Dércio Alcântara fez uma análise política bastante interessante neste domingo.
Segundo ele, o partido do atual governador deu uma bola fora ao formar, com antecedência de três anos, a chapa de 2026.
Ao escolher um Ribeiro para governador, o atual governador para o Senado e o deputado Hugo Motta para a segunda vaga de senador, o partido teria fechado as portas para outros postulantes com bastante densidade eleitoral e com uma forte dose de inconformismo.
E admite, na análise, a possibilidade de os descontentes abandonarem o barco governista, atraídos por convites tentadores dos adversários.
Dércio é mais novo do que eu e não deve ter visto o que já vi.
E por isso eu digo que a análise dele é benevolente.
Eu vou mais longe: nem precisa de tanto tempo para acontecer o que ele está prevendo.
Basta o governador perder a caneta para a turma começar a debandar.
Já vi esse filme antes.
Vi no Governo de Ivan Bichara, que era uma unanimidade.
Ivan deixou o Governo para ser senador. Não foi para disputar, foi para ser ungido.
Mas quando saiu do Palácio perdeu os amigos e perdeu a eleição.
Perdeu pra Humberto Lucena e perdeu pra Bosco Barreto, que nem campanha fez.
Em 1986 Wilson Braga saiu do Governo para disputar o Senado amparado em prestígio popular e em apoio unanime da Assembleia e da Câmara dos Deputados.
E mesmo mandando no governo biônico de Milton Cabral, perdeu para um desconhecido vendedor de carros chamado Raimundo Lira.
Ressalte-se que nem Ivan, nem Braga, escantearam companheiros de legenda.
Nem tiveram pela frente, como vão ter os atuais mandatários, um Ricardo Coutinho sem amarras no Judiciário e com sede de vitória.
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