PROMESSAS?

 

MARCOS PIRES

Que tal você decidir ser honesto(a) consigo próprio(a) mais uma vez? Que tal pensar que a partir das próximas eleições, com o voto de menor potencialidade política (Vereador) você poderá começar a dar ao Brasil uma cara mais verdadeira, contribuir para que no futuro os estrangeiros não nos taxem mais de povinho sem vergonha?

Se eu ainda votasse, gostaria de poder votar em um candidato a Vereador que fosse diferente desses que prometem coisas tão absurdamente impossíveis que claramente estão chamando seus eleitores de burros, de ignorantes. Não posso acreditar em candidato a Vereador que promete a geração de emprego e renda (um bordão tão antigo como aquelas “moças” que dizem ser manequins e atrizes, quando na verdade são prostitutas). É lógico que um Vereador não tem a menor capacidade ou condição para fazer isso acontecer. Como eu sei que esse tipo de ação está a quilômetros de distancia da boa vontade de qualquer Vereador, tenho que admitir que estou sendo chamado de ignorante se eu votar nele. Ou estaria sendo equiparado aos “patos” que acreditam nas manequins e atrizes da vida.

Também não posso aceitar que um candidato a Vereador prometa melhoria no atendimento dos transportes públicos, da saúde publica, da educação, essas bandeiras genéricas que, sabemos os que não somos burros, vem de cima e vem com muita força. No comum o pobre Vereador vota o que o Prefeito quer e no máximo o pobre Vereador é contra e em noventa e nove por cento das vezes é derrotado.

Nos tempos em que eu ainda votava, jamais escolhi um Vereador que se limitasse a ser voz isolada na Câmara, registrando seu protesto e indignação, mas perdendo todas para o poder. Afinal, minha cidade precisa de gente que contribua para a melhoria de suas condições e de nossa vida. Essa coisa de ser o mal humorado não constrói, no máximo torna a mídia mais sangrenta. Agir propositivamente, mesmo em ações mínimas, mas que melhorem nossa cidade; essa seria uma boa opção para um mandato de Vereador.

Penso que os Vereadores devem ser sérios ao ponto de discutirem os assuntos que vem de cima e até votarem contra eles se for o caso, mas jamais esperarei de um candidato a Vereador profissional, desses que vivem à sombra do poder (seja a favor ou contra um dos dois eternos lados da nossa cansada  política tradicional), que ele vá além dessas sabujices paroquiais.

Bacana seria um candidato com projetos simples, mas que possam não só ser factíveis em termos do limite dos poderes dos Vereadores como de fato importem e valham a pena para nós, os locais de João Pessoa.

Por exemplo; um Vereador que apresente projetos de lei como a obrigatoriedade da Prefeitura só liberar Habite-se em construções que tiverem pelo menos uma arvore plantada; ou um projeto de lei que obrigue a Prefeitura a dar aos carentes remédios fitoterápicos (baratíssimos, naturais e eficazes) produzidos a partir de nossa flora pelo laboratório da UFPB. Com isso ninguém sairia pela rua esmolando atrás de dinheiro para comprar remédios em farmácias, o mais das vezes escravizando-se a um ou outro             Vereador, triste moeda de troca. Outro projeto bacana e igualmente factível seria aproveitar as margens do Rio Jaguaribe para a criação de peixes em pequenos viveiros pelas populações carentes que habitam as favelas ali existentes. Haveria o que comer, sem depender das esmolas do poder, que viciam e humilham o cidadão.

Só que estas e outras idéias não são meros projetos. Já são leis propostas e aprovadas pela Câmara Municipal. Pena que depois do primeiro mandato, onde conseguiu aprovar essas idéias e as transformar em leis, Creusa Pires não tenha podido continuar seu trabalho com a força de um novo mandato para fazer valer as leis que aprovou.

Portanto, quando você for votar, ao escolher seu Vereador, não seja trouxa, não seja idiota.

Se o seu candidato faz essas promessas genéricas, caia fora. Se o seu candidato merece seu voto apenas por ser parente de um amigo ou por ser simpático, respeite-se como cidadão e respeite a Nação que você gostaria de ter como pátria. O Brasil merece coisa melhor do que isso que está aí.

Neste dia das mães esta é a minha homenagem a minha mãe, Creusa Pires, que onze anos atrás me deixou, foi morar no infinito e virou constelação.