Cidade

Procura-se um bar

15 de dezembro de 2023

Era na sexta que a gente se juntava no Bar de João para ver Dudu discutir com os atores da Globo. Ele assistia a novela, de preferência a das 18 horas, mas não ficava só nisso. Pegava briga com os personagens, principalmente com os vilões, a quem dispensava os mais sonoros desaforos.

Quando não era assim, botava a música para tocar e dançava sozinho como se estivesse acompanhado.Tinha ritmo e graça. Mas tinha mais que isso: tinha a simpatia que o tornava alvo da nossa admiração e da amizade que se anunciava eterna.

Um dia Dudu morreu. João perdeu o gosto pelo bar. A viúva de Miguel arrumou um casamento e passou o bar vizinho para um sobrinho. A praça ficou escura, perdeu a graça. Os fantasmas de Assis, de Dudu, do “sargento” e de outras figuras que enfeitavam as noites do local, mudaram de praça, sumiram.

E hoje estamos sem João, que foi tomar conta de um bar chique na praia de Manaíra, ficamos sem Gilson, que se mudou para Intermares, Paulo ficou mais caseiro depois de casar em segundas núpcias, eu também me mudei, de modo que torna-se urgente encontrar outro pasto para os guerreiros de antanho, sob pena de, não sendo encontrado, ser decretada a aposentadoria compulsória e etílica desses bravos e imbatíveis combatentes.

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3 Comentários

  • Reply Sebastião Pereira Urtiga 16 de dezembro de 2023 at 07:19

    Dudu sempre foi referenciado, gostava de todos, com o seu geito peculiares é deferende de ser, que Deus o preserve em um bom lugar.

  • Reply Isaac 16 de dezembro de 2023 at 07:35

    Oxente!!!
    Que reviravolta da porra!!!!
    Putaqparius!!!!

  • Reply Eugenio Pacelli 31 de dezembro de 2023 at 12:39

    Viva Dudu, que Deus o tenha

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