Porque hoje é sábado

1 – Tenho um amigo que tem dom de profecia. Toda vez que ele me antecipa um acontecimento, logo adiante a coisa se confirma. E o que ele me antecipou a respeito de acontecimentos que estão por vir me deixou arrepiado. Coisa para acontecer daqui pro São João, logo ali, bem pertinho.

 

2 – Mundinho de Nezinho era agente fiscal no posto do Fisco localizado na entrada de Cajazeiras, quando parou um caminhão carregado de sacas de café. Mundinho se aproximou do dono da carga, um sertanejão de chapéu quebrado na testa, medindo uns dois metros e pesando mais de 100 quilos, perguntando o que ele transportava. O homem disse que transportava milho, mas Mundinho duvidou, achando que era café, pelo cheiro. O dono da carga, então, puxou um trinta e oito canela fina, enfiou o cano numa das sacas e o trouxe cheio, despejando nas mãos de Mundinho os grãos de café, enquanto perguntava:

– É milho ou não é?

– E bem vermelhinho -, respondeu Mundinho, todo sorridente.

 

3 – A cidade de Água Branca, perto de Princesa, sempre foi religiosa e devota de Frei Damião. Foi, eu disse, não é mais. Destruíram a estátua do frei. Ninguém sabe quem foi o autor do crime, mas quero crer que deve ser gente de fora. A Polícia está investigando.

 

4 – Manuel Gaudêncio, poderoso chefe da Casa Civil de Ernani Sátyro, visitava a usina de Renato Ribeiro Coutinho, em Santa Rita, e foi saudado aos gritos pelo deputado Batista Brandão, que estava por lá provando a rapadura:

– Chegou o governador de fato!

Manezim, antevendo a rebordosa que iria sofrer quando Ernani soubesse dessa coisa, correu tremendo para o Palácio. Mas o boato da saudação chegara primeiro, por telefone. Foi recebido por um governador frio e tratou logo de perguntar ao falecido ministro:

– Ficou chateado com aquela imbecilidade  de Batista lá na usina?

O amigo velho respondeu:

– Na verdade, com a saudação eu não fiquei chateado não, porque sei que Batista Brandão é muito ingênuo. O que me deixou chateado foi aquela sua mãozinha, depois da ovação, acenando para o povo.”

 

5 – Revelação de Eduardo Cunha no livro que acabou de escrever sobre o golpe que derrubou Dilma: “Temer foi o grande conspirador”.

 

6 – Zé Lambreta voltava para casa, depois de uma farra, quando avistou um velório. Aproximou-se e viu a viúva se lamentando:

– Meu amor trabalhou tanto, deu tanto conforto a nós, e agora morre e vai morar num canto escuro, sem ar, sem luz, sem geladeira, sem televisão, sem banheiro para tomar banho, sem nada do que tinha aqui.”

Aí Zé, tomando a palavra, protestou  lá da porta:

– Na minha casa mesmo não!”

 

7 – Os empresários de transportes coletivos começaram a pressionar o prefeito Cícero Lucena por aumento nos preços das passagens.

 

8 – Inocência mandou o filho Chiquinho à farmácia de Edezel comprar uma escova de dente e um apracur.

Chiquinho, de oito anos, encostou no balcão da farmácia e pediu:

– Seu Edezel, minha mãe mandou buscar uma escova pra dente e uma pra cu.

 

9 – Atenção, Marcos Pires, o TJ está anunciando o pagamento, ainda este mês, de R$ 40 milhões em precatórios.

 

10 – Marluce, mulher de Zé Lucena, reclamava depois de ver o marido chegar em casa, em plena manhã, vindo de mais uma farra no cabaré de Mossoró.

– Homem é bicho safado, não vale nada. É uma desgraça que devia ser varrida da terra.

Zé ouviu e concordou:

– Tai uma verdade, minha filha. Por isso é que casei com uma mulher.

 

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Ivan Trevas, Martinho Moreira Franco, Paulo Freire, Laplace Guedes, Douglas Lucena, Otacilio Trajano, Ademar Teotonio, Felipe Silvino,  Joca Franca, Eduardo Mayer, João Queiroz, Assis Camelo, Jackson Bandeira, Marcos Tomaz e Arnaldo da Farmácia.

 

12 – Marluce chegou para a mãe e confessou que estava grávida do namorado. A velha se desesperou e perguntou detalhes do acontecido. A moça revelou que o desenlace se deu na última vez que foram ao cinema.

– Na ida, ou na volta? – perguntou a desesperada mãe.

E Marluce, irradiando inocência:

– Não sei, mãe, pois o negócio era só indo e voltando…”