opinião

QUE ALHO DA PORRA DE CARO! OU SERIA DO “PORRO” ?

31 de janeiro de 2021

 

1BERTO DE ALMEIDA

 

1 –  Sentiram? Tenho evitando falar nas loucuras de Bozo no país das mil trapaças.  Pausa. Parece nome de filme, não? E tragédia. Algumas coisas, porém, me impossibilitam de meter a cabeça no buraco, como “não” fazem os avestruzes quando estão com raiva da companheira por deixarem um buracão daqueles depois de botar um ovo do tamanho do mundo. A verdade é que não achei muito o que Bozolouco gastou com Pizza. Quanto foi mesmo, Tião?  45 milhões! É que hoje a coisa tá braba, e eles precisam cada vez mais de pizza. Afinal, tudo está começando com pizza e com ela terminando. Mas é com esse alho da porra, ou melhor do porro in natura que empombei.   Alho da porra de caro! Porro? Tudo bem: porro de caro da gota serena!  E quanto ao gasto com o leite condensado pelo Bozo, 15 milhões, sempre vou preferir o Moça, tomado na embalagem.

 

–  Agora, como diria o Chico Buarque, falando sério, não tem uma só vez que saio de casa para não me deparar com a triste notícia de que esse vírus da gota serena, o Covid (a doença é feminina, sei), levou mais um dos meus.  E quando isso não acontece, Tião, um dos nossos. Entre esses nossos, recentemente, fiquei com uma pulga atrás da orelha, essa numa coceira da pulga que o pariu, com a morte do ex-prefeito de Patos, médico Ivanes Lacerda, vitimado pela Covid. Ah, assim como foi também o amigo e colega advogado José Cardoso. Muita coincidência, não? Ambos estavam internados na… UNIMED!

 

E – Não sou médico, todos sabem.  Se eu gostaria? Não tenho vocação, reconheço. Nunca tive.   Sangue? Esse é correndo por dentro e eu por fora. Mas cá com os meus botões hoje mais carne do que osso, pergunto se com uma “assistência maior”, especial atenção, muitas dessas mortes pela Covid que acontecem por aqui e em alhures, esse um lugar muito longe daqui e sem Covid, não seriam evitadas.  A minha primeira proteção, Tião, é muita fé em Deus, mas seguindo o recomendado.  Há muito enclausurado, vivo pedindo a Ele que me livre dessa praga.  E essa acontecendo (toc, toc, toc) um dia comigo ou com um dos meus, livre-nos também dos hospitais. Pausa. Hoje não me falta ar, graças a Deus! Falta-me vacina!

 

R –   Um fato: o governo Bolsonaro pagou em 2020, R$ 22,7 milhões, e RS 11,7 milhões, em 2019, lá fora, para (cuidado com a língua, pois a gente só tem uma e temos que preservá-la para um melhor uso) “contrapor percepções equivocadas e descontextualizadas que, por vezes, surge no cenário internacional”. Agora só não me perguntem que porro (ou seria “porra” mesmo?) vem a ser essas “percepções equivocadas” para o Bozo e seus Bozinhos.  Agora que foi um gasto da… (desculpem-me) do porro, isso foi, isso foi. Ah, ISSO FOI!

 

T – Perguntaram-me quem era o assessor que entende mais de carne de charque e Merenda Escolar que de comunicação, mencionado nas mal-traçadas aqui espalhadas.  E quiseram saber mais:  para se trabalhar com carne de charque e merenda escolar, é preciso entender de comunicação? Respondi que era e continua sendo. Sem comunicação ele não conseguiria vender seu produto nem “administrar” a Merenda Escolar das nossas pobres crianças.  Mas para dar um fim em tanta curiosidade, fui curto:  o assessor de que falo, para a nossa felicidade, nada tem a ver com a gente.  É fruto único dessa imaginação que, segundo Einstein, é mais importante que o conhecimento da matéria, isto é, da carne de charque.

 

O –   Tião lembrou que o Espaço Cultural   está abrindo semana de homenagens pelos 120 anos de Zé Lins do Rego. Aqui e agora, com a permissão dos amigos, entre eles os poetas Sérgio de Castro Pinto, Políbio Alves e Hildeberto Barbosa Filho, também lembrei o excelente perfil que o homenageado, livre e espontaneamente, fez do próprio, no final dos anos 1940, pouco depois de receber o Prêmio Fábio Prado, pela publicação do seu livro Eurídice:

De Almeida:  “Tenho quarenta e seis anos, moreno, cabelos pretos, com uma dúzia de fios brancos, um metro e 74 centímetros, casado, com três filhos e um genro, 86 quilos bem pesados, muita saúde e muito medo de morrer. Não gosto de trabalhar, não fumo, não durmo com muitos sonos, e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudades do sol, se faz calor, tenho saudades da chuva. Sou homem de paixões violentas. Temo os poderes de Deus, e já fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigos de meus amigos e capaz de tudo se me pisar… “

 Fim de papo (humbertodealmeida.com.br).

Você pode gostar também

1 Comentário

  • Reply airton calado 31 de janeiro de 2021 at 09:48

    Estou gostando da inovação, abordando vários assuntos como o Tião escreve as primeiras do dia, parabéns passei a ser seu leitor com esta nova paisagem.

  • Deixar uma resposta

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.