Pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto

Confesso que sinto medo do discurso odiento dos partidários do senhor Jair Bolsonaro. Eles não argumentam, não mostram porque seu candidato é melhor do que o meu. Apenas agridem, chamam os adversários de ladrões, corruptos e coisas assim.

Sim, também justificam o voto em Bolsonaro por ser ele, como dizem, contra a ideologia de gênero.

E o que vem a ser isso?

Trocando em miúdos, Bolsonaro é contra o homossexual.

Ou seja, quem não é certinho, dono de um comportamento que atenda os padrões da família tradicional, não presta.

Tem mais: o senhor Bolsonaro se apresenta como o homem que vai prender e arrebentar. Vai dar porte de arma a todo mundo e acabar com essa farra do bolsa família.

Eu me arrepio ao ver a fúria dos bolsonarianos.

Não nasci naquele tempo, mas li e vi no cinema o que os nazistas fizeram com as minorias.

Milhares de judeus foram jogados nas câmeras de gás. Homens, mulheres, velhos e crianças morreram aos montes em nome da limpeza da raça.

Esse filme começa a ser reprisado, em doses homeopáticas, reconheço, mas começa a passar outra vez nas telas da vida brasileira.

O principal personagem, devidamente maquiado pelos marqueteiros, apresenta-se com cara de santo. Está atrás dos votos dos que proclamam os ensinamentos bíblicos e para ele não é conveniente botar as garras de fora. Pelo menos por enquanto, não é.

Mas o passado o condena.

Olhem o youtube, revejam as redes sociais, escutem suas declarações.

Ele não pode ter mudado da noite para o dia.

Ele não mudou.

Pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto.