Destaques

Porque hoje é sábado

17 de outubro de 2020

1 – Parece que aquele reencontro na Feira da Torre que prometi aos amigos Tadeu Florencio, Sebastião Gerbasi, Emmanuel Arruda e Luciano Arroz vai ter que esperar. O secretário de saúde, Geraldo Medeiros, acaba de informar que retornamos à bandeira vermelha e isso quer dizer que o bicho voltou com gosto de gás. E ter que enfrentar o bicho para poder comer cuscuz com bode, prefiro o jejum.

2 – Jejum que não havia nas eleições de tempos idos. Era no dia da eleição que o eleitor da roça tirava o bucho da miséria. Agora, porém, com o Covid batendo na porta, nem isso, tampouco aquilo. Mas naqueles idos, dia de eleição era dia de comer carne. Tinha cabra que ficava com o bucho azul de tanto enche-lo com carne de gado e farofa. Antonio Belo, de Princesa, comeu tanto que na hora de votar ficou apertado e, trancado na cabine (a cabine tinha porta e ferrolho), se esqueceu do mundo. Até que alguém da mesa de votação foi lá ver o que estava acontecendo, bateu na portinha e escutou lá de dentro a voz espremida avisar:

-Tem gente!

3 – O saudoso deputado Antonio Nominando Diniz foi despertado de madrugada por uma caravana pessedista. Tinham participado de um comício até tarde, onde a aguardente foi fartamente distribuída.

Um deles gritou, na porta de Nominando:

– Acorda, Princesa, para ouvir os clarins da vitória.

No mesmo dia, logo cedo, Diniz organizou uma concentração em frente à sua casa. Em seu discurso, explicava o otimismo dos adversários:

– Essa noite, fui despertado por uma voz estertórica que dizia: acorda Princesa, para ouvir os clarins da vitória. Mas, senhores, não eram os clarins que anunciam o triunfo, e sim as excelências do produto de Vitória de Santo Antão, sumo dos canaviais e alma das garrafas: a aguardente Pitú”.

4 – Numa noite de sábado as quengas da Maciel Pinheiro, já meio meladas, invadiram a Churrascaria Bambu e Olívio, que tinha ódio de puta, chamou a Rádio Patrulha. Como era pertinho, em cinco minutos os “meninos” chegaram ao local. Sem reação o raparigal entrou festivamente na camioneta.

Foi todo mundo levado para a Delegacia de Vigilância e Costumes, onde estava de plantão o austero e jovem delegado Manoel Raposo. E logo que entraram, Maria Pé de Creca ao ver Raposo gritou:

– Te prenderam também, Manezim Pombão? Foi um xexo!

E Manoel, sem jeito:

– Olha o comportamento! Eu aqui sou uma autoridade!!

Jabiraca, dona de um cabaré, gritou de lá:

 – Tas se fazendo né Manezim Pombão?? Num faz três dias que tu me comesse e num pagasse…

Vendo que a situação era incontrolável, Mané Raposo se perfilou e disse:

– Sargento Cobrinha, leve essas jovens lá pro lugar delas…

As meninas saíram debochando:

– Vai lá hoje, Manezim, chegou uma galeguinha filé de Ingá. Paulinho já comeu…

E raposo:

– Por favor, se retire, quero respeito!!!

E com uns dez minutos, o carro chapa branca desovava em frente do Bar de Carioca um magote de puta beba.

5 – Ernani Sátyro era governador da Paraíba e ia receber um prefeito do interior. Advertido pelo chefe de gabinete de que era preciso ir direto ao assunto porque o governador era muito objetivo, o prefeito foi logo dizendo:

– Vim tratar de dois assuntos. Eu sei que o senhor é objetivo e prático…

O governador Ernani Sátyro o interrompeu:

– Muito bem, amigo velho, diga então qual o segundo assunto.

6 – Josinato Gomes conta essa, aproveitando a deixa do senador que enfiou dinheiro no “crachá”:

“O vergonhoso episódio em que de meteu o senador Chico Rodrigues fez-me relembrar shakespeareana passagem de João Agripino Filho pelo Governo da Paraíba: certa vez, o homem, teatral que só ele, pegou o avião do Estado e levantou vôo para Catolé, indo de co-piloto, e, lá  para as tantas, permitiu-se mexer no painel do aparelho, com a outra mão no manche, aí, de repente, o avião empinou, enfiou o nariz no nevoeiro, e logo sentiu-se um horroroso mal cheiro tomar conta do ambiente… Aí o franzino e afoito governador virou-se para ajudante-de-ordem, perguntando-lhe:

-Major, foi seco ou foi molhado?

