Por: Aldo Ribeiro
Rede Paraíba de Comunicação, IBOPE. Sistema Correio de Comunicação, Instituto Método. Em menos de dez dias, os dois gigantes da comunicação do estado divulgaram suas respectivas pesquisas eleitorais para sucessão do governo do estado. E acreditem: nas duas pesquisas o ex-governador Maranhão lidera com larga vantagem sobre o 2º colocado, disputado palmo a palmo entre João Azevedo e o gêmeo Bláblártaxo. Até aí tudo bem, não fosse um pequeno detalhe: as ruas. Nessas eleições de um modo geral, é notória a pouca empolgação da população comparada a eleições anteriores. Além da descrença quase que generalizada com a política, há também uma série de novas regras na campanha eleitoral, que de certa forma racionaliza o processo eleitoral, mas ao mesmo distancia o eleitor desse processo.
Ainda assim, dentro dessa percepção de racionalização e descrença é possível sentir a atmosfera. Talvez, justamente por essa racionalização na forma de ver todo o processo, fica mais fácil fazer uma leitura menos intuitiva e mais perceptiva.
Daí vem minha indagação ao caro leitor: você realmente acredita que Maranhão, no alto dos seus oitenta e tantos anos e três vezes governador, é líder disparado e favoritíssimo a voltar ao Palácio da Redenção em Janeiro de 2019? Qual seria então o interesse dos grandes veículos de comunicação da Paraíba, à ponto de o Sistema Correio ignorar solenemente uma pesquisa encomendada pela Rede Record, sua patroa, sem citá-la em nenhum de seus programas?
Percebam que o gêmeo Bláblártaxo, vai gradativamente sendo colocado à margem do processo. Não decola. Não empolga. Comentei em alguns artigos anteriores o tiro no pé que a oposição das famílias estava dando ao fechar uma chapa tão bizarra. Um amontoado de parentes de três famílias querendo tomar conta do estado. Transformou-se num salve-se quem puder. A unidade foi pro espaço, leia-se por exemplo, o futuro ex-senador Cássio e Daniela Ribeiro.
Querem por que querem a polarização entre João Azevedo e Maranhão. Aqui na base da pirâmide, na conversa com o cidadão comum do boteco, das esquinas, das peladinhas do domingo, há uma notória propensão de voto no PSB. Seja pela aprovação expressiva do projeto capitaneado pelo governador Ricardo Coutinho, seja pela aversão aos candidatos da chapa opositora onde Cássio é a grande referência, seja pela bizarra possibilidade de termos um prefeito de capital e um governador do estado, irmãos e gêmeos.
Talvez, de forma estratégica, os barões da comunicação entendam que num possível 2º turno, coisa que eu ainda duvido que aconteça, Maranhão ainda seja a melhor opção para o enfrentamento. Por ainda ter um lastro eleitoral significativo espalhado pelo estado e pra obviamente eliminar qualquer chance de união entre PSB e PMDB num 2º turno.
Mas repito, as pesquisas das ruas, do dia-a-dia, é totalmente diferente das pesquisas da Rede Paraíba e Sistema Correio. Observem receptividade e festa à candidatura de João Azevedo de cidades como Princesa Isabel, Sousa, Patos e outras tantas cidades do estado. E sobretudo aqui em João Pessoa, percebam o silêncio racional da cidade. Céticos talvez, cegos de jeito nenhum.
“Tô vendo tudo, tô vendo tudo, mas fico calado faz de conta que sou mudo”.
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