Destaques

Porque hoje é sábado

14 de março de 2020

1 – Fabiano Gomes era o menino prodígio que Cajazeiras exportou para o mundo pelas mãos de Cássio Cunha Lima, seu amigo e benfeitor. Chegou aqui e venceu. Só que venceu além da conta. Sua conta de chegar nunca chegou. Sempre quis mais. E por querer, não se limitou aos ganhos lícitos da profissão. E o resultado estamos vendo agora. Preso, humilhado, arrasado, sem presente e sem futuro, acabado profissionalmente, dificilmente se reerguerá, o que lamento, pois sempre admirei seu talento e a sua coragem na abordagem que fazia durante seus programas.

2 – Fala-se que a prorrogação da cadeia de Fabiano decorreu de dois depoimentos prestados por Nonato Bandeira e por Luis Torres à Polícia Federal. Ambos disseram que Fabiano tentou extorqui-los, assegurando que possuía informações comprometedoras sobre os dois fornecidas por importantes autoridades policiais e do Ministério Público.

3 – Agora são 16 casos suspeitos de coronavirus na Paraíba. O Governo do Estado decretou situação de emergência. Ontem encontrei meu amigo Rubens Nóbrega no Manaira Shopping e nos cumprimentamos com um “xau” de longe. Abraço, acocho, aperto de mão e até beijo estão suspensos. O bicho pega no vento, qualquer coisinha dá rebordosa. Se bem que João do Bar ache que uma lapada de cana com caldo de feijão apimentado mata qualquer corona. Até mesmo o chinês.

4 – Amanheceu chovendo em João Pessoa. O calor diminuiu um pouco, mas acho que pra esfriar só um dilúvio de três dias e três noites emendadas, intiriças qui nem cantiga de grilo. Tenho notícias de chuvas em Princesa. Zé de Adauto, o homem do tempo na região, informa a quem interessar possa que outras precipitações pluviométricas estão por vir. Em Bananeiras choveu tanto que fez lama nas estradas vicinais. A nossa amiga Vera quase vai ao chão com sua moto depois de escorregar numa curva.

5 – O Mercado do Bairro dos Estados, embora bonitinho por fora, está fedendo por dentro. Principalmente no setor das carnes. É uma catinga de grude cachorra da mulesta. Não custaria nada à Prefeitura mandar lavar o mercado com água sanitária e creolina. Além do mercado, alguns estabelecimentos comerciais da redondeza estão com seus banheiros carecendo de uma lavagem. A sujeira é um convite ao coronavirus.

6 – Um portal de João Pessoa deu extensa cobertura à entrevista de Ricardo Coutinho à Sanhauá, mas hoje amanheceu peladinho, peladinho, tudo apagado, sumido, desaparecido. Que cousa! O que terá “assucedido”?

7 – Bolsonaro está isolado com suspeita de coronavirus. Fez teste e sexta que vem sai o resultado. Se der positivo, pegou nos steites juntamente com seu secretário de Comunicação. E não será demais achar que Trump também pegou, já que os três tiraram uma foto juntos, um ao lado do outro, os três bafejando os respectivos narizes e com certeza apertando as mãos e dando tapinhas nas costas.

8 – Josinato Gomes assistiu de perto a entrevista de Ricardo Coutinho e ao final abraçou o ex-governador e externou a sua irrestrita solidariedade. De Assunção, o vereador João de Paizin mandou este recado: “Estou acompanhando a entrevista de Ricardo. Transmita o nosso abraço a ele, por favor”. A mesma coisa fizeram o vereador Rivelino, de Cajazeiras e o ex-vereador Tita Galdino, de Juru.

9 – Escurinho acunhou em Dércio Alcantara e Anderson Soares em defesa de sua esposa, exposta pelos dois na tentativa de comprometer a solidariedade prestada pelo músico a prefeita Márcia Lucena. E avisou que vai processa-los.

10 – Nilvan Ferreira entrou para o MDB. Se diz pre candidato a prefeito de João Pessoa. Quero ver quando se afastar dos microfones. Esse caba está enganado com a cor da chita.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Neto Franca, João Vicente Machado, Zé Job Sobrinho, Josinato Gomes, Narriman Xavier, Maguila de Bananeiras,Paloma Gondim, Einstein Almeida  ,Aristeu Chaves, Fátima Ventura, Aparecida Ferreira, Jonas Duarte, Wellington Fodinha, Antonio Malvino, Quinto de Santa Rita e Bicudo Massaroca.

12 – Risadinha, aquele meu amigo que vive pedindo dinheiro a uns e a outros, estava esta semana prestes a consumar o ato sexual, quando a moça, com cara de triste, confessou:

– Estou doida pra tirar uma moto…

E Risadinha:

– Oxi, menina, nem botei ainda o cano de escape e tu já tá querendo a moto?!

