Porque hoje é sábado

1 – Quer dizer que pelo fato de não ter votado em João em 2018, Cícero Lucena não tem legitimidade para indicar um candidato a senador na chapa de João? Ou seja, de Cícero só valem os votos que pode dar a João e o resto nada?

 

2 – Quem se lembra de Fuscão Preto, música que agitou o mundo brega nos anos 80? Eu me lembro. E como me lembro!

Ainda contagiado pelo vigor da juventude, toda vez que chegava em Princesa deixava a mulher e os meninos na casa dos meus pais e corria para os braços dos amigos. As farras tinham hora para começar e jamais terminavam.

 Naquele dia, tomado de pena da minha amada esposa, chamei os pifeiros de Jericó que animavam a farra no Bar do Peixe para tocarem uma música em sua homenagem.

 E lá fomos nós, eu dirigindo e eles tocando, de São Roque afora, de Rua Grande em diante, de Cancão pra cima e finalmente chegamos ao destino, a casa do Véi Migué e Dona Nila na Nova Brasília.

 Mandei os pifeiros sentarem no terraço, chamei dona Cacilda, que se aproximou de cara amarrada e, todo solene, anunciei:

 – Eles vieram tocar em sua homenagem.

 E os pifeiros, a todo volume, emendaram um Fuscão Preto no capricho.

 Só que foram obrigados a parar pela metade, porque Dona Cacilda, tomada de ira, pegou um cabo de vassoura e ameaçou quebrar os pífanos e furar os bombos dos artistas de Jericó caso eles continuassem a exaltar as qualidades do famoso carro alemão, preto e feito de aço.

 

3 – Nosso presidento não toma jeito. Voltou a criticar os ministros do STF dias depois de pregar a união. Disse que os ministros querem ver lula na Presidência.

 

4 – O calor está tão violento em João Pessoa e adjacências que coisas incríveis, nunca imagináveis, vêm acontecendo. Meu amigo Eduardo de Gomes, por exemplo, conta que se encontrava na calçada de casa, ali no Altiplano, tomando um deforete debaixo da algaroba, quando viu um urubu passar voando com uma asa só. A outra asa o urubu usava para se abanar.

Eu acho que o mundo vai se acabar mesmo. Minha mãe e meu pai contavam, quando eu era menino, que o mundo se acabaria com fogo. Na primeira vez acabou-se com água e na segunda todo mundo morreria torrado, feito a carne de jabá que a gente come com cuscuz no bar que era de Zezinho do Botafogo, ali no viaduto. Pois que se preparem todos para torrar na panela do sol. Vai ser um cheiro de carne assada que encherá o mundo, deixando quem ficar vivo com água na boca.

 

5 – Rapaz, esse negócio de sexo no trabalho é muito complicado. E eu não tenho nada a ver com quem tá comendo quem, taokey?

 

6 – Essa coisa de mundo se acabar lembra morte e morte lembra cemitério. E foi exatamente na porta do cemitério de Patos que Antonio Tranca Rua encontrou duas velhinhas, com as mãos carregadas de flores, caminhando a passos tortos rumo ao portão do chamado campo santo.

 

Elas deram bom dia e ao ouvirem a pergunta para onde iam, responderam que estavam levando flores ao cemitério, para a cova de um parente. Antonio Tranca Rua, com aquele jeito delicado de abordar os assuntos, não pensou duas vezes para sugerir: 

-Por que não deixam para ir de vez?

 

7 – Quem alerta é o pastor Sérgio Queiroz, todo enfronhado na disputa pelo Senado da República: Tem traíras na direita da Paraíba.

E os traíras estariam trocando o anzol de Bolsonaro por outro com a isca mais carnuda.

 

8 – Aquele jornalista amigo nosso ficou vermelho de raiva quando soube que um “urso” entrava na sua casa e se abancava no quarto com sua mulher, toda vez que ele saía para o trabalho. Naquela noite, disposto a tudo, comprou o pão na padaria Nossa Senhora das Neves e subiu no bonde, avisando aos amigos que estava disposto a matar ou morrer. Todos ficaram apreensivos e não era para menos. O rapaz, agora corno conhecido, ia lavar a honra.

Chegou perto de casa, ficou brechando da esquina e quando viu que não havia o menor movimento lá dentro, dirigiu-se pisando forte rumo ao portão. Mas estava abrindo o ferrolho quando apareceu o “intruso”, um cabrão de quase dois metros, nu da cintura para cima, perguntando o que desejava.

 -É aqui que mora o jornalista ….?

 -É, por que? – respondeu o outro.

  E o nosso herói, jogando o saco nos peitos do interlocutor enquanto dava meia volta:

 – Ele mandou entregar o pão da janta.”

 

9 – Antigamente o candidato a governador escolhia os companheiros de chapa. Antigamente.

 

10 – Luizinho de Calu, noite de São Pedro, abriu sua bodega e começou a vender galeto assado. Isso foi em Princesa.

 Um comprador chegou, cheirou e perguntou o preço.

 – Cinco real -, respondeu Luizinho.

 – Tá caro -, reclamou o sujeito.

 Aí Luizinho explicou:

 Só dois eu gasto de óleo. Gastei um de carvão, outro de tempero e a sobra vai pra Preta, minha mulher.

 

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Durval Lira, Mário Gomes Filho, Roberval Pereira, Herbert Fitipaldi, Elenildo Arruda, Diego Lima, Samuka Duarte, Tony Show, Antonio Malvino,Manoel Raposo, Harrison Targino, Maisa de Marcos Pó Royal, Chico de Tozinho, Veneziano Vital do Rego, Douglas Lucena, Bezinho Fernandes, Ana Lustosa e Zé de Arlinda.

 

12 – Uma caravana de amigos patoenses visitou o governador Ernani Sátyro em Palácio. No meio da turma destacou-se um bajulador, daqueles pegajosos, que a todo instante tentava agradar ao amigo velho.

Puxando conversa, ele desatou sobre a missão de governar.

 – Dr. Ernani, eu sei que é uma glória muito grande sentar numa cadeira dessas de chefe de Estado, se bem que, na verdade, é uma cadeira muito espinhosa.”

 Dr. Ernani, com aquele vozeirão que Deus lhe deu, interrompeu o conterrâneo:

 – Não, amigo velho. Essa cadeira não tem espinho nenhum. É a mais macia que eu já sentei. Se pudesse, morreria sentado nela.