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Porque hoje é sábado

30 de novembro de 2024

1 – Hoje o Ingá vai parar para ver a festa de aniversário do eterno Vavá da Luz, o Vavá da Senzala, das Itacoatiaras, dos mistérios das pedras, o homem que fez acontecer o turismo na região.

 

2 – Começa as 12 horas, sem hora para terminar. Uma feijoada enorme, trinta quilos de feijão preto, só de folhas de louro uma carrada, sem contar as misturas, com destaque para o pé de porco, a orelha suína, a carne de charque, tripas diversas, bucho de boi a vontade, uma verdadeira loucura, tudo isso para encher o bucho de quem por lá estiver, porque a ordem a deixar todo mundo empanzinado, peidando alto e cagando fino.

 

3 – Claro que haverá o momento literário com o troca/troca entre Vavá e o Tião Bonitão que vos fala. Vavá me dará o dele e eu lhe darei o meu, mas antes que apareça algum engraçadinho querendo fazer interpretações duvidosas em torno dessa troca, informo que o meu será o livro “Lembrar para não esquecer” e o dele será o “Livro proibido de Vavá da Luz”.

 

4 – Por sugestão do dono da casa, em alguns momentos estarei autografando meu livro para possíveis interessados em adquirir uma obra tão desimportante por um preço tão exorbitante.

 

5 – Mas a narrativa da festa acontecerá mesmo amanhã nas Domingueiras do Tião, com direito a fotos e dizeres. Vamos aguardar para ver e todos verão se o Tião aqui escapar depois de tanta feijoada e cachaça brejeira.

 

6 – Falemos então da febre do Black Friday. Começou ontem, a cidade desde ontem não fala noutra coisa. As ruas estão engarrafadas, para chegar em casa eu e dona Cacilda penamos, gastamos o equivalente a uma viagem até Campina Grande com direito a parada no Cajá para comer cuscuz com carne de sol e queijo de coalho no restaurante do galego.

 

7 – E digo sem medo de errar: a dita cuja tem cara de farsa. Os preços de antes eram os mesmos de ontem. E minha digníssima esposa constatou em loja famosa da cidade uma coisa muito grave: Havia um preço maior se sobrepondo ao menor. Uma blusa era oferecida por R$ 120 e na etiqueta abaixo dessa do black Friday havia uma outra em que o preço era R$ 99.

 

8 – Mas não custa nada “se iludir”, achar que está levando vantagem, gastar o que não tem, torrar a metade do décimo em mercadorias desnecessárias.

 

9 – De barato mesmo, conforme me foi dito, só as meninas do Altas Horas do brejo, que oferecem chibius a três por R$ 150, uma verdadeira pechincha, coisa de louco, um queima que só se via no tempo das Casas José Araujo.

 

10 – E com direito a lavagem na bacia de ágata, com sabão de coco extra e aquela toalhinha de rosto para enxugar os molhados.

 

11 – E agora lá se vão os meus abraços sabadais para Domingos Sávio Maximiano Roberto, Marçalzinho Lima, Damião Feliciano, Giovani Meireles, Hilton Gouveia, Chico Pinto Neto, Tadeu Mendes Florêncio, Aldo Lopes de Araújo, Clodoaldo Araújo, Newton Arnaud, Antõnio Giovanni, Helder Fernandes,Nilo Feitosa Ventura, Sérgio Fonseca, Elenildo Arruda, Zé de Chico Martílio, Deca de Agripino, Nem de Chumbinho e Preta de Luizinho.

 

12 – Zezé Barbeiro era o maior fofoqueiro de Cajazeiras. Morava naquela cidade na década de 60. Ninguém escapava da sua língua. Bastava mijar fora do caco para merecer de Zezé as mais diversas qualificações.

Pedro Lins, agente fiscal do Estado, cortava o cabelo  na barbearia de Zezé. De repente alguém achou de falar em Manoel Benone, desafeto do dito cujo.

– Aquilo é pior do que sulfato de peido -, esbravejou Zezé, entre uma tesourada e outra.

– Que diabo é isso? -, admirou-se Pedro Lins.

E Zezé explicando:

– É aquele pozinho escuro que fica entre o cu e a cueca.

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