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9 Comentários

  • Reply Delfos 14 de março de 2020 at 07:22

    O GUSTAVO.BEBIANO , RESPONSÁVEL
    PELA CAMPZNHA DO BOLSONARO, MORREU ESTA MADRUGADA EM SEU SÍTIO , NA REGIÃO SERRANA DO RJ.
    DIZEM QUE ELE ACORDOU NO MEIO DA NOITE SE SENTINDO MAL E FOI AO BANHEIRO TOMAR UM REMÉDIO PARA O CORAÇÃO, QUANDO SOFREU UM INFARTO FULMINANTE.
    A NARRATIVA NÃO LEMBRA A MORTE DO JANGO NO URUGUAI?

  • Reply Delfos 14 de março de 2020 at 08:26

    O Ricardo Noblat fez uma postagem irônica sobre o exame de coronavirus dl Bolslnaro.
    Quem respondeu foi o filho vereador;
    Um desenho de Exame da Próstata e outro de Ejaculação Precoce.

    O Golden Shower já pode ser classificado como “Exame de Hemorroidas “.

    Como Freud teria adorado fazer um Estudo da familia.

  • Reply Lumière 14 de março de 2020 at 10:09

    SOBRE O BOLSONARISMO E AS OPERAÇÕES MIDIÁTICAS

    O campo da mentira midiática ou judicialmente sancionada começa a se desenvolver ainda em 2016, quando Moro pede as chamadas escusas ao então ministro do STF, Teori Zavascki. Ali ele afirma que errou, mas que não “teve por objetivo gerar fato político-partidário”. Em 2017, depois de condenar o ex-presidente Lula pela propriedade do triplex e por recebimento de propina em troca de favorecimento em contratos da Petrobras, Sérgio Moro dá um passo adiante quando afirma, ao responder aos embargos declaratórios dos advogados do ex-presidente Lula, que o menos importante era se a origem dos recursos estava em contratos da Petrobrás.

    Por último, ele afirmou que não tinha nenhuma relação pessoal ou convite do atual presidente quando liberou trechos da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci alguns dias antes do primeiro turno das eleições de 2018. Assim, podemos dizer que o problema da mentira ou da dissimulação está presente na Lava Jato e nos comportamentos do juiz Sérgio Moro antes de alcançar o campo bolsonarista.

    Uma questão central nesta conjuntura e da qual, não por acaso, quase nada sabemos, porque nenhum órgão de imprensa se propôs a investigar, é qual foi a relação entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro (ou os militares) entre 2015 e outubro de 2018 quando o primeiro foi então convidado a assumir o Ministério da Justiça do recém-eleito presidente. Sabemos, no entanto, que há um claro encobrimento dessa relação.

    No dia 04 de março de 2016, quando Sérgio Moro sentiu-se blindado o suficiente para ordenar a coerção coercitiva do ex-presidente Lula sem jamais tê-lo citado ou incluído como suspeito em qualquer um dos processos da operação Lava Jato, Jair Bolsonaro encontrava-se em Curitiba esperando a chegada do ex-presidente lá. É lícito supor que estas relações que fazem parte do submundo do bolsonarismo existiam muito antes e com diversos intermediários.

    Assim, também foi considerada absolutamente natural a visita do general Hamilton Mourão ao presidente do TRF-4 quando esse estava de posse do recurso do ex-presidente que seria julgado ou talvez decidido em tempo recorde. Assim, a politização do Judiciário e o estreitamento do campo público e da mídia andaram de braços dados até o início da campanha eleitoral. O que ocorreu a partir dali? A apropriação do conjunto da obra pelo bolsonarismo.

    Jair Bolsonaro pertence a este campo de uma forma bastante particular e o uso que ele faz da mentira parece ser de outro tipo, diferente de Moro e da Lava Jato. Em primeiro lugar, a estratégia do bolsonarismo até o início da campanha eleitoral foi ocupar as margens do debate político e do campo público. Nesse momento marginal, não há nenhuma mentira no bolsonarismo, apenas uma interpretação minoritária e isolada dos fatos recentes da história do Brasil. Assim, Bolsonaro pode assumir o legado da ditadura militar, defender torturadores e milicianos abertamente e atacar o Poder Judiciário.

    Foi apenas quando os grupos midiáticos, judiciais e empresariais chegaram à conclusão que seu projeto centrista fracassou completamente, no início do processo eleitoral do ano de 2018, que uma operação mais sofisticada entrou em cena. Nessa operação Bolsonaro, Moro, e os grupos religiosos são apresentados como a fonte da pureza ética ou da pureza moral, sempre em contrapontos ao PT e à esquerda que há alguns anos vinham sendo apresentados como o centro da corrupção na sociedade brasileira.

