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Porque hoje é sábado

28 de dezembro de 2024

1 – A feira de produtos agrícolas e similares do Zé Américo transformou-se no ponto de encontro dos amigos de Princesa. Todo sábado nos encontramos para comer cuscuz com bode, com porco, com galinha caipira, sendo que alguns misturam o cuscuz com arroz de leite e inhame. Mas não é só pra comer que nos encontramos, aproveitamos o encontro para falar da vida alheia, um dos exercícios mais benéficos para a saúde que se conhece na medicina, na psicologia e na safadeza.

 

2 – Hoje estávamos lá: Eu, Tadeu Florêncio e Carlos Eduardo, o famoso Pata Choca, maior dançarino de rumba e de tango que se conheceu na história de Princesa, que dividia com Antônio Gordão e Cabo Lira o prestígio de melhores dançadores de variados ritmos na cidade e na região.

 

3 – E para fechar com chave de ouro reencontrei Ortilo Antônio, antigo companheiro de A União, fotógrafo de primeira qualidade, gente fina como não existe outra igual. Ortilo entrou menino em A União e somente agora de lá saiu, aposentado. Não fotografa mais, nem pra fazer favor aceita segurar numa máquina de tirar retrato, enjoou.

 

4 – Voltando à feira, nela você encontra banana sem carboreto, feijão verde, mamão, caju, limão, laranja, mangas de várias raças, além de tapioca feita na hora, um delicioso manguzá que num instante se acaba tamanha é a procura, num local vi peixe anchova a 20 reais o quilo, queijo de coalho a 35, carne de sol da mole, carne de charque e maxixe. Tudo novinho, saído da roça diretamente para o consumidor, sem os famosos atravessadores que encarecem o produto.

 

5 – Sem contar a comida variada nas diversas lanchonetes, com destaque para o cuscuz com bode, com porco, com guisado de boi, com picado de porco, com sarapatel, com galinha caipira e muita carne assada. Arroz de leite, macaxeira e inhame completam o cardápio.

 

6 – E lá no final do muro um serviço de som, regado a forró e brega, anima o ambiente. O locutor de vez em quando para a música e anuncia as delícias à venda nas barracas e tarimbas.

 

7 – Antigamente o palco era a feira da Torre, mas a feira da Torre perdeu o encanto depois da morte de Paulo Mariano. Seu Zé também se foi, modernizaram a praça da alimentação, botaram os herdeiros de Seu Zé lá para os fundos da feira, Dó, do tempo de Seu Zé, ainda sobrevive mas tem se descuidado, a praça em si precisa de uma limpeza, perdeu o encanto, não é mais a mesma.

 

8 – A opção por Mangabeira foi descartada desde o dia que me deparei com um prato de galinha azeda, de ontem, com gosto estranho. Ficou o Zé Américo, não sei até quando, tomara que dure.

 

9 – E ainda por cima estamos comprando direto do dono da roça, o povo da agricultura familiar que vende barato e ainda sai no lucro.

 

10 – E para não dizerem que não falei do trânsito, em plena madrugada de sábado já havia engarrafamento na BR, no acesso ao Zé Américo, na volta pra casa, um caos generalizado.

 

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Todynho Pereira, Zezinho do Botafogo, Chico Franca, Zeca Porto, Pereirinha do Valentina, josinato Gomes, Josinaldo Malaquias, Hildeberto Barbosa, Dida Fialho, Evandro Nóbrega, Gilvan de Brito, Marcondes Brito, Irapuan Sobral, Chico Pinto, Jackson Bandeira e Sebastião Gerbase.

 

12 – Miguelzinho Lucena está escrevendo um livro sobre Lulu Cristóvão, o poeta sem estudo, de alma leve e inspiração divina, de cuja autoria são esses versos que ele declamou sobre o seu pós morte e sobre a casa que pretendia construir no céu:

Da vida não levo nada

Só a minha inspiração

Que acompanha minha alma

Por toda essa vastidão

Farei minha casa no Céu

Sem levar nada do chão

 

O piso eu aço da lua

O teto é o firmamento

A luz serão as estrelas

Com esse poeta dentro

Quero ver quem é que corta

A luz com o sol no centro!

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