Quem viu e ouviu Carlos Siqueira defendendo com unhas, dentes e coração um palanque duplo para Lula na Paraíba e quem o vê dizendo exatamente o contrário quando o assunto é Pernambuco, fica sem saber em qual Siqueira acreditar.
Quando a coisa é boa pra ele e para o seu partido, tudo é permitido, palanques podem ser múltiplos e o céu é o limite. Mas quando o sapato aperta no calo seco do mindinho, como apertou em Pernambuco, o homem vira uma fera, diz que palanque duplo nem pensar e chega a ameaçar Lula, afirmando que ele tem juízo e não vai subir noutro palanque que não seja o capitaneado pelo seu PSB.
Aqui na Paraíba, como todos sabem, há uma aliança entre MDB e PT, devidamente aprovada por Lula e pela cúpula do PT, segundo a qual o MDB apresenta o candidato a governador e o PT, o candidato ao Senado.
O candidato do MDB é Veneziano Vital do Rego, senador da República, presidente estadual do MDB e vice-presidente do Senado Federal. E o candidato do PT é Ricardo Coutinho, ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-prefeito de João Pessoa e ex-governador.
Ambos foram convencidos a disputar tanto o Governo quanto o Senado pelo próprio Lula. Convencidos e estimulados.
Acontece que Lula é o objeto de desejo de outras figuras. Figuras que o renegaram quando estava preso e tido como liquidado para a política.
Esses querem ser eleitores de Lula e, mais do que isso, candidatos apoiados por ele.
Acontece que Lula conhece o gado, sabe onde pisa e em quem confiar.
Sabe que na hora do aperto, só Ricardo Coutinho e uns poucos botaram a mão no fogo, ficaram ao seu lado, não se esconderam debaixo da mesa, não o negaram com medo da rebordosa.
E até onde se sabe, Lula não é ingrato.
E agora, vendo esse lá e lô entre Pernambuco e Paraíba, tem uma noção do tamanho da coerência desses que querem se aproximar dele com inconfessáveis intenções.
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