    Foi esse o conteúdo das fake news, assim como foi esse o conteúdo do debate público travado por esses atores. Naquele momento, a grande mídia e seus jornalistas de plantão optaram por uma segunda estratégia eleitoralmente exitosa: o PT e o bolsonarismo estavam igualmente fora do campo democrático, mas o PT deveria ser punido pelas suas ações na economia e pela corrupção. Esse foi o discurso que prevaleceu até o começo desse ano apesar dos escândalos da “rachadinha” no Rio de Janeiro, do sumiço do Queiroz, da investigação manipulada do assassinato de Marielle Franco e das opiniões do presidente sobre o Congresso e o STF. Por que essa estratégia não funciona mais?

    Porque o bolsonarismo não consegue entregar promessas nem no campo da economia e nem no campo da segurança pública e corre o risco de entrar mal posicionado para o processo eleitoral de 2020. O que ele faz então? Rompe com a aliança tácita com os setores da manipulação midiática. E rompe completamente, tanto com a Folha de S. Paulo que nem chegou a entrar completamente nessa aliança, quanto com os grupos que a princípio faziam parte dela como o O Globo e o Estadão.

    A ruptura do bolsonarismo com o campo mediático que contribuiu com o estreitamento do debate público se dá pelos mesmos meios que o processo anterior foi construído: como uma tentativa de criar uma mobilização contra os impuros ou não-éticos da política que agora são o Congresso, o STF e a imprensa. O presidente, devido às suas características pessoais, deu um passo adiante nessa estratégia ao escolher jornalistas (não por acaso do sexo feminino) para agredir em bases pessoais. Mas, o que mais chama a atenção no bolsonarismo e no campo que ele vem construindo é que a apresentação de provas por jornalistas como Patrícia Mello ou Vera Magalhães não impediu o presidente de mentir abertamente sobre essas questões.

    Voltamos mais uma vez à análise arendtiana. Se o campo no qual o debate público plural pode ser travado não existe, a mentira pode ser normalizada enquanto verdade. Os jornais O Globo e Estadão fizeram editorais na última semana que mostram o tamanho do problema que enfrentamos hoje no Brasil para tentar reestabelecer um espaço público plural.

    O Estadão seguiu a mesma linha que segue pelo menos desde 2016. Ele identifica um processo de afronta à lei, mas faz questão de remetê-lo ao que os donos do jornal chamam de lulopetismo. Assim, “a bem da verdade, não é de hoje que um presidente faz troça das instituições e da lei. Já passaram à história as seguidas ofensas de Lula da Silva ao Judiciário, bem como sua bênção à corrupção desbragada promovida pelo PT no Congresso. Bolsonaro, aliás, elegeu-se justamente em razão da revolta dos brasileiros ante essa demonstração cabal e sistemática de desrespeito à democracia”.

    Ou seja, temos aqui duas colocações de absoluta distorção dos elementos centrais do debate público no Brasil: o primeiro é que os que elegeram Bolsonaro buscavam a restauração da democracia e da ordem. Não há na biografia do capitão reformado tornado presidente colocações neste sentido. Em segundo, que a ordem, a lei e a democracia eram ameaçadas pelo governo de esquerda. Se o eram, como julgam os editorialistas do Estadão, por que a degradação produzida por Bolsonaro e sua gang de apoiadores nas redes sociais implica em uma degradação tão forte da democracia?

    O Globo também publicou um editorial, mas com uma estratégia mais inteligente do que a do Estadão. Para o Globo, Jair Bolsonaro “Foi beneficiado em 2018 por uma conjunção feliz para ele, em que a debacle da esquerda, desestabilizada pelo desastre ético lulopetista e pela teimosia do ex-presidente Lula em continuar dono do PT, somada à falta de nomes para ocupar espaços no centro, permitiu a sua eleição, com a ajuda de muitos que usaram o voto para punir o PT. À medida que o ex-capitão foi revelando toda a face de extremista, e não apenas na política, boa parte destes eleitores se afastou. Bolsonaro tornou-se, então, um presidente de baixa popularidade, sustentado por milícias digitais e claques de porta de Palácio. E passou cada vez mais a dirigir-se a estes bolsões, o que o foi afastando da maior parcela da sociedade”.

    Ou seja, ambas as narrativas tentam estabelecer o impossível, uma relação entre o governo de esquerda e o lulismo com uma degradação do espaço público patrocinada pelo Bolsonarismo. No caso do Estadão já havia essa degradação antes, só que o Brasil não sabia. No caso de O Globo, o problema foi a tentativa do eleitor de punir o PT e o lulismo, ação com a qual o próprio jornal ou o grupo não teria qualquer relação. Em ambos os casos vemos mais uma tentativa de operação tabajara, isto é, tenta-se criar uma linha de continuidade em um processo de clara ruptura: a tentativa de Moro e Bolsonaro de romper com o resto de pluralidade que restou no país e que o bolsonarismo está disposto a romper com agressões a jornalistas e mentir sobre os fatos envolvidos.

