Onde estão meus bares de antigamente? E as ruas antigas dos meus tempos primeiros? Cansei de procurar por eles e nem notícias me deram. Sumiram, foram engolidos pela fome de cal e tijolo, pelos edifícios que surgem como moscas nas antigas ruas tranquilas de tranquilos passeios.
Não vi mais as veredas que perfuravam o matagal, formando caminhos entre a minha casa e o Bar de Renato. Botaram asfalto no chão, engoliram as estradas, assassinaram o verde, derrubaram as árvores, entupiram as lagoas.
“Esquema” não passeia mais o seu barrigão pela rua, mudou de lugar, foi para o céu. Goró também foi embora. Sargento Oliveira foi transferido de destacamento. Duda levou sua sanfona para tocar forró noutras paragens. E Anibal? E Tilá? E Geraldo Gereba?
Na feira do Geisel não vejo mais o Bar do Zezão. Derrubaram tudo em nome de uma reforma que nunca aconteceu.
E com o Bar de Zezão sucumbiram Anacleto, Zé da Cagepa, Elcimar, aquele velho simpático que se gabava de engolir um copo cheio de cachaça sem fazer careta, o delegado Gilberto, o próprio Zezão, a Turma da Manzuá…
Madame Jô do Grotão foi obrigada a arrumar os panos e instalar seu ninho de amor além fronteiras. O Grotão emendou com o Colinas do Sul, daqui a pouco chega a Jacumã pelos aceiros da 008.
E Jacumã, hein Bigu, cadê a Jacumã dos meus pastos? Ainda existe o Chifre de Ouro, o Arrocha Aro? Otacílio Trajano jura que sim, mas Otacílio não veleja por esses mares, prefere as paisagens de Carapibus e o aconchego de Zeka. Ou então a liberdade de Tambaba, onde se anda nu na companhia dos mosquitos.
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RECORDAÇÕES MATADEIRAS APESAR DA COMPANHIA MUSQUITOLÓGICA FIOFORAL.