Porque hoje é sábado

1 – Duas de Pedro Revoltoso, para começarmos o sábado com todo toro:

 

Pedro Revoltoso foi, por muito tempo, juiz de futebol e porteiro do principal clube social de Cajazeiras, o Tênis Clube. Agora, ignorância chegou ali e parou. Se enfezava por qualquer coisa, talvez por ser dono de um temperamento muito forte.

Certo dia, depois de uma noite tumultuada no clube, onde foram registrados vários incidentes na portaria com a participação direta de Pedro Revoltoso, já pela madrugada ele procurou o Bar de Joaquim Tetéu – que passava a noite funcionando -, para tomar um café e se mandar para os seus aposentos. Chegou ao balcão e pediu um café preto.

Solícito, o atendente perguntou:

– Seu Pedro, o senhor quer o café na xícara ou no copo?

– Jogue no chão e puxe com o rodo, que é mais fácil de beber sem imbecil!

 

Numa outra ocasião, Pedro ia subindo a ladeira do cemitério, em direção à Rua Camilo de Holanda, quando, inesperadamente, escorregou e caiu de costas, com o traseiro se espalhando na terra vermelha.

Duas venerandas velhinhas que vinham em sentido contrário, ao verem a queda e Seu Pedro se contorcendo no chão, se comoveram e tentaram ajudá-lo.

– Seu Pedro, o senhor quer um copo d`água?

Ainda bufando de raiva e dor, revoltoso retrucou:

– Sua rapariga! Eu levei foi uma queda. Não comi rapadura para precisar de água não , viu?

 

2 – Gostaria de saber o que de concreto foi decidido nesse Forum de Governantes realizado ontem aqui nas capitá além dos afagos de egos e das peças publicitárias transformadas em manchetes de louvaminhas?

 

3 – Vicente Lins veio de São José de Piranhas fazer uns exames de saúde em João Pessoa. Acompanhado do sobrinho Rafael, visitou os laboratórios do centro da cidade e, terminada a tarefa, sentou num dos bancos da Lagoa para descansar. Estava assim, descansando, quando avistou, nas proximidades das Americanas, uma galega extremamente oxigenada, que passava balançando uma bolsinha vermelha. Cutucou o sobrinho e comentou:

– Rafael, meu filho, o sertão tá cheio dessas galegas falsificadas do Paraguai.

 

4 – Hoje não vou poder, mas no sábado que vem, se não estiver chovendo e relampiando, vou ter com a turma do cuscuz ou em Mangabeira ou no Zé Américo. Aquilataram Tadeu, Gerbase, Edmilson, Yure, Arroz e adjacências?

 

5 – Pelado, da comunidade Riacho Verde, no município de Aguiar, é, além de ignorante, apaixonado por carro velho. Na sua casa existe (ou existia) uma verdadeira sucata, principalmente carcaças de Rural – aquele veículo que era pau pra toda obra no interior.

E foi numa velha Rural que Pelado se viu sem freios na ladeira da estrada que liga São José de Piranhas a Aguiar,  resultando num capotamento com os quatro pneus pra cima. Pelado ficou de cabeça pra baixo, mas não esquentou. Como não sofreu um só arranhão, saiu do veículo, sacudindo a poeira.

Um conhecido que passava na hora, ao ver a cena, perguntou:

– Pelado, afinal de contas, o que foi que aconteceu?

– Nada não-, responde ele -, foi o carro que abusou da estrada.

 

6 – A Paraíba vive de eleição.Nem bem saiu de uma, já fala da outra. O que tem de gente assanhando as asinhas pensando no pleito de 2024 não está no gibi. E o olho gordo fita, se lambendo, a Prefeitura de João Pessoa.

 

7 – Seu Zé Beija, da Lage, é um cabra muito grosso e ignorante. Um dia chamou seu amigo Zé Miúdo para ir a Patos comprar um jipe. Comprou o veículo, mas esqueceu de botar gasolina. Quando chegou em Malta, aí faltou combustível na entrada da cidade. Então, ele começou a empurrar o jipe até que encontrou um menino zanzando pela rua.

– Menino, você sabe onde é que tem gasolina pra vender?

– Rapaz, tem lá embaixo em Seu Zé Pedro, mas essa hora (já era mais de oito da noite) nem vá que ele não abre o posto.

Zé Beija – mordido – continuou empurrando o veículo, começando a engrossar e a suar frio.Chegou mais na frente e perguntou:

– Onde é o rapaz da gasolina?

– Lá na terceira rua – respondeu o informante, mas a essa hora não vá que ele não atende ninguém.

Zé começou a inchar de raiva. Chegou em frente à casa de Zé Pedro, o dono do posto, e constatou que a porta estava fechada. Para não ter mais dúvidas do endereço, perguntou de novo:

– Aqui é a casa de Zé Pedro?

–  É a casa dele mesmo – responde uma menina que brincava na calçada vizinha, mas se for gasolina o senhor nem bata porque ele não vende a essa hora.

Beija começou a bater forte na porta.

– É aqui a casa de Zé Pedro?

– É aqui mesmo -, respondeu uma voz masculina lá de dentro.

– Pois soque sua gasolina no cu!

 

8 – O fim de semana vai ser chuvoso, alerta o Inmet. Diz que pode chover em 103 municípios. E o Jatobá de Princesa, que não enche.

 

9 – O saudoso poeta Manoel Serrador chegou certo dia no programa de viola de Otacílio Batista, na Rádio Tabajara, e foi convidado a participar.

O governador da época era Ivan Bichara, a quem o poeta queria homenagear por ter aberto um espaço na emissora oficial para a transmissão de um programa só dedicado aos violeiros-poetas.

Serrador abriu os peitos, dedilhou a viola e fez um verso pelo qual pretendia saudar o governador:

Vou cantar com Otacílio

Um cantador da voz rara

Neste programa famoso

Desta Rádio Tabajara

Que recebe o patrocínio

De Ivan Bicheira Sobrara.

 

10 – Sabia não, mas no dia 25 último foi comemorado o Dia do Corno. E corno mais contente do que Zédigome tô pra ver. Certo dia ele entrou assombrado na budega de João de Teté e alarmou:

– Lá em casa tem uma assombração. Magine que cheguei no quarto e encontrei minha mulher molhada, enrolada numa toalha e o guarda-roupa se balançando, tremendo.

 

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Abrão Almério, Pedro Macedo, Maurílio Batista, Gilberto Carneiro, Marcos Maivado Marinho, Fernando Caldeira, Giovani Meireles,Patrícia Inocêncio, Marcos Pires, João Aurélio, Marcio Murilo, Valter Paiva, Zeca Porto, Sandra Coutinho, Emanuel Arruda, Alarico Correia Neto, Severino de Ada, Manoel Taxista, Alexis Cota, Marcos Ramalho e Cícero Lima.

 

12  – Chiquinho Galego se encontrou com o primo Luiz do Doce  em frente a rodoviária e começaram a conversar. Foi quando Chiquinho se queixou:

-Cumpade Luiz, tô meio bombardeado. Comi uma linguiça e amanheci com o pé da barriga doendo que só a gota.

Luiz, também fazendo cara de dor, o interrompeu:

– Pois, cumpade Chiquinho, comigo aconteceu ao contrário.Comi um pé de barriga ontem à noite e amanheci com a linguiça que num aguento.