    Ainda mais importante é a tentativa de negação pela grande mídia do óbvio: que a demarcação ética construída pela Lava Jato é falsa e foi ela que permitiu a construção do bolsonarismo como um campo não corrupto, apesar de todas as evidências de relações com milicianos e “rachadinhas” de gabinete.

    Infelizmente, não existe meia sola na reconstituição de um campo público político no Brasil. Para a sua reconstituição é preciso reconhecer aquilo que a “Vaza Jato” mostrou: a tentativa de manipulação da operação judicial, assim como a tentativa de estabelecer um pseudocampo ético na política. Tentar se opor ao bolsonarismo e manter a estratégia de demarcação ética construída pela dupla Moro-Bolsonaro é uma estratégia inviável que não conseguirá deter a deterioração do espaço público no nosso país.

    LEONARDO AVRITZER, CIENTISTA POLÍTICO DA UFMG, ESCREVEU UM ARTIGO DO QUAL REPRODUZO ALGUMAS PARTE.

    O título do artigo é: O bolsonarismo à luz de Hannah Arendt

    Circularam nas redes sociais, neste início de ano, algumas interpretações equivocadas acerca do argumento arendtiano presente em um de seus principais livros: As origens do totalitarismo (Companhia das Letras). No Brasil da polarização das redes sociais, o resgate do argumento de Hannah Arendt acerca do totalitarismo se deu pelos motivos mais pedestres possíveis.

    (………….)

    Para Hannah Arendt, a política democrática é estruturalmente dependente de um espaço no qual tendências diversas de pensamento se entrelaçam baseadas na pluralidade de eventos e experiências. A única maneira de constituir um espaço democrático é aceitando essa pluralidade na qual nenhuma ideia, a não ser a ideia do direito a ter direitos, alcança a hegemonia completa e as diferentes formas de ação são debatidas por atores políticos (Arendt, 1951, As origens do totalitarismo e 1958, A condição humana [Forense universitária]).

    Em contraste com a ideia da política democrática, o totalitarismo ou o autoritarismo tem como objetivo destruir o espaço público de pluralidade por meio da transformação de atores políticos que divergem em inimigos que não merecem o aceso à pluralidade do espaço público. Não é difícil perceber que essa demonização do público, que o pensamento totalitário secular de meados do século XX e os fundamentalismos religiosos do século XXI partilham, é que permite a degradação da política – esta que assistimos ocorrer a largos passos no nosso país. E aqui vale pensar no papel das redes sociais que evidentemente não são responsáveis pelo estreitamento do pluralismo no espaço público, mas obedecem a uma lógica de gueto político que acentua este processo.

    O Brasil é um país no qual estas características se expressam diuturnamente, independentemente da impossibilidade de classificarmos o país como totalitário. O Brasil tem um espaço público atípico por diversos motivos: em primeiro lugar, ele não conseguiu no momento de liberalismo midiático ter uma mídia pluralista. Temos uma grande mídia oligopolizada devido à maneira como ela foi constituída no período autoritário e à inabilidade das forças democráticas em submeter a grande mídia a qualquer tipo de regulamentação, tal como ela sofre nos Estados Unidos e na Inglaterra.

    Em contraste com a ideia da política democrática, o totalitarismo ou o autoritarismo tem como objetivo destruir o espaço público de pluralidade por meio da transformação de atores políticos que divergem em inimigos que não merecem o aceso à pluralidade do espaço público. Não é difícil perceber que essa demonização do público, que o pensamento totalitário secular de meados do século XX e os fundamentalismos religiosos do século XXI partilham, é que permite a degradação da política – esta que assistimos ocorrer a largos passos no nosso país. E aqui vale pensar no papel das redes sociais que evidentemente não são responsáveis pelo estreitamento do pluralismo no espaço público, mas obedecem a uma lógica de gueto político que acentua este processo.

    O Brasil é um país no qual estas características se expressam diuturnamente, independentemente da impossibilidade de classificarmos o país como totalitário. O Brasil tem um espaço público atípico por diversos motivos: em primeiro lugar, ele não conseguiu no momento de liberalismo midiático ter uma mídia pluralista. Temos uma grande mídia oligopolizada devido à maneira como ela foi constituída no período autoritário e à inabilidade das forças democráticas em submeter a grande mídia a qualquer tipo de regulamentação, tal como ela sofre nos Estados Unidos e na Inglaterra.

    Em contraste com a ideia da política democrática, o totalitarismo ou o autoritarismo tem como objetivo destruir o espaço público de pluralidade por meio da transformação de atores políticos que divergem em inimigos que não merecem o aceso à pluralidade do espaço público. Não é difícil perceber que essa demonização do público, que o pensamento totalitário secular de meados do século XX e os fundamentalismos religiosos do século XXI partilham, é que permite a degradação da política – esta que assistimos ocorrer a largos passos no nosso país. E aqui vale pensar no papel das redes sociais que evidentemente não são responsáveis pelo estreitamento do pluralismo no espaço público, mas obedecem a uma lógica de gueto político que acentua este processo.

