Todos os jornalistas do meu tempo tinham a certeza de que seus filhos jamais morreriam à míngua, mesmo não contando com dinheiro para pagar um plano de saúde ou uma consulta particular. Todos eles, eu inclusive, tínhamos na figura de Paulo Soares o remédio para nossas angústias, o alívio de nossas preocupações.
A minha filha mais velha era acompanhada por ele desde o nascimento. Certa vez precisei interna-la num hospital particular, mas quem foi lá cuidar dela até sua alta foi Paulinho.
Nunca cobrou um real de nós. Também não cobrava de quem não podia pagar.
Sua clínica era lotada. E ele atendia com um sorriso de felicidade.
Paulinho morreu hoje à noite, aos 80 anos.
Quem primeiro me deu a notícia foi Martinho Moreira Franco.
E o fez com esta frase que resume tudo: “Paulo Soares não há mais”
Fazia tempo que não o via. Sabia, por intermédio de Paulo Márcio, seu sobrinho, que estava doente.
Mas achava que era charme. Paulo Soares, boêmio, bom copo, boa prosa e excelente presença de espírito, costumava pregar peças nos amigos para descontrair a convivência.
Só que desta vez, infelizmente, ele se foi de verdade.
O corpo será velado amanhã no Parque das Acácias.
E com certeza todas as suas crianças, hoje crescidas e levando outras crianças no colo, irão se despedir dele.
Boa viagem, boêmio, cuidador dos nossos meninos.
Nós ficamos aqui, ainda, a morar nesse mundo cada vez mais sem graça.
2 Comentários
Fiquei triste Tião com essa notícia, pois Dr. Paulo era médico da minha neta Maria Luiza. Meu Deus, ela vai ficar muito triste com essa notícia. Ela tinha uma confiança enorme nele. Que Deus o coloque em um bom lugar.
Doutor Paulo é Itaporanguense. Nasceu no sítio Cardoso na rainha do Vale do Piancó. Irmão do também ilustre Soares Madruga. Itaporanga chora pela ausência de doutor Paulo Soares