Porque hoje é sábado

1 – Costumo passar uma vista nas notícias de ontem e de hoje antes de escrever alguma coisa aqui. Velho hábito que carrego desde os tempos da Oliveti, do papel A 4, da tinta do jornal escrito e da zoada da redação. Antes a gente lia os jornais de ontem, mas chegou a internet para nos deixar atualizado em tempo real.

2 – E a primeira notícia que me chega é esse fora monumental que Dória levou ontem no Rio de Janeiro. O tucano foi ao Rio mendigar o apoio de Jair Bolsonaro a sua claudicante candidatura a governador de São Paulo e sequer foi recebido pelo presidenciável da extrema direita. Voltou a São Paulo com uma mão na frente e outra atrás.

3 – Hoje faltarei ao encontro regado a cuscuz com bode na feira da Torre. Paulo Mariano, nosso reitor para assuntos cuscuszais, já está ciente da ausência, mas nem por isso deixarei de apresentar justificativa por escrito na próxima reunião. Falar em Paulo, o livro de memórias dele é uma delícia de leitura, vale a pena ser lido, relido e decorado. Que memória da bixiga lixa!

5 – Zé Agripino, ex-senador, tentou continuar com prerrogativa de foro disputando um mandato de deputado federal, e perdeu. Vai responder pelo crime de corrupção na justiça comum. Com também irão Eunicio Oliveira, Valdir Raup, Edson Lobão, Romero Jucá, Lúcio Vieira Lima (irmão de Geddel) e Luiz Fernando Faria.

6 – O tempo é cruel. O cabra o enfrenta, mas sabe que não tem volta. Ontem mesmo encontrei, depois de longo e tenebroso inverno, antigo amigo de infância. Está só o coió. E olhem que o rapaz, quando novo, era disputado a tapa pelo mulherio do meu interior.

7 – Um líder político, para ser verdadeiramente líder, tem que ter mandato.Não tendo, não é líder. E quando se acha líder e mostra as unhas, dizendo que vai mandar, prender e arrebentar,  prova que o povo foi sábio ao lhe negar o mandato. Pronto, falei, mandei o recado e ponto final.

8 – Estou chegando aos 67 anos sem mudar a pancada do bombo. Sempre do mesmo jeito, de um lado só, do lado que escolhi por ter certeza de que era o lado certo. De incoerente jamais serei acusado. Não vou me juntar aos que ontem eu chamei disso e daquilo. Mas não condeno os que agem diferente. A vida é assim mesmo. “Se todos fossem iguais a você…” dizia a canção daqueles ontens.

9 – Odon Bezerra vai de Paulo Maia na OAB. Eu também vou. Só não votaria em Paulo se Sheyner Asfora fosse candidato,mas Sheyner aceitou ser vice de Paulo e agora é que eu voto com as duas mãos, os dois pés e os dois zóios.

10 – Ainda sobre a estrondosa vitória de João Azevedo: Ele quebrou o record de Burity. Em 86, Burity botou 300 mil votos de maioria sobre Marcondes Gadelha. De lá pra cá tivemos vitórias apertadas. Até que Ricardo ganhou de Cássio em 14 com mais de 150 mil. Mas os 600 mil de João arrebentaram a boca do balão.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Seu Tota de Bananeiras, Edjalma também de Bananeiras, Wanderléia Gaddi , Maísa Felix, Magna Maria, Dra Angela, Aldo Araújo, Giovanni Pontes, Neno de Santa Rita, Humberto Alexandre, Aluizio de Forte Velho, Duri Duri do Geisel, Ovidio Mendonça, Cicero Lima, Zé Euflávio, Edson Werber, Werneck Barreto, Rubens Nóbrega, Tony Show, Alex Filho e Frei Anastácio.

12 – Efraim Moraes, acreditando que venceria a eleição para o Senado na Paraíba em 2010, já nos últimos dias de campanha, vendeu uma casa em Camboinha e investiu em cabos eleitorais, prefeitos e vereadores. Não deu  certo.

Depois do pleito, ficou tomando uísque numa residência vizinha, na companhia do procurador Zé Neto, e lamentava, olhando para a casa, com os olhos marejados:

– Já foi minha, ela já foi minha…