- Ricardo Coutinho, presidente da Fundação João Mangabeira(FJM) e ex-governador da Paraíba, disse na abertura da Conferência Nacional da Autorreforma que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) “tem tudo para ser um grande partido, que não renega o seu passado; bebe na generosidade do socialismo, mas que, ao mesmo tempo, reconhece as mudanças que vêm ocorrendo no mundo e tenta direcioná-las em defesa dos interesses da população. Nós devemos construir o PSB como o grande partido do povo brasileiro. Queremos ir além do tradicional na política; queremos voltar a tocar o coração do povo”.
“Estamos tornando público um documento-base, que será enriquecido por várias ideias e, daqui a um ano e meio, no nosso Congresso, iremos votar não só a Carta Programa e o nosso Manifesto, mas, efetivamente, um projeto de nação que possa dar ao PSB um papel de protagonismo na política nacional”, afirmou.
Para Coutinho, “a nossa base é o trabalho, a organização social e as políticas sociais, que mudaram completamente. Hoje nós temos nesse país 15 milhões de trabalhadores ditos, uberizados, que não conseguem sequer se reunir em uma associação. O desemprego no Brasil é crônico e afeta 13% da população economicamente ativa e a tendência mundial é o aumento do desemprego. Alguns países já conversam sobre a adoção de uma renda mínima para não afundar a sua economia. No Brasil, toda reforma retira direitos do povo, mas não há uma reforma ou projeto que retire direitos do sistema financeiro. O lucro dos bancos brasileiros foi de R$ 127 bilhões no ano passado. Chegamos hoje a 6,5% da nossa população abaixo da linha de extrema pobreza. O Brasil é um país rico e não pode ser tão ingrato para com o povo. A população quer um partido que dialogue com as causas ambientais, com a nova economia, uma economia com democracia”.
Coutinho vê o socialismo como contraponto ao neoliberalismo. “Precisamos compreender que o Brasil e o mundo passam por uma transformação terrível, dominados pelo ultraliberalismo, por um conceito rentista onde todos – à exceção de uma ínfima minoria – podem perder. Devemos rejeitar tudo isso que aí está, mas não apenas rejeitar; precisamos abrir uma porta, um caminho consequente de mudanças. Remar contra o neoliberalismo é uma necessidade da humanidade, que só sobreviverá se derrotar esse modelo excludente”.
Para o ex-governador, o PSB deve ser um partido que interaja com o resto do mundo e, particularmente, com a América do Sul. “Nós somos parte do que está acontecendo no Chile. Estamos alegres com a derrota do neoliberalismo na Argentina e sofrendo pelo resultado das eleições no Uruguai. Somos irmãos do povo indígena da Bolívia, que hoje enfrenta uma ditadura terrível. Temos que nos unir às forças progressistas desses países e de países europeus, principalmente de Portugal”.
Para Coutinho, a Conferência da Autorreforma é mais uma contribuição do PSB e da FJM para a evolução da esquerda brasileira. “Carlos Siqueira, o nosso presidente nacional, é o grande organizador desta Conferência da Autorreforma; foi quem chamou todo o partido par fazer um processo que não está na moda e que, talvez, nenhum partido, com exceção do nosso, tenha coragem, nos momentos atuais de fazer. Então, este comando é do presidente Carlos Siqueira. Quero também ressaltar a determinação e agradecer o esforço de todos que fazem a Fundação João Mangabeira, braço institucional do PSB, particularmente nosso diretor Fábio Maia, que organizou grande parte desta Conferência”.
Coutinho ainda lembrou que a Fundação João Mangabeira e o PSB estão lançando duas publicações no evento, a revista Pense Brasil – Meio Ambiente: Fronteiras e Profundidades e o livro História do Partido Socialista Brasileiro – Rio Grande do Sul. E anunciou a primeira etapa do É Socialista, com as experiências socialistas de gestão espalhadas por várias cidades e Estados deste país, também para início do próximo ano.
Ainda para o início de 2020, Coutinho anunciou que a Fundação está elaborando uma plataforma digital eleitoral para os candidatos majoritários e proporcionais, um instrumento para organizar as campanhas eleitorais dos candidatos do PSB.
5 Comentários
Falou o mestre. Meu eterno governador.
O Psb cometeu um grande equivoco votando pelo impeachment da Presidenta Dilma, mas tem tudo tudo para seguir em frente e ser um grande partido.
No meu ver alem da grande capacidade administrativa, Ricardo Coutinho agrega outras qualidades que hoje em dia andam escassas: postura, ideologia definida que não muda ao sabor dos ventos como 99% dos politicos atuais. Espero em breve poder votar de novo nessa Paraiba que orgulha a maior parte de seus conterrâneos.
DE FATO! A DITA CLASSE DIRIGENTE QUE TRAFEGA NA POLÍTICA PARTIDÁRIA, EM SUA MAIORIA GIGANTESCA, TEM ESFORÇOS, QUASE EXCLUSIVAMENTE, VOLTADOS PARA A REPRESENTAÇÃO DO DINHEIRO E DO CAPITAL SOCIALMENTE IRREPRODUTIVOS E ESTÉREIS NO TOCANTE A PRODUÇÃO DE BENS. A POPULAÇÃO, GERALMENTE IGNARIZADA PASSA AO LARGO DAQUILO QUE ACONTECE AO SEU REDOR, NÃO COMPREENDENDO OS MECANISMOS QUE A INSERE EM CONTEXTO DE ABSOLUTA APATIA NO TRATO COM TUDO QUE MAIS LHE INTERESSA. ENQUANTO ISSO, SEM RESISTÊNCIA, AS DUAS CASAS LEGISLATIVAS MAIORES, SEM EMPECILHOS, VOLTAM E APROVAM TUDO QUANTO É DIRIGIDO NO SENTIDO DE RETIRAR DIREITOS FUNDAMENTAIS DA POPULAÇÃO, EM BENEFÍCIO DOS QUE GANHAM SEM PRODUZIR MAS QUE CONSEGUEM MANIPULAR AS INSTITUIÇÕES QUE DEMANDAM APARÊNCIAS DE MAIS ABSOLUTA INSUSPEIÇÃO. URGE ORGNIZAR E ESCLARECER A POPULAÇÃO,INCLUSIVE AQUELA QUE SE IMAGINA COMPONENTE DA CLASSE MÉDIA, PARA OS PERIGOS QUE SE AVIZINHAM E PARA A ACENTUADA NECESSIDADE DE MOVER-SE EM SENTIDO OPOSTO AO QUE VEM ACONTECENDE EM SEU DESFAVOR. CASO CONTRÁRIO SEU DESTINO SERÁ A EXTINÇÃO, OU TRANSPLANTE PARA PATAMARES INFERIORES ÀQUELES QUE, ENGANOSAMENTE IMAGINAM POVOAR.
Concordo com você Eugênio