1-Quem visita a Pedra do Ingá lamenta, depois da visita, que Vavá da Luz só tenha tomado conta do lugar agora. Porque, se o velho Vavá tivesse chegado antes, muita coisa que foi destruída estaria preservada e o visitante, que hoje deleita a vista com aquela paisagem de cinema e aqueles mistérios insondáveis, teria maiores motivos para ir, voltar e ir de novo.
2-As poucas inscrições que sobraram dão ao visitante a intrigante sensação de viver num mundo que já foi habitado por extra-terrestres ou por figurões extintos há milhares e milhares de anos.
3- Sem contar a paisagem de deixar qualquer um de queixo caído, abobalhado, abestalhado, sem fala e sem respiração. Aquela lagoa de águas perenes, aquele lagedo com ar de aventura, aquela vegetação com jeito de mistério, tudo aquilo e mais as inscrições que ninguém decifra, fazem da Pedra do Ingá um verdadeiro patrimônio da humanidade.
4 – Depois de lá tem o museu que Vavá administra com o cuidado de pai a vigiar o filho. E os ossos da preguiça gigante, os dentes do elefante pre histórico, as presas do tigre-de-bengala, mortos e enterrados no Ingá e desenterrados para perpetuar a história da terra de Vavá da Luz, fazem das Itacoatiaras um lugar diferente, extra, atração a parte nessa Paraíba de tantos mistérios.
5 – Fazendo um levantamento assim por cima, constato que o outro mundo já carregou de nós um bocado de coleguinhas. Falo daqueles com os quais convivi. E cito Pedro Moreira, Abmael Morais, Arlindo Almeida, Marcone Carneiro Cabral, Nathanael Alves, Joel de Brito, Anacleto Reinaldo, Luiz Otávio Amorim, Coquinho, Airton José, Jailton Trajano, José Augusto Longo da Silva, Carlos Roberto de Oliveira, Biu Ramos, bem…, melhor parar, melhor não continuar, melhor não dizer mais porque, senão, a coluna se transforma num obituário.
6 – Processar Gutemberg Cardoso por ele ter publicado, num verdadeiro furo de reportagem, a pesq uisa misteriosa?! Isso é um absurdo! Isso é um verdadeiro atentado à democracia.
7 – O restaurante dos galegos do Cajá agora é selfservice, chique todo, com direito a refrigeração a vento e a cafezinho gratuites. Eu quando passo por lá como uma tora de doce de goiaba com queijo de manteiga, iguaria muito ótima demais para quem quer deixar a barriga crescer.
8 – Otacílio Trajano, o Rei de Jacumã, o Imperador de Tabatinga, o Presidente de Tambaba e o Prefeito de Carapibus, hoje toma a dele com Damasceno, no Zekas, tirando gosto com buchada de cachorro e espetinho de gato.
9 – Mas antes ele passa na Budega da Paz, do meu amigo Bigu, o cabra mais arretado daquelas áreas que compreendem a Vila dos Pescadores, o Chifre de Ouro e o Arrocha Aro.
10 – A Festa das Neves está resumida a macaca Monga. Isso é triste, dá um nó na garganta, a saudade bate no peito e só não choro porque meu reservatório de lágrimas está em manutenção. Cadê a Bagaceira? Cadê os pavilhões? Cadê os passeios encantados das meninas prendadas a flertar com os rapazes apaixonados?
11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para João Tomé Camurça, Renato do Bar, Duda Garçom, Capitão Aluizio, Demontieux Feitosa, Guga, Marco Antonio Gouveia de Morais, Newton Arnaud, Giovani Santos, Zé do São Pedro, Gilvanzinho de Santa Luzia, Assis Liberalquino, Assis Cabeção, Goguinha de Rufina, Mitonho de Mourão, Lurdes de Jobilino e Aninha Traçai.
12 – Na cidade de Emas, em 1972, o prefeito mandou um projeto à Câmara propondo um convênio a ser firmado entre a Prefeitura e o Incra, para manutenção da Unidade Municipal de Cadastramento.
O líder do Governo começou tratando o órgão de “A Incra”. Um outro vereador o corrigiu, dizendo que o certo era “O Incra”. Criou-se uma discussão entre os dois e aí surgiu um “tertius”, que pediu a palavra e propôs:
-Acho que, primeiro, deveríamos esclarecer o sexo do órgão para poder, então, votar a matéria”.
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