Doce Júlia, perdoe esse mundo que a fez nascer e não lhe deu o direito à sobrevivência.
Perdoe o ciúme doente da mãe, logo da mãe, cujo amor doentio foi capaz de superar o amor materno.
Perdoe os que não entendem o drama que você não criou, mas que dele fez parte.
Perdoe a faca assassina que lhe minguou a vida.
Perdoe a mão desesperada que, na ânsia de vingar o abandono, tirou do mundo a semente daquilo que um dia se chamou amor.
E se outro mundo existir, que nele você encontre o aconchego que lhe faltou no lar que lhe deram.
Nos pais que lhe emprestaram.
No leito que lhe enlevava o sono e que lhe serviu de tumba.
6 Comentários
Parabéns pelo texto, esse crime abalou a PARAÍBA.
O Final dos Tempos já começou faz tempo!!!
É só questão de tempo!!!
Tenho certeza disto…
Um dos mais belos textos de Tião Lucena!!!
É de uma emoção poética tão grandiosa, que abala o sentimento de qualquer ser humano,por mais frio que ele seja!
Merece uma placa de bronze na portaria do céu?
Grande Tião, texto belíssimo, espero que alcance a família para ajudá-los a superar esse momento, sem dúvidas é um dos mais belos textos que já li sobre as tragédias que acometem esse mundo.
Você que nos alegra no dia dia com suas pitadas de humor, hoje nos trouxe uma emoção inenarrável aqui.
Parabéns.
Eu trabalho como Necrotomista no IPC do Cristo, todo mundo ficou arrasado, até os mais experientes, foi o dia mais triste que trabalhei na minha vida.
Não tenho palavras a respeito deste texto,as lágrimas é sinonimo da minha tristeza,meu Deus aonde iremos parar como uma mãe faz isso com sua própria filha.