Por mais inacreditável que possa parecer, a proposta de reforma da Previdência, enviada pelo Governo da Paraíba à apreciação da Assembleia Legislativa do Estado, é muito pior do que a sugerida por Jair Bolsonaro, que por si só já era um massacre; e, pior ainda, se comparada com a reforma previdenciária aprovada pelo Congresso Nacional, aliviada nas duas câmaras por bons cortes ao que propunha o Palácio do Planalto.

Dias antes, o comentarista contraponto do Correio Debate, João Costa, já havia anunciado que o Palácio da Redenção tinha um pacote de maldades para desembarcar na Assembleia Legislativa do Estado, a Casa de Epitácio Pessoa. Não faltou quem duvidasse, até porque o governador João Azevedo reiteradas vezes manifestou-se contrário à reforma nos termos propostas por Bolsonaro…

Mas não deu outra: o pacotão chegou a Assembleia fumegante. Ali, caiu como uma bomba de altíssimo teor explosivo. O estrago proposto é tão grande, que até os bolsonaristas ficaram contra.

Pontos conflitantes

A coluna procurou saber das oposições na Assembleia quais os pontos de conflito do que propôs o governador João Azevedo. As respostas vieram do deputado Raniery Paulino (MDB):

Primeiro: a articulação para não se permitir o debate sobre tão relevante questão, quando é preciso cumprir o rito correto com a realização de audiências públicas, cumprimento de prazos para emendas;

Segundo: problemas de mérito, com relação à alíquota. Esta é a grande questão que desagrada tanto à oposição, quando à classe dos servidores públicos estaduais. Raniery pergunta, para fundamentar o ponto de vista contrário à proposta: “Ora, como é que um servidor que ganha menos de um salário líquido, na Paraíba, vai ter descontado dos seus vencimentos entre 11% e 14%, quando há Estados – e o próprio Governo do Brasil – em que a faixa começa com 7,5%?

Terceiro: o tempo de aposentadoria dos professores que, inclusive, poderia ser diminuído em cinco anos, mas isto não está sendo observado no projeto enviado pelo Governo da Paraíba para apreciação da Assembleia Legislativa.

Equívoco

Os porta-vozes do Governo, inclusive na imprensa, lançam mão do discurso falso de que todos estão contra a reforma, inclusive aqueles que foram a favor dela no âmbito federal, proposta por Jair Bolsonaro.

É meia-mentira. Ninguém está contra a reforma, mas se opondo aos termos em que o Governo do Estado propôs, massacrando quem não aguenta mais ser massacrado: os famosos barnabés.

Olha o resultado

Na tumultuada manifestação dos servidores públicos, ontem na Assembleia Legislativa, o que mais se via era trabalhador que empunhou bandeira em favor de Jair Bolsonaro para a Presidência da República. O resultado eles estão colhendo agora. Aliás, colhendo não: amargando.

Afinal, toda essa polêmica é desdobramento da Reforma da Previdência proposta pelo presidente que faz arminha, privilegia os mais ricos e massacra os necessitados.
Danado é que parte deles ainda não se deu conta do que está acontecendo, ou seja: do que tem por trás do projeto que ajudaram a por no poder.
Lamentável!

Wellington Farias 

PB Agora