Por GILBERTO CARNEIRO
EM meados de junho deste ano escrevi aqui neste espaço um artigo em que abordava o trabalho paroquial de padre Egídio. Por conta deste texto esta semana um blogueiro que possui uma certa “fixação” pela minha pessoa reproduziu o artigo fazendo insinuações maldosas. Mas reitero, não retiro uma palavra do que escrevi naquela época.
Não cabe a mim julgar padre Egídio. Esta atribuição é do Poder Judiciário, sendo assegurado ao acusado os princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e da presunção de inocência.
As acusações que pesam contra ele são graves, mas não me impedem de dar um testemunho do seu sacerdócio. Houve uma época em que me encontrava fragilizado espiritualmente e um acontecimento mudou meu estado de espírito. Estava afastado da igreja, com o coração transbordando mágoas e revolta, e por insistência da minha esposa fui à missa naquele domingo de noite chuvosa na Paróquia Santo Antônio do Menino Deus. O celebrante era padre Egidio. Em um determinado momento da missa desceu do altar e começou a aspergir os fiéis. Ao chegar perto de mim, me aspergiu, olhou-me nos olhos e disse-me baixinho para serenar meu coração.
O fato é que a partir daquele dia passei a frequentar a missa todos os domingos, me envolvi com os trabalhos da igreja participando ativamente da realização do primeiro ECC e EJC da Paróquia. Atualmente, eu e minha esposa, participamos como coordenadores de Círculo.
Há alguma coisa de errado com os seres humanos. O cinismo, a falsa moral, a hipocrisia e o oportunismo são “atributos” inerentes ao mundo hodierno. Quando vejo algumas personaldades do mundo político que até bem pouco tempo bajulavam padre Egídio e que hoje lhe atiram pedras sem dó, piedade ou comiseração, me vem a impressão que agem assim para não chamar atenção para os seus próprios podres poderes.
Quanto à imprensa, toda generalização é prejudicial, pois existem muitos profissionais da mídia que agem com ética e respeito à fidelidade da notícia. No entanto, infelizmente há uma gama considerável de profissionais da grande mídia de comportamento asqueroso.
E vieram as plataformas, os pod cash, os blogs, sites e as mídias sociais. Se por um lado potencializou o jornalismo independente, por outro viés fomentou uma espécie de uberização da notícia facilitando a proliferação dos “picaretas” da informação. Qualquer pessoa se acha capaz de gerir um site de notícias e o faz para o bem e para o mal. Quando ouço e vejo alguns desses tipos bradarem exasperadamente palavras de ordens moralistas atirando aos leões pessoas acusadas sem lhes assegurar o mínimo direito ao contraditório, tudo pelos cinco minutos de fama, percebo que fazem isso para dissimular e não chamar atenção para o esgoto em que rastejam nos bastidores das relações de poder, quando achincalam, ameaçam e chantageiam para obter vantagens em tudo.
Lembro-me de um episódio em que fui alvo desse tipo de abordagem no exercício dos diversos cargos no alto comando da gestão pública municipal e estadual. Uma vez um quarteto de uma determinada emissora de rádio e tv me convidou para almoçar. O recado foi subliminar: –“podemos enaltecer o trabalho da sua pasta. Nós o ajudaremos, você nos ajudará, mas se não aceitar ( …)”. Optei por dispensar a “ajuda”, porque para mim isso é milícia. A consequência é que a partir de então passei a ser perseguido de forma implacável, conjuntamente ou isoladamente.
1 Comentário
Por menos do que isso, uma associação de imprensa, dirigida por Heron Cid, divulgou uma nota repudiando, um vereador de uma cidade pequena, porque chamou dois jornalistas de Abutres da Notícia e pedindo providências ao presidente da Câmara de vereadores.