opinião

Os radicais temporãs

9 de março de 2022

Miguel Lucena

Há pessoas que levam uma vida normal, sem aumentar nem diminuir, indo para o trabalho e voltando, comprando o pão na mesma padaria e indo dormir no mesmo horário. De uma hora para outra, resolvem fazer o que muitas outras fizeram na adolescência e juventude, como atuação sindical, social ou política.
O problema dos militantes temporãs é que eles acham que tudo é novidade, nada foi feito antes, e começam a exagerar.
Um sindicalista velho juntou um grupo de aposentados para invadir salas de diretores de uma conhecida instituição. Dava até pena ver aqueles senhores de cabelos brancos exasperados como radicais juvenis.
Conheci um deputado que, na meia idade, queria imitar os jovens rebeldes do MDB, partindo para cima dos partidários divergentes, querendo exterminar os infiéis ou dizendo impropérios ao governante de plantão. Vigilante, o senador Humberto Lucena ponderava: “Pé no freio, Babá”!
Alguns, porém, mesmo velhos, já começam pelegos: ficam com aquela conversa mole de “tapioca mordeu beiju”.

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