “elogios”. O vice-presidente desafiou-o para um duelo. Anos antes o filho de Hamilton havia morrido em consequência de outro duelo e ele redigiu um testamento dizendo que abdicaria do seu tiro.
Imagino a cena. Num amanhecer enevoado os dois de costas um para o outro dão dez passos em sentidos opostos e ao final viram-se. Hamilton elegantemente levanta sua pistola para o céu e dispara, perdendo o tiro. O calhorda não. Atira em Hamilton, que morreria no dia seguinte.
A história precisa resgatar esse cara!

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