    O Brasil é um país no qual estas características se expressam diuturnamente, independentemente da impossibilidade de classificarmos o país como totalitário. O Brasil tem um espaço público atípico por diversos motivos: em primeiro lugar, ele não conseguiu no momento de liberalismo midiático ter uma mídia pluralista. Temos uma grande mídia oligopolizada devido à maneira como ela foi constituída no período autoritário e à inabilidade das forças democráticas em submeter a grande mídia a qualquer tipo de regulamentação, tal como ela sofre nos Estados Unidos e na Inglaterra.

    Ouso dizer que a ideia de corrupção, tal como ela é operada no Brasil desde 2014, cumpre função semelhante. Ainda que seja difícil concebê-lo hoje, devido ao absurdo da proposição, a ideia da raça pura, esta foi entendida como uma forma de utopia na Alemanha dos anos 1930, da mesma forma como a ideia de pureza de classe na antiga União Soviética. Não tenho dúvida de que a suposta campanha contra a corrupção preencheu no Brasil os mesmos requisitos: a introdução de uma chave analítica limpos versus impuros associada com a ideia de um grande combatente desse processo de degradação social, no caso o juiz da 13º vara da justiça federal, Sérgio Moro.

    Todas as instituições midiáticas brasileiras operaram nessa chave interpretativa que permitiu ao juiz tentar intervir no processo eleitoral de 2014, pressionar juízes do Supremo Tribunal Federal, liberar áudios proibidos pela lei e extorquir informações de testemunhas através do uso ilegal do instrumento da condução coercitiva.

    Vale a pena traçar o paralelo com a maneira como os juízes na Alemanha nazista operavam: a legislação criminal do Nacional Socialismo supunha o dever da lealdade ao Volk. Assim, o direito nacional socialista renunciava à ideia de que “a lei deveria ser a única fonte para determinar o que é legal e o ilegal” (vide o excelente livro de Ingo Muller. Hitler´s Justice). Não tenho dúvida de que a Lava Jato operou a partir do mesmo princípio: uma vez estabelecidos os seus inimigos, a questão seria puni-los e não se pautar pela legalidade.

    O campo da mentira midiática ou judicialmente sancionada começa a se desenvolver ainda em 2016, quando Moro pede as chamadas escusas ao então ministro do STF, Teori Zavascki. Ali ele afirma que errou, mas que não “teve por objetivo gerar fato político-partidário”. Em 2017, depois de condenar o ex-presidente Lula pela propriedade do triplex e por recebimento de propina em troca de favorecimento em contratos da Petrobras, Sérgio Moro dá um passo adiante quando afirma, ao responder aos embargos declaratórios dos advogados do ex-presidente Lula, que o menos importante era se a origem dos recursos estava em contratos da Petrobrás.

    Por último, ele afirmou que não tinha nenhuma relação pessoal ou convite do atual presidente quando liberou trechos da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci alguns dias antes do primeiro turno das eleições de 2018. Assim, podemos dizer que o problema da mentira ou da dissimulação está presente na Lava Jato e nos comportamentos do juiz Sérgio Moro antes de alcançar o campo bolsonarista.

    Uma questão central nesta conjuntura e da qual, não por acaso, quase nada sabemos, porque nenhum órgão de imprensa se propôs a investigar, é qual foi a relação entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro (ou os militares) entre 2015 e outubro de 2018 quando o primeiro foi então convidado a assumir o Ministério da Justiça do recém-eleito presidente. Sabemos, no entanto, que há um claro encobrimento dessa relação.

    No dia 04 de março de 2016, quando Sérgio Moro sentiu-se blindado o suficiente para ordenar a coerção coercitiva do ex-presidente Lula sem jamais tê-lo citado ou incluído como suspeito em qualquer um dos processos da operação Lava Jato, Jair Bolsonaro encontrava-se em Curitiba esperando a chegada do ex-presidente lá. É lícito supor que estas relações que fazem parte do submundo do bolsonarismo existiam muito antes e com diversos intermediários.

    Assim, também foi considerada absolutamente natural a visita do general Hamilton Mourão ao presidente do TRF-4 quando esse estava de posse do recurso do ex-presidente que seria julgado ou talvez decidido em tempo recorde. Assim, a politização do Judiciário e o estreitamento do campo público e da mídia andaram de braços dados até o início da campanha eleitoral. O que ocorreu a partir dali? A apropriação do conjunto da obra pelo bolsonarismo.

