Chegou aos ouvidos de Rubens Nóbrega e ele repassou aos meus ouvidos a seguinte denúncia:
“Segundo relato de moradores, no último final de semanas a Prefeitura de Pombal mandou arrancar e aterrar trilhos, agulhas e sinalizadores do triângulo de manobras do trem da estação da cidade.
Só ficaram dois trilhos de uma única linha férrea.
Além disso, mobiliários e ferramentas da antiga estação foram retirados da garagem e jogados ao relento. Várias peças do material levadas pelos transeuntes e coletores de lixo. E, uma vez desocupada, a garagem foi dividida em quatro ambientes para serem explorados por comerciantes, escolhidos não se sabe como.
Referem-se ainda a utensílios, parlamentos e móveis do “Grupo dos Congos”, igualmente jogados em um pátio. Um crime contra a história, a cultura e a memória de Pombal e da Paraíba, afirmam dos denunciantes.”
Um outro texto, encaminhado pela jornalista Albierge Fernandes e escrito por Tadeu Patrício conta detalhes do acontecido. Ei-lo:
DESCASO COM A CULTURA POPULAR NA CIDADE DE POMBAL
Um absurdo o que fizeram com o grupo de cultura popular Congos de Pombal, grupo responsável pelo marco da tradicional e centenária Festa de Nossa Senhora do Rosário. Recebi essa grave denúncia sobre uma ação criminosa da prefeitura de Pombal que ocorreu na sexta-feira (31) passada que desalojou de forma agressiva a base do grupo dos Congos do edifício Garagem da antiga estação, para subdividir em 4 lojas e cedeu a quatro particulares. Estamos aqui fazendo uma corrente de resistência cultural, de solidariedade e de mobilização por parte dos companheiros e companheiras da cultura paraibana e o clamor a nossa aguerrida impressa paraibana para unir-se a esta luta, abrindo forças unificadas e voz para debater com justiça social essa arbitrariedade contra um dos grupos de cultura popular mais importante do estado da Paraíba. Numa hora como está o que se poder fazer? Ouvir a Prefeitura de Pombal e o seu setor de educação e cultura? Ouvir os mestres e brincantes do grupo Congos de Pomba? Ouvir o Secretário de Cultura do governo do estado da Paraíba? Ouvir o IPHAEP? Ouvir a deputada estadual Pollyana Dutra? Não podemos admitir tamanha falta de respeito com esse histórico grupo de cultura popular que por décadas promoveu o brilho da tradicional Festa do Rosário, considerando que, bem recentemente a Procissão do Rosário do município de Pombal, também secular foi tombada como patrimônio imaterial do estado pela Assembleia Legislativa da Paraíba. E agora como fica como um grupo de brincantes e mestres destruído por dentro? A estação do trem não é tomada pelo IPHAN/PB, mas sim pelo IPHAEP, governo do estado da Paraíba, está é a informação recebida de Pombal. Daí se faz necessário que o MPE tome conhecimento e possa atuar nesse caso. Seguem as informações recebidas e a triste imagem do que sobrou dos materiais do grupo Congo de Pombal. 1- todos os trilhos e equipamentos como agulhas e sinalizadores que formavam o triângulo de manobras do trem, foram retirados para um depósito; 2- parte dos trilhos que compõem a linha férrea foram aterrados; 3- só ficaram dois trilhos de uma única linha férrea 4- todos os equipamentos, mobiliários e ferramentas da antiga estação, que estavam na Garagem, foram retirados e jogados no pátio ao relento, tendo sido já vários retirados por transeuntes e coletores de lixo; 5- junto com esse material todo, também foram jogados ao relento os utensílios, parlamentos e mobiliários do grupo dos Congos. 6- essa ação foi feita na última sexta feira e durante o final de semana da seguinte forma: a prefeitura pegou a garagem, subdividiu em quatro ambientes, para se fazer quatro lojas. Essas foram cedidas ao uso de quatro pessoas, particulares, pequeno empresários, para instalarem loja, café e restaurante no lugar.
MATERIA DO JORNAL CORREIO DA PARAÍBA DE 12/11/2019 PROCISSÃO DO ROSÁRIO DE POMBAL ENTRA NO CALENDÁRIO TURÍSTICO DA PB
Após aprovação por unanimidade na Casa de Epitácio Pessoa, o projeto seguirá para sanção por parte do Governo do Estado A Procissão do Rosário de Pombal passará a fazer parte do Calendário Turístico e Cultural do Estado da Paraíba. A iniciativa, que foi aprovada por unanimidade no plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) nesta terça-feira (12), é fruto de um projeto de lei de autoria da deputada Pollyanna Dutra. Conforme Pollyanna Dutra, o turismo da Paraíba não pode ser só de sol e mar. Para Dutra, é necessário levar ao conhecimento de todos as riquezas existentes no interior do estado. “Nossas cidades do interior do estado têm muito a contar. Precisamos contar essa história, a rica história dos paraibanos, e mostrar que nosso turismo não é só de sol e mar”, comentou. Pollyanna Dutra ainda reforçou a importância da Procissão do Rosário para a história da Paraíba. “A procissão do Rosário de Pombal é secular e é tombada como patrimônio imaterial do estado. A igreja do Rosário tem quase 300 anos, foi construída por índios, escravos e homens livres em 1721, e a procissão lá realizada é a mais antiga do estado da Paraíba. É um reconhecimento mais que merecido. Nada mais justo, em face a toda essa história, do que colocarmos essa festa no calendário turístico da Paraíba”, complementou. Após aprovação por unanimidade na Casa de Epitácio Pessoa, o projeto seguirá para sanção por parte do Governo do Estado.
TRADIÇÃO E IGREJA DO ROSÁRIO
Conforme registros históricos, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pombal, antes de ser assim chamada, foi edificada como uma pequena capela sob o nome de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Na sua construção, houve a participação de escravos, índios e homens livres, sendo esta a maneira mais direta de consolidar a religião entre os habitantes da região. Nas suas paredes, fortes traços do movimento Barroco Colonial podem ser observados. A igreja do Rosário é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP). Sua preservação é definida por lei. Hoje, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pombal é um marco histórico do primeiro núcleo colonial do Sertão da Paraíba. A igreja, que foi um marco da colonização do Sertão Paraibano, e foi construída em pedra e cal, mantém seu interior todo original, com retábulos em madeira dourada e policromada nos estilos barroco e rococó. A Festa do Rosário de Pombal é a maior festa religiosa e sociocultural do alto sertão da Paraíba. Durante a festa, são resgatados alguns elementos da cultura nordestina como os Reisados, os Negros dos Pontões, os Congos, as feiras entulhadas de povo e vendedores de folheto, bonecos de barro e artesanatos. Toda esta riqueza merece estar inserida no Calendário Turístico e Histórico do Estado.
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