7 – Duas mulheres, ambas gestantes, procuraram o governador João Agripino para denunciar que o responsável por aquilo tudo era um cidadão integrante do Corpo da Guarda do Palácio da Redenção. Queixosas, queriam que o governador punisse o sedutor ou fizesse com que ele casasse com uma delas.

– Mas que nada! Tragam o homem imediatamente que eu quero condecora-lo -, disse o governador.

8 – Wilson Braga esperava a vez de ser entrevistado na Rádio Sanhauá confortavelmente sentado na cabine do controlista, enquanto no estúdio Antonio Malvino entrevistava o presidente do PT, Adalberto Fulgêncio. Curioso, como sempre, Braga quis saber quem era o entrevistado. E C. Rodrigues, solícito, apressou-se em informar:

– É o presidente do PT,Adalberto Fulgêncio, governador.

Braga fez um hummmm, a entrevista terminou, ia começar a sua hora, ele levantou-se, dirigiu-se ao estúdio e ao cruzar com  Adalberto no corredor, botou o braço no seu pescoço e saudou em voz alta:

– Quer dizer que você é o famoso Fulgêncio Batista!

9 – Uma noite o popular Chico Bocão chegou na casa da mãe do deputado Edvaldo Motta, em Patos, e falou para Dona Zefinha:

– Eu vou me candidatar a vereador, comadre.

– Por qual partido, compadre Chico?

– Pelo da benevolência.

Dadá, irmã de Edvaldo, presente, perguntou:

– E o que é que você vai fazer como vereador, Chico?

– Vou fazer o mesmo que Edvaldo faz: beber cana e conversar besteira.

10 – O prefeito José Alexandre, de Antenor Navarro, foi pedir ao governador José Américo ajuda para construção de um cemitério no seu município.

O governador assegurou-lhe a liberação da verba necessária, mas pediu que Alexandre apresentasse primeiro o croquis da área onde seria instalado o cemitério. Um mês depois, Zé Alexandre apareceu no Palácio da Redenção. Com uma gaiola na mão, apresentava ao governador:

– Pronto, incelência, é o croquis mais cantador do sertão da Paraíba.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Márcia Lucena, Bigu de Jacumã, Severino Barros, Paulo josafá, Anita Leite, Flora Diniz, Maisa Felix, Rena Bezerra, Lurdinha de Orlando, Stela Veras,  Eduardo de Gominho, Cabo Lira, João Bosco Fernandes de Almeida, Airton Morais, Antonio Carlos e Marta Santos.

12 – O prefeito Domiciano Francisco de Melo, de Condado, resolveu escrever um livro de memória, com o título: “Eu me fiz por si mesmo”.

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7 Comentários

  • Reply Zé Bedeu 17 de outubro de 2020 at 07:01

    Meu líder, enviei uma foto no seu email.

  • Reply José 17 de outubro de 2020 at 11:42

    Tião, ficou devendo o causo do baixinho do fusca amarelo.

    • Reply Sebastião 17 de outubro de 2020 at 18:15

      Bota aí

      • Reply José 18 de outubro de 2020 at 10:51

        Não tenho a mesma habilidade com as letras que Tião, nem o talento de Malvino para contar causos. A história é semelhante a que você relatou com as meninas que foram levadas para a delegacia. Ao se depararem com o delegado, uma delas gritou para a outra: fulaninha, olha só quem é o delegado? O baixinho do fusca amarelo. Ao ser reconhecido, o sisudo delegado Mané Raposo que tinha acabado de dar ordem para levar todo mundo pro xadrez, deu a contra-ordem: libera todo mundo. O causo deve estar relatado em seus mínimos detalhes no “Futricas e Fofocas”, que você escreveu em parceria com Antonio Malvino.

  • Reply Zé Bedeu 17 de outubro de 2020 at 14:13

    Meu líder, enviei e-mail pra você.

    • Reply Sebastião 17 de outubro de 2020 at 18:14

      Amanhã nas Domingueiras

  • Reply Walter Dantas 17 de outubro de 2020 at 21:30

    A coluna de hoje foi ontológica nas histórias! Igual a uma mesa de bar nas conversas com Biu Ramos, Otinaldo lourenço, Martinho Moreira e Aguinaldo Almeida. Muito bem.

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