    Jair Bolsonaro pertence a este campo de uma forma bastante particular e o uso que ele faz da mentira parece ser de outro tipo, diferente de Moro e da Lava Jato. Em primeiro lugar, a estratégia do bolsonarismo até o início da campanha eleitoral foi ocupar as margens do debate político e do campo público. Nesse momento marginal, não há nenhuma mentira no bolsonarismo, apenas uma interpretação minoritária e isolada dos fatos recentes da história do Brasil. Assim, Bolsonaro pode assumir o legado da ditadura militar, defender torturadores e milicianos abertamente e atacar o Poder Judiciário.

    Foi apenas quando os grupos midiáticos, judiciais e empresariais chegaram à conclusão que seu projeto centrista fracassou completamente, no início do processo eleitoral do ano de 2018, que uma operação mais sofisticada entrou em cena. Nessa operação Bolsonaro, Moro, e os grupos religiosos são apresentados como a fonte da pureza ética ou da pureza moral, sempre em contrapontos ao PT e à esquerda que há alguns anos vinham sendo apresentados como o centro da corrupção na sociedade brasileira.

    Foi esse o conteúdo das fake news, assim como foi esse o conteúdo do debate público travado por esses atores. Naquele momento, a grande mídia e seus jornalistas de plantão optaram por uma segunda estratégia eleitoralmente exitosa: o PT e o bolsonarismo estavam igualmente fora do campo democrático, mas o PT deveria ser punido pelas suas ações na economia e pela corrupção. Esse foi o discurso que prevaleceu até o começo desse ano apesar dos escândalos da “rachadinha” no Rio de Janeiro, do sumiço do Queiroz, da investigação manipulada do assassinato de Marielle Franco e das opiniões do presidente sobre o Congresso e o STF. Por que essa estratégia não funciona mais?

    Porque o bolsonarismo não consegue entregar promessas nem no campo da economia e nem no campo da segurança pública e corre o risco de entrar mal posicionado para o processo eleitoral de 2020. O que ele faz então? Rompe com a aliança tácita com os setores da manipulação midiática. E rompe completamente, tanto com a Folha de S. Paulo que nem chegou a entrar completamente nessa aliança, quanto com os grupos que a princípio faziam parte dela como o O Globo e o Estadão.

    A ruptura do bolsonarismo com o campo mediático que contribuiu com o estreitamento do debate público se dá pelos mesmos meios que o processo anterior foi construído: como uma tentativa de criar uma mobilização contra os impuros ou não-éticos da política que agora são o Congresso, o STF e a imprensa. O presidente, devido às suas características pessoais, deu um passo adiante nessa estratégia ao escolher jornalistas (não por acaso do sexo feminino) para agredir em bases pessoais. Mas, o que mais chama a atenção no bolsonarismo e no campo que ele vem construindo é que a apresentação de provas por jornalistas como Patrícia Mello ou Vera Magalhães não impediu o presidente de mentir abertamente sobre essas questões.

    Voltamos mais uma vez à análise arendtiana. Se o campo no qual o debate público plural pode ser travado não existe, a mentira pode ser normalizada enquanto verdade. Os jornais O Globo e Estadão fizeram editorais na última semana que mostram o tamanho do problema que enfrentamos hoje no Brasil para tentar reestabelecer um espaço público plural.

    O Estadão seguiu a mesma linha que segue pelo menos desde 2016. Ele identifica um processo de afronta à lei, mas faz questão de remetê-lo ao que os donos do jornal chamam de lulopetismo. Assim, “a bem da verdade, não é de hoje que um presidente faz troça das instituições e da lei. Já passaram à história as seguidas ofensas de Lula da Silva ao Judiciário, bem como sua bênção à corrupção desbragada promovida pelo PT no Congresso. Bolsonaro, aliás, elegeu-se justamente em razão da revolta dos brasileiros ante essa demonstração cabal e sistemática de desrespeito à democracia”.

    Ou seja, temos aqui duas colocações de absoluta distorção dos elementos centrais do debate público no Brasil: o primeiro é que os que elegeram Bolsonaro buscavam a restauração da democracia e da ordem. Não há na biografia do capitão reformado tornado presidente colocações neste sentido. Em segundo, que a ordem, a lei e a democracia eram ameaçadas pelo governo de esquerda. Se o eram, como julgam os editorialistas do Estadão, por que a degradação produzida por Bolsonaro e sua gang de apoiadores nas redes sociais implica em uma degradação tão forte da democracia?

    O Globo também publicou um editorial, mas com uma estratégia mais inteligente do que a do Estadão. Para o Globo, Jair Bolsonaro “Foi beneficiado em 2018 por uma conjunção feliz para ele, em que a debacle da esquerda, desestabilizada pelo desastre ético lulopetista e pela teimosia do ex-presidente Lula em continuar dono do PT, somada à falta de nomes para ocupar espaços no centro, permitiu a sua eleição, com a ajuda de muitos que usaram o voto para punir o PT. À medida que o ex-capitão foi revelando toda a face de extremista, e não apenas na política, boa parte destes eleitores se afastou. Bolsonaro tornou-se, então, um presidente de baixa popularidade, sustentado por milícias digitais e claques de porta de Palácio. E passou cada vez mais a dirigir-se a estes bolsões, o que o foi afastando da maior parcela da sociedade”.

