Por Jair Miranda
Foi bala, no forró de Campina Grande!
Ontem à noite, mesmo com aquele frio danado fui ver o forró de Campina Grande. Dizem que só perde em animação para o forró de Caruaru.
Ainda no Parque do povo encontrei alguns amigos a exemplo do major Siqueira, e do Coronel Duarte. Ambos já serviram no 31 BIMTZ quartel do exército de Campina.
Eis que Siqueira logo arrumou uma morena bonita, elegante de bermuda preta e bota de couro preta, com as pernas roliças e uma beleza de mulher, para tentar dançar um forró.
Daí, Siqueira de repente desapareceu.
Dia seguinte soubemos dos fatos.
Siqueira foi convidado por Adelaide, a conhecer seu apartamento em bairro chic de Campina. Alto Branco. Só mora rico. Siqueira confiou e foi. Não é que Adelaide, conhecida por “mocinha” convenceu o Siqueira, que era muito religiosa, devota de Santo Antônio, São Jorge e etc etc…
Daí a pouco o Major Siqueira, entusiasmado com a beleza de Adelaide, a Mocinha, já se preparava para os comes e bebes, acho que ele estava pensando só nos comes, e nu, já deitava com Adelaide que não parava de falar nos santos preferidos.
O meu bom amigo Major Siqueira depois nos contou que, quando se preparava para “coisar” com Adelaide, que no momento falava de Santo Antônio, que era muito devota, alguém bateu na porta do apto e chamou: “Delaaaaaide!”.
Ela então disse: lascou. É Bastião! Siqueira perguntou: São Sebastião? ela respondeu: Não! É meu macho lá de Piancó.
É Bastião, pistoleiro do deputado Zé Zuza! Corra!!
Só tinha uma janela afora a porta e Siqueira foi usar seus dotes de combatente paraquedista e meteu-se na janela em busca da salvação. Só que Siqueira está meio gordinho. A barriga não passou na janela. Ficou do lado de fora a cabeça, pescoço e os dois braços.
Do lado de dentro do AP metade da barriga e a bunda.
Daí uma voz….quem é esse? e não esperou resposta. Meteu bala!
O tiro pegou na janela. O segundo, achou o vazio pois Siqueira conseguiu passar na janela e correr para a rua em busca do carro.
Já pela madrugada através de zap zap, Major Siqueira pediu socorro aos amigos. “Cabra velho, estou aqui no carro, nuzim, nuzim, compra uma calça, uma camisa, me encontra aqui que do jeito que estou tenho que ficar escondido. Depois eu conto. Quase me lasco!
– E o que foi? perguntou o Coronel Duarte.
– Foi bala!! sabe Adelaide, a mocinha? Teve lá no ap dela um tal de Bastião, pistoleiro de Piancó e quase me mata!
Quero uma roupa para me vestir, pois sai de lá nuzim nuzim e ainda estou com uma ferpa de madeira da janela enfiada na metade esquerda da bunda!!!!
Telúrio Tenebroso
Jornalista olindense
Testemunha de tal desiderato.
2 Comentários
Muito engraçado essa história, porém nessa época não tinha Zap Zap rsrsrsrs
Grato nobre amigo Tião. Grande abraço. Muita honra ver estes escritos em tua coluna.