1BERTO DE ALMEIDA
# – acho legal o chamado “recesso parlamentar”. Pois é. Um dia desses, dando umas voltas por aí, livre como um táxi numa manhã de domingo, fim de tarde no Ponto de Cem Réis, nenhuma falta senti de alguém que me representasse, defendendo os meus direitos (sei dos deles e dos meus deveres) e fazendo alguma coisa para o crescimento da minha cidade e melhoria de vida do nosso povo. A mesma coisa acontece quando algumas categorias entram em greve. Nem percebo. E quando isso acontece, peço a Deus que a sua – lá deles – greve continue por alguns bons anos.
# – a propósito, alguém já ouviu falar em “greve de banqueiros”? Nunca! E se um dia isso acontecer, nem uma preocupação lá deles. Antes mesmo de armar os seus piquetes em Dólar, sabem eles que esse é o Real, o Governo vem e investe bilhões nos seus bancos. Se isso já aconteceu? Besteira, menino, sempre. Os banqueiros são isso mesmo com Ph de Pharmacia. Têm lá os seus monossílabos, comem e cagam como qualquer animal, mas não têm medo. Não adianta: mandam porque podem. Agora fica a pergunta: que país foi esse?!
# – não vou entrar em detalhes, pois esses não têm a menor importância nestas mal-traçadas minhas. Tem mais: os professores Wellington Pereira, Sérgio de Castro Pinto e Frutuoso Chaves explicam bem melhor. Pode procurá-los. Mas uma manchete ou “manchete”, como querem os franceses, resume a notícia em poucas linhas, duas ou três, e tem como principal objetivo atrair o leitor para ler o texto. Claro? Então vamos a ela.
# – falando em Manchete, aqui na minha ilha cercada de livros e discos e filmes por todos os lados, sem desejar que alguém envie um barco de papel para que eu navegue por outras páginas nunca dantes estudadas, lembro que em tempos outros, alguns dos mais famosos jornalistas americanos – sempre eles – fizeram uma seleção de quais seriam as maiores manchetes do mundo. Os meus dois leitores imaginariam quais? Umas duas ou mesmo uma? Pois é. Imaginei algumas. Então lá vamos, cheios de cacofonia para ver se esses ex-crotos despertam para a necessidade de lavar seus corpos sujos nas privadas de casa, às vencedoras.
# – vamos pela ordem de grandeza. 1) Jesus Cristo retorna à terra; 2) Forma avançada de vida descoberta em outro planeta; 3) Mundo conquista paz permanente; 4) Guerra nuclear aniquila a maioria dos povos; 5) Inventada uma nova forma econômica de energia.
# – sobre as referidas aí em cima, não me venham dizer que sou pessimista por não acreditar nesse projeto de Deus chamado homem. Não insistam. Mas sempre achei que esse projeto de Deus nunca daria certo, e não deu. Não Deus. Se tivesse de escolher entre as manchetes aqui espalhadas a bem-vinda para este MB, somente tirando a “maioria” e acrescentando “ficou para apagar a luz, escrever a manchete e deixar uma carta contando sobre esse final feliz”, seria a de número 4. O mundo, sinceramente, ainda dá para retocar, mas o homem, desculpem, não tem jeito mesmo.
# – sigo vendo as manchetes do (des) governo do Bozo e me sentindo envergonhado até mesmo de lê-las (epa!) para os meus botões hoje mais carne do que osso. Pausa. Não são nada novas. O problema é essa memória teimosa que não me deixa esquecer. Tento, invento, faço alguma coisa diferente, como nos pediu um dia a Globo-bobo, mas não consigo deixar de repetir para esses botões que acabei de falar, que não posso acreditar num Governo que libera – tudo nos jornais – quase um trilhão (nem sei quanto vale isso!) para os bancos privados, enquanto os hospitais sofrem com a falta de seringas para aplicar vacinas no povão (esse em especial), mães dão à luz em táxis e presos passam dias “morando” nos carros da polícia pela inexistência de vagas nos presídios.
# – por fim, passada essa eleição em que não apostei no cavalo – não sou burro – nem nesse membro da Família dos Aligatorideos, o jacaré, estou sorrindo ainda com as artimanhas que nada de arte tem de alguns políticos nossos. O motivo do sorriso? Me acompanhem: o ex-deputado estadual Mikika Leitão, pai do deputado estadual Felipe Leitão foi eleito; Odon Bezerra, irmão do deputado estadual Hervázio Bezerra e tio do vereador Leo Bezerra também foi eleito; e Léo Bezerra que só não entrou na história como o J. Pinto Fernandes do Drummond porque foi candidato a vice do prefeito, agora eleito o Cícero Lucena, está de melé solto! Engraçado ou não? Eu acho.
2 Comentários
Sebastião, parabéns pela excelente aquisição. Um escritor que agrada pelo estilo e simplicidade. Escreve como poucos entre tantos que conheço. O interessante é que tem o mesmo estilo seu. Fácil. Bom de ler. Parabéns.1berto é pseudônimo?!
É não. É 1berto mesmo