    Ou seja, ambas as narrativas tentam estabelecer o impossível, uma relação entre o governo de esquerda e o lulismo com uma degradação do espaço público patrocinada pelo Bolsonarismo. No caso do Estadão já havia essa degradação antes, só que o Brasil não sabia. No caso de O Globo, o problema foi a tentativa do eleitor de punir o PT e o lulismo, ação com a qual o próprio jornal ou o grupo não teria qualquer relação. Em ambos os casos vemos mais uma tentativa de operação tabajara, isto é, tenta-se criar uma linha de continuidade em um processo de clara ruptura: a tentativa de Moro e Bolsonaro de romper com o resto de pluralidade que restou no país e que o bolsonarismo está disposto a romper com agressões a jornalistas e mentir sobre os fatos envolvidos.

    Ainda mais importante é a tentativa de negação pela grande mídia do óbvio: que a demarcação ética construída pela Lava Jato é falsa e foi ela que permitiu a construção do bolsonarismo como um campo não corrupto, apesar de todas as evidências de relações com milicianos e “rachadinhas” de gabinete.

    Infelizmente, não existe meia sola na reconstituição de um campo público político no Brasil. Para a sua reconstituição é preciso reconhecer aquilo que a “Vaza Jato” mostrou: a tentativa de manipulação da operação judicial, assim como a tentativa de estabelecer um pseudocampo ético na política. Tentar se opor ao bolsonarismo e manter a estratégia de demarcação ética construída pela dupla Moro-Bolsonaro é uma estratégia inviável que não conseguirá deter a deterioração do espaço público no nosso país.

    !Publicado no A Terra é Redonda)

  • Reply Lumière 14 de março de 2020 at 10:19

    CORREçÃO: REPUBLICO A PARTE INICIAL DO ARTIGO DEVIDO A ERRO NA EDIÇÃO DA REPRODUÇÃO.

    LEONARDO AVRITZER, CIENTISTA POLÍTICO DA UFMG, ESCREVEU UM ARTIGO DO QUAL REPRODUZO ALGUMAS PARTE.

    O título do artigo é: O bolsonarismo à luz de Hannah Arendt

    Circularam nas redes sociais, neste início de ano, algumas interpretações equivocadas acerca do argumento arendtiano presente em um de seus principais livros: As origens do totalitarismo (Companhia das Letras). No Brasil da polarização das redes sociais, o resgate do argumento de Hannah Arendt acerca do totalitarismo se deu pelos motivos mais pedestres possíveis.

    (………….)

    Para Hannah Arendt, a política democrática é estruturalmente dependente de um espaço no qual tendências diversas de pensamento se entrelaçam baseadas na pluralidade de eventos e experiências. A única maneira de constituir um espaço democrático é aceitando essa pluralidade na qual nenhuma ideia, a não ser a ideia do direito a ter direitos, alcança a hegemonia completa e as diferentes formas de ação são debatidas por atores políticos (Arendt, 1951, As origens do totalitarismo e 1958, A condição humana [Forense universitária]).

    Em contraste com a ideia da política democrática, o totalitarismo ou o autoritarismo tem como objetivo destruir o espaço público de pluralidade por meio da transformação de atores políticos que divergem em inimigos que não merecem o aceso à pluralidade do espaço público. Não é difícil perceber que essa demonização do público, que o pensamento totalitário secular de meados do século XX e os fundamentalismos religiosos do século XXI partilham, é que permite a degradação da política – esta que assistimos ocorrer a largos passos no nosso país. E aqui vale pensar no papel das redes sociais que evidentemente não são responsáveis pelo estreitamento do pluralismo no espaço público, mas obedecem a uma lógica de gueto político que acentua este processo.

    O Brasil é um país no qual estas características se expressam diuturnamente, independentemente da impossibilidade de classificarmos o país como totalitário. O Brasil tem um espaço público atípico por diversos motivos: em primeiro lugar, ele não conseguiu no momento de liberalismo midiático ter uma mídia pluralista. Temos uma grande mídia oligopolizada devido à maneira como ela foi constituída no período autoritário e à inabilidade das forças democráticas em submeter a grande mídia a qualquer tipo de regulamentação, tal como ela sofre nos Estados Unidos e na Inglaterra.

    Em contraste com a ideia da política democrática, o totalitarismo ou o autoritarismo tem como objetivo destruir o espaço público de pluralidade por meio da transformação de atores políticos que divergem em inimigos que não merecem o aceso à pluralidade do espaço público. Não é difícil perceber que essa demonização do público, que o pensamento totalitário secular de meados do século XX e os fundamentalismos religiosos do século XXI partilham, é que permite a degradação da política – esta que assistimos ocorrer a largos passos no nosso país. E aqui vale pensar no papel das redes sociais que evidentemente não são responsáveis pelo estreitamento do pluralismo no espaço público, mas obedecem a uma lógica de gueto político que acentua este processo.

    O Brasil é um país no qual estas características se expressam diuturnamente, independentemente da impossibilidade de classificarmos o país como totalitário. O Brasil tem um espaço público atípico por diversos motivos: em primeiro lugar, ele não conseguiu no momento de liberalismo midiático ter uma mídia pluralista. Temos uma grande mídia oligopolizada devido à maneira como ela foi constituída no período autoritário e à inabilidade das forças democráticas em submeter a grande mídia a qualquer tipo de regulamentação, tal como ela sofre nos Estados Unidos e na Inglaterra.

    Em contraste com a ideia da política democrática, o totalitarismo ou o autoritarismo tem como objetivo destruir o espaço público de pluralidade por meio da transformação de atores políticos que divergem em inimigos que não merecem o aceso à pluralidade do espaço público. Não é difícil perceber que essa demonização do público, que o pensamento totalitário secular de meados do século XX e os fundamentalismos religiosos do século XXI partilham, é que permite a degradação da política – esta que assistimos ocorrer a largos passos no nosso país. E aqui vale pensar no papel das redes sociais que evidentemente não são responsáveis pelo estreitamento do pluralismo no espaço público, mas obedecem a uma lógica de gueto político que acentua este processo.

    O Brasil é um país no qual estas características se expressam diuturnamente, independentemente da impossibilidade de classificarmos o país como totalitário. O Brasil tem um espaço público atípico por diversos motivos: em primeiro lugar, ele não conseguiu no momento de liberalismo midiático ter uma mídia pluralista. Temos uma grande mídia oligopolizada devido à maneira como ela foi constituída no período autoritário e à inabilidade das forças democráticas em submeter a grande mídia a qualquer tipo de regulamentação, tal como ela sofre nos Estados Unidos e na Inglaterra.

    Ouso dizer que a ideia de corrupção, tal como ela é operada no Brasil desde 2014, cumpre função semelhante. Ainda que seja difícil concebê-lo hoje, devido ao absurdo da proposição, a ideia da raça pura, esta foi entendida como uma forma de utopia na Alemanha dos anos 1930, da mesma forma como a ideia de pureza de classe na antiga União Soviética. Não tenho dúvida de que a suposta campanha contra a corrupção preencheu no Brasil os mesmos requisitos: a introdução de uma chave analítica limpos versus impuros associada com a ideia de um grande combatente desse processo de degradação social, no caso o juiz da 13º vara da justiça federal, Sérgio Moro.

    Todas as instituições midiáticas brasileiras operaram nessa chave interpretativa que permitiu ao juiz tentar intervir no processo eleitoral de 2014, pressionar juízes do Supremo Tribunal Federal, liberar áudios proibidos pela lei e extorquir informações de testemunhas através do uso ilegal do instrumento da condução coercitiva.

    Vale a pena traçar o paralelo com a maneira como os juízes na Alemanha nazista operavam: a legislação criminal do Nacional Socialismo supunha o dever da lealdade ao Volk. Assim, o direito nacional socialista renunciava à ideia de que “a lei deveria ser a única fonte para determinar o que é legal e o ilegal” (vide o excelente livro de Ingo Muller. Hitler´s Justice). Não tenho dúvida de que a Lava Jato operou a partir do mesmo princípio: uma vez estabelecidos os seus inimigos, a questão seria puni-los e não se pautar pela legalidade.

    O campo da mentira ……….

  • Reply José J. R. de P. Freire 14 de março de 2020 at 10:30

    Nunca que Nilvan terá meu voto.

    • Reply Angela 14 de março de 2020 at 11:16

      Eu acho que o “jacaré” vai engolir o calango quando chegar o momento certo.
      Por enquanto, ele está só esquentando cadeira e limpando a área, só ele não enxerga ,tamanha é a ambição.

  • Reply José 14 de março de 2020 at 11:12

    Duvido que Zé escale cuspidor de microfone para ser candidato a prefeito da Capitá. O candidato do MDB será o próprio Zé ou Ciço.

  • Reply Airton Calado- Campina Grande 14 de março de 2020 at 15:27

    Isso é um comentário ou um jornal inteiro, tenho vontade de ler mas passo a frente

  • Reply Cavalcanti 14 de março de 2020 at 19:52

    Trump fez exame o resultado sai daqui a dois dias, se dê positivo Bolsonaro vai dizer que deu positivo nele também, se der negativo o de Bolsonaro será negativo também. Dizem que Trump quando saiu o resultado do exame de bolsonaro dizendo positivo encontraram Trump passando álcool gel no saco

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